Capítulo 15 - Lizzie (Parte 2)

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- Cacete, mulher! - Regina grita, entrando no meu quarto sem mais nem menos - Não te esperava assim de repente.

- Nem eu esperava te ver aqui - respondo, me levantando da mesinha no canto do meu quarto em que lia alguns contratos feitos pela Madame para extensão das Colônias nas ilhas.

Desde que ela assumiu e o Eureka desapareceu, ela teve pouco tempo para analisar a renovação desses contratos com os produtores de alimento e os Lordes que cuidam das vilas humanas, então estou ajudando.

Além disso, Rose tem sido uma ótima ajudante para revisar os artigos comigo. Ela era uma ninfa das flores, de pele rosa chiclete, cabelos magenta e com olhos verdes. O que me assustava era que fui eu quem a criou. Ela nasceu quando o meu sangue se misturou na minha magia e caiu nas raízes da roseira da Madame. Rose tinha a altura da Amren, mas era incrivelmente doce e prestativa. Prestativa até demais, para falar a verdade. Tive que inventar algo para fazê-la se desvencilhar da sua "Senhora".

- Achei que estava no Palácio Mortal - comento, calmamente.

- Eu estava - ela reclama, me abraçando forte - Mas me cansei daqueles rostos feios e vim ver essa sua carinha linda. Eu estava morrendo de saudade.

- Eu também, Regina - beijo a sua bochecha, segurando suas mãos com força.

Tinham quase três dias que eu estava aqui e, sinceramente, não me arrependo de ter vindo. Melhor do que ficar olhando para Amren. Desde que a Madame foi coroada como Rainha Mortal, as coisas têm sido uma bagunça aqui. Fora que, o Eureka tinha voltado, finalmente. Segundo a Madame, ele disse que era só para recuperar forças para voltar a missão, mas duvido que irá ficar menos que um mês conhecendo a anfitriã.

- Você está tão maravilhosa - Regina comenta, alegre - Vamos lá para baixo. Comprei um novo sabor de vinho no centro e estou louca para provar, mas preciso de queijo e pão para isso. Depois, vou te contar tudo e você vai me contar tudo.

- Tenho alguma escolha? - pergunto, ironicamente, enquanto a mesma já está me puxando pelo braço pelo corredor.

- Hum... Não - ela diz, começando a correr. Deuses. Meus saltos não foram feitos para isso. De repente, ela para, me fazendo tropeçar nos meus pés e cair no chão. Meio desesperada, ela me levanta, ainda empolgada - Eu tive uma maravilhosa ideia!

- Hum? - acho que vou me arrepender.

- Vou dormir no seu quarto hoje. Dividimos a cama e temos uma noite só nossa! - até que não era má ideia - Já participou de uma noite assim?

- Não - dou de ombros.

- ISSO VAI SER MUITO BOM! - ela saltitava no mesmo lugar em que estava, alegremente - Primeiro, vamos pro spá e depois pegamos o vinho. Vou pedir pra deixarem as comidas no seu quarto.

- Tudo bem - respondo, levemente alegre. Parece divertido mesmo.

- Então vamos - e ela voltou a me puxar sem mais nem menos. Meus pés não passam de hoje.

***

- Então quer dizer que aquela anã raquítica estava querendo te dar um golpe? - Regina me pergunta, deitada de barriga no delicioso colchão do meu quarto. Em uma mão, ela estava com uma taça do novo e delicioso vinho. Na outra, um pedaço de queijo que deve custar a minha nova casa - Que vaca...

- Poisé - respondi, bebericando um pouco da bebida.

- Bom, ainda bem que veio então. Eu estava morrendo de saudade de vocês duas - Regina se ajeitou, puxando um pouco a barra da curta camisola branca de seda. Calmamente, também arrumo a barra da minha, que estava presa entre as minhas pernas.

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