Capítulo 17 - Nestha

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Não esperava ser obrigada a ir para uma festa tão cedo depois da mancada que dei com Feyre. Sei que não deveria ter dito aquilo sobre o bebê e me arrependo profundamente por ter falado com ela daquela maneira, mas não por ter contado a verdade. Ela merecia saber sobre o filho que ela estava gestando e Rhysand não deveria ter escondido tudo como um covarde. Mesmo tanto tempo depois de conhecê-lo não vou com a cara quadrada dele de jeito nenhum.

Aparentemente, segundo Cassian, a tal da Madame, aquela humana que tem bastante influência no Reino Humano e também fora dele, estava fazendo a sua festa anual de Solstício de Inverno. A festa, ao que todos sabíamos, durava uma semana. Porém, haveria uma abertura hoje e o resto dos dias seriam divididos entre uma manhã para debates sobre as Colônias e a noite para bailes excepcionalmente chiques.

Por algum motivo, sinto que conheço essa Madame de algum lugar, pois ela não me é necessariamente desconhecida. Então, até onde Lizzie me contou de manhã enquanto treinávamos na Casa do Vento, ela foi "convocada" (em meio a muitas aspas) para a festa, por isso, iria para lá com dois dias de antecedência para ajudar nos preparativos.

Porém, para a minha surpresa, Cassian apareceu ontem na minha porta, não para transar, mas para me dizer que eu iria com ele para as Terras Mortais. Claro que tentei recusar, mas a Madame havia feito um convite para mim e me enviado uma roupa que eu deveria usar hoje para o evento. Ao que parecia, ela assumiu que eu era a acompanhante de Cassian, que iria bancar o cortesão essa noite e assistir os debates durante a semana, que acabariam uma semana antes do verdadeiro Solstício. Infelizmente, como ele pontuou, não se pode dizer não para a Rainha Mortal Eleonora.

Assim, horas antes de sairmos, peguei a caixa que a Madame havia enviado e tirado de lá um vestido, um sapato e uma máscara com formato de asas de cisne prateadas. Claro que hesitei ao pegar a máscara, por causa de péssimas lembranças, contudo, logo me recordei que aquilo não passava de um pedaço de metal com pedras preciosas brancas e pretas. Não tinha como aquilo me machucar.

Dessa forma, vesti o vestido prateado. Ele era um tomara que caia com o busto em formato de coração prateado brilhante (mais para o lado do branco do que do cinza), com uma fenda na lateral da coxa e a saia não era muito rodada, mas pesada por causa dos brilhos costurados nela, dando um aspecto que era feita de cota de malha limpa, porém com movimentos fluidos. Nas costas, havia uma grande fenda, deixando a tatuagem do meu acordo com Cassian à mostra.

Servindo de colar, haviam correntes que se conectavam, parecendo realmente uma armadura feita com pérolas e joias a cada encontro de nós, além de também ficarem penduradas nas costas em um formato circular e fazendo barulho toda vez que eu andava. Eu tinha colocado os brincos de brilhantes e algumas pulseiras para tentar parecer mais natural aquela quantidade imensa de joias.

Nos pés, calcei uma sandália de salto alto da cor do vestido e, para o cabelo, o prendi em um coque no topo da cabeça. Assim, minutos depois de eu estar completamente arrumada para o que parecia ser uma enorme ratoeira de ricos e mesquinhos, Cassian bateu à porta. Então, a abri, dizendo que estava pronta.

Porém, o que eu não esperava, era que ele também tivesse deixado de lado a sua armadura e colocado um terno. Sim. Aquilo caía bem nele. Os cabelos castanhos estavam soltos, caindo sobre o rosto moreno. O terno preto cobria o torso e, por cima dele, o blazer ia até os joelhos. Também havia o colete preto e a gravata vermelha sangue. Atrás dele, as asas se fechavam, dando mais visibilidade do seu corpo. Nas mãos, ele carregava um par de sifões apenas. Ou seja, era um lugar seguro.

Só agora percebi que estava babando, assim como ele, pelo o que eu pude ver. Passei o dedo pela lateral da boca, limpando a saliva antes que sujasse a maquiagem e borrasse o batom magenta escuro.

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