Capítulo 18 - Azriel

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Iriamos a Cidade Escavada hoje. Não só para que Nestha fizesse com que Eris lambesse seus sapatos, mas também para anunciar a gravidez do primogênito da Grã-Senhora da Corte Noturna. Claro que estávamos nervosos, mas, hoje de manhã, eu e Lizzie tiramos um tempo para meditar e relaxar a cabeça. Imagino que, como qualquer coisa relacionada conosco, irá dar muito errado no início e por um milagre não acabar numa terceira guerra contra a Outonal.

Lizzie se arrumava com Mor e Elain, que haviam chegado tinha algumas horas e se alojado no nosso quarto. Enquanto isso, eu estava na sala, andando de um lado para o outro, apenas esperando que elas descessem. Desse jeito, vamos nos atrasar. De repente, vejo Honey descendo as escadas.

- Vão para onde? - ela me pergunta, se aproximando.

- Para a Cidade Escavada - falei, cruzando os braços.

- Por que eu não posso ir também? - ela questionou, me imitando. Nesse instante, toda a cor do meu rosto sumiu.

- O que? - perguntei novamente para ter certeza que estava escutando certo.

- Por que tenho que ficar sozinha aqui enquanto vocês se divertem? - Honey questionou novamente.

- Você sabe o que é a Cidade Escavada?

- Sei - ela começou - Faz parte da Corte dos Pesadelos e é antiga sede da Corte Noturna, mas ainda não respondeu a minha pergunta.

- Acho que você respondeu a sua própria pergunta - falei, me abaixando um pouco para ficar cara a cara com ela - Lá não é um lugar legal e muito menos para diversão. Pelo contrário, é perigoso e só malucos vão para lá.

- Você é maluco então? - Honey riu, ainda de braços cruzados.

- Mais ou menos - belisquei o seu nariz, a fazendo rir mais. Eu ia tão tranquilo todas as vezes por que tenho liberação para matar quem eu quiser e quando eu quiser. Incluindo Keir. O melhor, é que ele sabe disso - Eu sou mais como um guarda costas dos seus tios, junto com o Cas.

- Então você mata quem tentar fazer mal a eles? - eu não esperava esse raciocínio, mas ela estava certa. Assim, dolorosamente, assinto. Para a minha surpresa, ela não sentiu nojo ou repulsa (como se ela já soubesse), continuando - Então por que a Mana e a Elain vão?

- Já participou de uma reunião? - tentei explicar do melhor jeito possível.

- Espionei algumas da Madame - ela disse, sorrindo de forma sapeca. Quando franzo a testa, incrédulo, Honey dá de ombros - Tem muitas passagens secretas naquela mansão.

- É basicamente uma daquelas reuniões, só que, como qualquer pessoa não pode entrar aqui em Velaris, fazemos as negociações lá, pois é um lugar público - respondi, segurando suas mãos - E hoje, suas tias e a Mana são importantes para a discussão, entendeu? - a menina assentiu - Fora que você não vai estar sozinha. Cerridwen e Nuala estão vindo para ficar com você.

- Tata?

- Sim, linda?

- Se lá é tão perigoso, vocês podem se machucar? - ela semicerrou os olhos, confusa.

- Acho que é você quem está maluca, fofinha - ri, baixinho - Já viu alguém levantar a voz para mim? Eles se mijam todos quando me veem.

- A Mana já gritou com você... - Honey pensa um pouco, abrindo um sorriso irônico.

- Isso por que eu tenho medo dela - respondi, dando um beijo na sua bochecha - Mas não fala isso para ela. Se não, a Mana vai me chamar de gatinho medroso.

- E a Madame também.

- Eu só deixo ela falar assim comigo por que é uma velha caduca e por que tenho medo da Mana - brinco.

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