Capítulo 15 - Azriel (Parte 1)

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Assim que me separei da minha parceira, não demorou muito para esbarrar com Eureka. Ele parecia mais contente do que o normal. Havia algo estranho. Ao me encontrar, ele me parabenizou pelo bebê e disse que a Lizzie tinha o contado poucos segundos atrás. O Félis me guiou para o seu escritório na ala verde da mansão, dizendo que tinham informações novas.

- São urgentes? - perguntei, ansioso. O macho abriu a porta do seu escritório e indicou que eu entrasse primeiro. E eu o fiz, sem hesitar. Eureka entrou logo depois de mim e fechou a porta.

- Algumas sim e as outras achei que você gostaria de saber - Eureka foi até a sua mesa, que ficava de costas para uma grande janela, coberta por cortinas pretas que deixavam o cômodo todo escuro.

O escritório era parecido com o da Madame, tirando que estava cheio de pilhas de papéis e velas acesas em cima da lareira. Esse lugar era frio. Eureka puxou alguns papéis de cima da sua mesa, amontoada de documentos e armas. Então, ele se aproximou de mim, me entregando os arquivos. 

- Esses primeiros são sobre as ex-Rainhas Mortais - ele me indicou, pegando uma pequena luz feérica, pendurada por um cordão de metal. Finalmente estou conseguindo enxergar um palmo à minha frente.

Passando os papéis e lendo-os de forma superficial, percebo que elas estão se movimentando nas ilhas do sul de Prythian. E não somente elas, mas plantações e animais apareceram mortos de forma misteriosa. O Lorde disse que aqueles demônios que estavam na sua propriedade eram apenas versões betas. Será que elas tinham melhorado as suas criações?

- Até agora, é o que sabemos - Eureka me disse, enfiando as mãos nos bolsos da calça - Depois do feriado vou para lá tentar me aproximar dessas fazendas atacadas. Talvez tenha alguma pista.

- Tem uma espécie de demônios que está vagando por Prythian. Eles eram fracos e pequenos (em relação a soldados illyrianos) - o alertei.

- Estou ciente disso - ele me informou, me fazendo arquear a sobrancelha. O Félis suspirou - Acho que o Lorde mandou um desses diabinhos para encontrar a Lizzie - eu o encarei, assustado. Porém, Eureka logo me acalmou, continuando - Não se preocupe, o encontrei passeando pela velha cabana dela.

- E o que aconteceu com ele? - perguntei, devolvendo os papéis para o macho.

- Eu tinha separado a sua cabeça do seu corpo e joguei os dois em uma prisão no castelo da Madame - Eureka pegou os documentos, jogando-os sobre a mesa, cansado - Fui um tolo. Achei que já estivesse morto. Quando fui vê-lo, horas depois, o demônio tinha fugido pelas grades da janela. Segui o rastro pela neve, mas logo foi apagado.

- Acha que ele voltou para as Rainhas?

- Acho que não - Eureka limpou a garganta - Pelo o que eu ouvi sobre os demônios que você encontrou, eles eram ainda mais inferiores ao que eu vi. Os seus não se regeneram.

- Possivelmente eles possuem um tipo de hierarquia. Talvez o que você viu era único dentre os outros inferiores - me lembrei da batalha contra aqueles diabinhos - Com poucos cortes eles praticamente se explodiam em sangue negro e vísceras fedidas. 

- Se todos foram invocados pelas mesmas pessoas, então os ingredientes foram diferentes - o Eureka pensou em voz alta.

- Ou em quantidades diferentes - continuei o raciocínio, o encarando.

Do corredor, escutei alguns passos leves próximos à porta. Então, alguém bateu na porta. Duas batidas com a lateral do mindinho. Revirei os olhos. Já sei quem é. Eureka também deveria saber, já que foi abrir a porta com as orelhas baixas. O macho puxou só um pouco a porta, mostrando Regina pela fresta.

- Vão sair da Caverna do Guerreiro ou vou ter que esperar aqui de fora? - Eureka iria argumentar com alguma coisa, porém, foi interrompido - Sabe que eu sou alérgica à poeira e a pêlos de gato.

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