Capítulo 9 - Azriel

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Ps.: Os capítulos serão um pouco grandes a partir daqui, porque vou ter que abordar quase seiscentas páginas do livro da Nestha em um pouco menos de vinte capítulos. 

Mas vamos logo para a história! 

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Já era manhã, finalmente. Nós dois acordamos nem tão cedo, por ainda estarmos cansados. Na verdade, o nosso despertador foi Cassian praticamente socando a porta da Nestha a mandando sair dali logo. Ainda bem que o quarto da Honey era longe do dela. Enquanto ele estava ocupado discutindo com a fêmea, eu e Lizzie nos empurramos em direção a banheira. 

Sinceramente, não tenho tanta aversão a água, mas fui criado em um campo de batalha, era comum que tomássemos banho apenas quando extremamente necessário. Quando fiquei mais velho, arrumando empregos mais...sujos, precisei tomar banho com mais frequência. No entanto, não com tanta regularidade quanto Lizzie, que chegava a tomar dois no mesmo dia, tendo muito relacionado com a sua cultura.

E de certa forma, ela acabou me incentivando a me limpar mais. Agora é estranho pensar que Cassian só se lava quando estritamente necessário. Pelo menos ele tomou banho dois dias seguidos...antes de Nestha vier. Será que devo me preocupar em vigiá-los em público?  

Saindo de lá pingando água, nós nos vestimos. Lizzie colocou vestiu uma camisola de linho limpa por cima do sutiã e da calcinha, ajeitando as camadas de tecido por cima logo em seguida. Primeiro, uma saia azul marinho longa, depois uma camiseta com os ombros baixos e, por fim, um espartilho florido preto por cima. 

Adoro quando ela puxa o longo cabelo negro por cima do ombro e se vira de costas para mim, pedindo para que eu puxasse a roupa. Gosto de, depois de amarrado o espartilho que empurrava ainda mais os seus seios fartos para cima, beijar seus ombros nus, sentindo a sua pele quente contra os meus lábios.

Eu apenas coloquei uma outra armadura, pois a de ontem estava suja de sangue e suada. Ontem, no início da tarde, depois de deixar Honey em casa, tive que fazer um trabalho. Não vou mentir, houve mais sujeira do que deveria e eu tentei limpar a roupa, mas ainda ficou um pouco que eu não consegui tirar com o pano úmido quente.

Não me importo em fazer o trabalho sujo e sei que ele é necessário. "Pelo menos eu tenho estômago para ele", me lembro. Era verdade. Algumas vezes, até mesmo sentia prazer ao cortar os ligamentos da coxa de alguém, bem lentamente. O que está começando a me incomodar é pensar que a Honey possa sentir o cheiro do sangue e pensar que eu sou a porra de um monstro.

Eu não quero perder o que tenho com ela, apesar que aquela garotinha sempre será a minha menininha. Lizzie e eu ainda não tocamos no assunto (e como ela não se lembra muito do que aconteceu naquela noite na floresta humana), sinto que ainda podemos esperar até ela ter um pouco de maturidade. Às vezes, me pego pensando se Lizzie realmente não se importa com o que eu faço para viver.  

Então, quase vinte minutos depois de nos levantarmos, nos separamos. A minha parceira vai em direção à cozinha e eu vou acordar Honey. Ao final do corredor, vejo Cassian, extremamente irritado e de braços cruzados, esperando Nestha sair do quarto. Quanto mais tempo ela puder o fazer surtar, melhor será para a fêmea.

Simplesmente decido o ignorar, afinal, não é problema meu...por enquanto, e continuo a andar, parando de frente para a porta da Honey. Dou duas batidinhas na porta e a abro. Quando vejo, tenho vontade de rir, mas me contento com apenas um sorriso alegre. A menina estava com a cabeça apoiada para fora do travesseiro, dormindo profundamente de boca aberta e com um pouco de saliva escorrendo pela a sua boca.

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