Capítulo 1 - Azriel

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Cacete! Eu corria para vestir as minhas calças, enquanto Lizzie catava o seu vestido amarrotado do chão, meio desesperada. Estávamos os dois atrasados, eu para o trabalho e ela para receber a visita da professora particular que contratamos para Honey três meses atrás e que parecia estar dando bons frutos.

Havíamos inventado de transar depois que eu voltei com Honey da Casa do Vento. Claro que não me arrependi quando Lizzie me agarrou pelo colarinho e cavalgou no meu colo, raspando aqueles lindos seios fartos contra o meu peito, mas... Não deveria ter deixado com que ela me distraísse desse jeito. Merda.

- O meu...? - ela perguntou, catando também a calcinha, que eu tinha jogado em cima do castiçal apagado. Me abaixei para pegar as botas, quando vi o que ela procurava.

- Aqui - joguei para ela o seu sutiã, correndo para amarrar os cadarços da bota. Assim que olho para a minha cintura, não vejo a minha adaga ali mais - A minha...?

- Aqui - ela me entregou a Reveladora da Verdade, embainhada em couro.

- Obrigado - respondo, me embananando todo para vestir aquela quantidade imensa de botões da armadura.

Hoje era a última segunda do mês de janeiro, ou seja, a rotina havia começado tudo de novo. Terça e quinta, eu ficava com Honey durante a tarde e trabalhava em casa para que Lizzie pudesse sair e fazer seu trabalho como curandeira. Enquanto isso, segunda, quarta e sexta, eu passava a manhã ajudando nos treinos das sacerdotisas com Cassian e trabalhava a tarde. Pelo menos, foi isso o que determinamos para ajustar a nossa vida de família.

Já tinha pelo menos dois meses que estávamos transando feito loucos sem o uso de nenhum chá, nos deixando levar pelos sentimentos, mas, até agora nada. Sei que vai ser complicado e que vai demorar, principalmente sabendo que as chances dela engravidar seriam quase nulas. Pelo menos, imagino que tentar não nos faria mal, já que não estávamos com pressa alguma e nutrindo pouca esperança.

- Vai voltar mais cedo? - ela perguntou, arrumando o cabelo em um coque mal feito no topo da cabeça, enquanto usava seus poderes para amarrar o vestido nas costas.

- Talvez - falei, passando as mãos pelo cabelo, tentando me manter mais calmo e fazer com que meu coração desacelerasse - Que horas mesmo a professora vai embora?

- O contrato dizia três horas de aulas de segunda a sexta - Lizzie comentou, abaixando o corpo para conseguir se ver no espelho da penteadeira. Porém, enquanto ela conferia o penteado, eu só conseguia ver a sua bunda empinada na minha direção. Claro que ela não fazia aquilo de propósito, mas ainda me deixava meio desconcertado vê-la naquela posição - Pode parar de olhar para a minha bunda?

- Não estou olhando - menti, cruzando os braços e desviando o olhar.

- Mentiroso - ela riu, ficando ereta novamente. Com os pés descalços, a observei caminhar como se andasse pelas águas de um rio pacífico até mim. Não consegui conter o sorriso aliviado. Ela era como um colírio para os meus olhos e um remédio para a minha alma - Se chegar mais cedo, vou precisar de ajuda com o jantar. Vou limpar a casa e, se sobrar tempo, lavar as roupas.

- Assim que puder, venho te ajudar - com uma das mãos, ergui seu rosto pelo queixo, dando-lhe um delicioso beijo que fez meu mundo parar. Então ela se afastou, sorrindo - Prometo.

- Não precisa prometer - Lizzie apoiou as suas palmas contra o meu peito, bem gentilmente - Achei que estivesse atrasado.

- Estou sim - afirmei, levemente. Não consegui me conter, dando outro beijo nela, porém muito mais rápido - Mas você merece outro agrado, parceira.

- Você não muda nunca - ela revirou os olhos, rindo baixinho. 

- MANA! - a Honey gritou do andar de baixo, chamando-a. Lizzie soltou um suspiro cansado, se afastando de mim. Minhas asas se fecharam atrás do meu corpo e as minhas sombras se acalmaram.

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