Prólogo

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Hey, pessoas! Todos bem?
Estava com saudades...
Estou de volta, com mais uma adaptação Camren (Lauren G!P).
História tranquila, do jeito que amamos. Hahaha
Vamos a mais uma?
Mesmo esquema das outras: atualizações rápidas, conforme consigo publicar, mas vamos terminar rapidinho.
Então vamos...


Boston
Passado

Eu tento me concentrar na letra de All I Want for Christmas Is You tocando ao fundo, mas meus olhos traiçoeiros continuam seguindo
na direção da mulher que veio com Ethan.

Lauren Jauregui — meu irmão disse ao me apresentar e como sempre acontece quando fico perto de estranhos, não consegui encará-la por muito tempo.

Na verdade, ela não é bem uma estranha, já que se conhecem desde a adolescência. Pelo que Ethan me contou, estudaram juntos, mas é a primeira vez que vem aqui.

Olho-a disfarçadamente outra vez.
Jesus, ela é bonita. Toda vestida de preto, o cabelo meio bagunçado e o rosto que poderia ser de uma modelo fotográfico: boca perfeita, nariz fino e uma pele branca que mataria de inveja até mesmo residentes em cidades geladas.

Apesar do conjunto deixar qualquer garota com sangue correndo nas veias de pernas bambas, foram seus olhos o que mais me impressionaram: são verdes como os de um gato.

Você fica meio que hipnotizada quando a encara. Tanto pela beleza da cor, quanto pela frieza que passam.

Não há qualquer calor na mulher.

Estou observando-a como uma compulsiva a noite inteira e ela se mantém afastada dos outros convidados, assim como eu e acho que temos o fator antissocialidade em comum.

Qual deve ser a idade dela? Provavelmente a mesma de Ethan, que é dez anos mais velho do que eu.

Toda vez que ela me pega encarando, me olha de volta, mas não sorri, o que faz meu rosto arder de vergonha porque tenho a sensação de que consegue adivinhar tudo o que estou sentindo.

Uma espécie de ardor tomou conta do meu corpo desde que ela chegou à festa de Natal na casa da minha mãe e minha barriga parece que tem borboletas dançando dentro dela.

Não é como se eu nunca tivesse ficado perto de alguém bonito. Não estudo mais em um colégio de freiras. Já conheci rapazes e moças bonitas desde que comecei a cursar moda em Paris, há alguns meses, e não sou mais uma quase noviça, como Dinah continua me chamando só para implicar.

Suspiro, imaginando a que horas essa festa vai acabar.

Eu não venho há muito tempo visitar a minha mãe e mesmo assim, poucos dias depois de chegar, já sinto vontade de ir embora.

Eu não aguento mais ter que fingir sorrir e ficar repetindo as mesmas coisas.

Sim, eu estudo moda em Paris.
Sim, eu gosto da cidade.
Sim, eu estou muito feliz morando pertinho da Torre Eiffel.

Não acredito que qualquer uma dessas pessoas esteja mesmo interessada em conversar comigo, mas é "protocolo" ser educado com a filha da anfitriã.

Corro a vista pela sala e vejo que Lauren desapareceu.

Ela não foi embora ainda, isso é certo, porque meu irmão está conversando com uma morena e os dois vieram em um carro só.
Também não acredito que tenha ido lá para fora, porque está nevando para caramba.

Eu deveria ficar aqui, mas estou curiosa para saber onde foi e impulsivamente, começo a andar pelo corredor do primeiro piso para ver se consigo encontrá-la.

Ouço vozes na biblioteca e sigo para lá, mas paro na porta entreaberta quando percebo que Lauren e minha mãe estão no aposento sozinhas.

Sinuhe fala alguma coisa baixinho, o corpo inclinado na direção dela, o que é bem estranho porque quando Lauren chegou com Ethan, ela disse que a amiga do meu irmão era uma espécie de "selvagem" vestida em roupas caras, por causa do cabelo "bagunçado".

Eu discordo, claro. Lauren é a mulher mais bonita que já vi na vida e além disso, ainda tem um algo a mais.
Um tipo de ímã, que me atrai em sua direção, não importa o quanto eu tente dizer a mim mesma que é rude ficar encarando as pessoas.

— O que você disse? — minha mãe de repente pergunta, parecendo indignada, o que faz com que sua voz saia meio esganiçada.

Eu já conheço aquele tom, é o mesmo que usa quando acertam a idade dela. Mamãe gosta de parecer mais jovem e por isso não permite que meu irmão a chame de "mãe".

— Ouviu perfeitamente, senhora — a amiga de Ethan responde e a voz, enfatizando a última palavra, soa como o corte de uma faca afiada.

Ela ainda fica encarando-a por alguns segundos e depois abre a porta e me pega em flagrante. Entretanto, acho que nem me vê. Seu rosto está raivoso.

Eu deveria me desculpar com Lauren pela falta de educação ao espioná-las, mas ao invés disso, fico parada a cerca de cinco metros, olhando-a sem dizer nada.

Ela não pergunta o que estou fazendo aqui e me sentindo um pouco mais encorajada, dou um passo para dentro da biblioteca.

Lauren me olha como acho que um predador faria com sua presa e meu corpo inteiro reage com tanta intensidade que é como se alguém tivesse me ligado a uma tomada.
Estou refém dos seus olhos. Eles parecem mais escuros agora e me mantêm no lugar como se fossem algemas invisíveis.

Sua postura deveria me assustar também. Ela parece agressiva, embora não se mova.
Acho que é de sua personalidade, mesmo.

Talvez minha mãe tenha uma certa razão quando a classificou como selvagem.
Há algo meio primitivo nela.

— O que você quer, menina?

É a primeira vez que fala comigo. Quando fomos apresentadas, apenas acenou com a cabeça.

— Eu...

Antes que eu responda, meu irmão surge, chamando-a, mas quando me vê, pergunta:

— Mila, o que está fazendo aqui?

— Eu vim ao banheiro e me confundi com as portas.

Nossa, eu sou muito ruim em dar desculpas. Morei nessa casa por doze anos! Como poderia ter errado as portas?

— Deveria voltar para a festa, ou Sinu vai pegar no seu pé — diz e, louca para sair daqui, apenas faço que sim com a cabeça e quase corro para fora.

— Vamos embora, Lauren. — Escuto meu irmão dizer. — A nevasca vai aumentar e eu já escolhi minha companhia para hoje. Ela tem uma amiga ansiosa para te conhecer.

Ando mais depressa, sem querer ouvir a resposta de Lauren.

Eu sou uma idiota.

O que estava passando pela minha cabeça? A amiga de Ethan é uma mulher, não uma menina.

Sou apenas uma garota inexperiente que nunca despertaria o interesse de alguém como ela.

A melhor coisa a fazer é colocar meus neurônios no lugar e os dois pés no chão.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora