Capítulo 8 - Azriel

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Eu estava deitado de barriga para cima, olhando para o teto, cansado. Lizzie se encolhia no canto da cama, depois de rolar de cima de mim no meio da noite. Apoiei a cabeça sob a minha mão, enquanto ajeitava o cobertor sobre o meu tronco nu, apenas esperando o sol nascer. Eu estou muito ansioso com a missão de hoje.

Depois da nossa "separação amigável", fiquei alguns dias na Casa do Vento com Nestha e Cassian e conheci os seus outros convidados. Eles eram bem menos abusados que a filha e até que eram legais. Assim, não levou muito tempo para que Bryce voltasse para buscar os pais e devolver tudo o que tinha pegado, além da espada Áster. Duvido que nós a veremos novamente. E isso me deixa mais calmo. Pois, consequentemente, não vou mais ver aquele cara de pau do Aidas.

No momento em que eles foram embora, nós voltamos para a nossa casa. Não queríamos incomodar mais o casal que parecia precisar urgentemente de uma lua de mel decente. Assim, os meses se passaram. Logo o aniversário de 23 anos da minha linda parceira chegou e acho que consegui dar um presente inesquecível. Da mesma forma que ela conseguiu me mimar no meu aniversário um bom tempo depois.

Ainda me lembro do dia como se fosse ontem. Acordei mais cedo para fazer os cupcakes que ela adora tanto e, enquanto estavam assando no forno, acordei Honey para que ela me ajudasse com as flores que comprei. Tive que trazer tudo na noite anterior escondido com Elain para que ela não visse.

Honey me ajudou a fazer um caminho de pétalas de flores até a sala principal que estava lotada de presentes e buquês de flores. Na nossa cama, deixei um bilhete que dizia para ela seguir as pétalas e que ela leria quando acordasse. Além disso, a menina ainda me ajudou a decorar aqueles bolinhos pequenos, pois eu não tenho habilidade nenhuma com aquilo.

Assim, no momento em que ela acordou, consegui ouvir a porta do quarto se abrir e seus pés se arrastarem pelo chão, descendo logo em seguida os degraus de madeira da escada. A sua camisola estava toda amarrotada e o cabelo uma bagunça generalizada. Lizzie esfregava os olhos com os pulsos, tentando se manter acordada.

Quando seus olhos e a sua atenção pairaram sobre a sala, ela tropeçou em um dos degraus, quase caindo, se não fosse pelo corrimão. Ela se aproximou de nós, surpresa. Antes que ela falasse algo, entreguei-a um dos buquês de dálias. Elain me disse que a flor era perfeita para se dar em aniversários e era mais indicada do que rosas vermelhas. Pelo jeito que Lizzie ficou toda boba quando lhe entreguei as flores, acho que a fêmea tinha razão.

- Feliz aniversário, meu amor - beijei a sua bochecha, enquanto ela encarava a sua volta, perdida.

- Você comprou tudo isso? - ela perguntou, sem jeito e tentando esconder as bochechas vermelhas atrás das dálias.

- Gostou?

- Eu... - ela engoliu em seco, provavelmente diria que eu não precisava ter gastado tanto com ela, mas Lizzie sabe que eu adoro mimá-la - Eu amei. Obrigada.

- Vai amar ainda mais quando abri-los - tinham algumas pilhas de presentes nos sofás e no chão, além de muitas flores. Não me esqueci o quanto essas plantas significavam para ela, principalmente as margaridas - Mas primeiro...

Antes que eu tivesse a chance de terminar a frase, Honey apareceu, agarrando a mãe pela cintura e a abraçando com força. Ainda fico pasmo de perceber o quão grande ela está e que ainda vai crescer mais até a maioridade.

- Fiz seus favoritos e a Honey ajudou - continuei, enquanto Lizzie enchia a cabeça da menina de beijos.

- Então vai ficar feliz em saber que estou morrendo de fome - ela disse, me dando um beijo doce e breve na minha boca, ao mesmo tempo que caminhava até a cozinha com Honey agarrada na sua cintura. Talvez seja por que não comemos nada na noite anterior.

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