Capítulo 21 - Más Lembranças

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Bom diaaa!!!
Vamos ao primeiro de hoje?
Estou saindo para o trabalho e ao longo do dia é um pouco mais complicado postar. Mas, vai que... Hahahaha
Boa semana para vcs, fedorentos!

LAUREN

Eu não quero pensar no que acabei de concordar.

Esqueça que eu sou irmã de Ethan só por hoje. Eu nunca me diverti e quero fazer isso com você — ela disse.

Eu posso fazer isso sem ir além, sem destruí-la.

Estou apenas protegendo-a de algum predador.

É isso!

Um predador que não seja você mesma?

— Você me disse que não queria ir para sua casa porque não se sente confortável perto de Ramon. Fale-me sobre isso — peço, após abrir a porta do carro para ela e fechar seu cinto de segurança.

— Quer conversar sobre Ramon agora?

— Por que não?

— São más lembranças.

— Conte-me — falo, quando começo a dirigir.

— Antes, deixa eu te fazer uma pergunta: quer saber a respeito disso porque prefere que eu vá ficar com Sinu esse mês em que Ethan está fora? Porque se for, não se dê ao trabalho. Vamos poupar tempo. Posso pedir a Dinah, minha melhor amiga, para que a mãe dela, dona Milika, me deixe ficar lá. Tenho certeza de que me receberão bem.

— Não estou te mandando embora. Você não vai a lugar algum, Camila, mas preciso saber do que tem medo.

— Eu não disse que tinha medo dele.

— Desconforto é um dos nomes do medo. É nosso sexto sentido avisando quando uma situação é perigosa.

— Não parece do tipo que acredita em intuição. Parece 100% racional.

— Talvez seja uma característica que herdei de um dos meus pais biológicos, eu não saberia dizer, o fato é que a intuição já me livrou de ser mor... — pauso, mas não rápido o suficiente e ela pergunta:

— De ser morta?

— Fui soldado — respondo, desconversando, porque ela não faz ideia do que eu e o irmão fazemos realmente.

— Parecia estar falando no presente. Eu sei que você e Ethan são sócios da maior empresa de segurança do mundo, mas pensei que contratavam guarda-costas. Correm risco de morte?

— Viver é um risco.

— Entendeu o que eu quis dizer.

— Conte-me sobre seu padrasto, Camila. Meu trabalho não é algo do qual eu possa conversar.

Ela olha e sei que está chateada porque acha que a estou tratando como criança.

— O que pode haver de tão secreto em uma empresa de segurança? Não é como se vocês fossem a CIA ou o FBI.

Eu me calo e ela parece se dar por vencida.

Suspirando, diz:

— A razão não é somente o fato de que fico desconfortável perto de Ramon, e sim porque já há algum tempo, eu deixei de me sentir segura naquela casa.

— Como assim? O que há lá para que você sinta medo?

Ela olha para a estrada agora.

— Eu não sei se vou conseguir explicar. Sensação de insegurança, como quando uma pessoa caminha na rua em uma noite, bem tarde. Eu me sinto assim, lá. É como se houvesse um perigo que eu não consigo ver. Sempre acontecia quando eu estava dormindo. Eu acordava assustada, como em meio a um pesadelo.

— O que acontecia quando você estava dormindo?

— Como eu disse, era apenas uma sensação. Algumas noites eu... pensei ouvir até mesmo uma respiração perto de mim e em outras ocasiões, uma luz, como um flash da câmera do celular, mas pode ter sido apenas minha imaginação. De qualquer modo, eu ficava apavorada. Fechava os olhos muito apertados até a sensação passar e depois de um tempo, escondia-me no closet, atrás dos casacos, esperando amanhecer. Uma vez, a empregada me encontrou dormindo e avisou a minha mãe. Quando expliquei o motivo de estar no armário, Sinu disse que eu era velha demais para acreditar em fantasmas. Eu tinha quinze anos.

O raciocínio sobre o que Camila está me contando é rápido porque a matemática é simples, mas eu não quero acreditar que seja verdade ou eu vou matá-lo. Ramon será a primeira pessoa que matarei fora de uma missão, então me policio para ouvir o que ela tem para dizer até o fim.

— Está achando que sou doida? Sei que fantasmas não existem.

— Não, eu não estou achando que é doida.

A ideia de que alguém possa lhe fazer mal traz à tona a agressividade que mantenho sob vigilância.

É inominável os palavrões que chamo Sinu em minha cabeça.

Como uma mãe pode ignorar o medo da filha adolescente dessa forma? A garota é linda e havia um homem na casa sem qualquer parentesco com ela.

Foda-se! Isso está me deixando louca.

Sim, Ramon.

Só poderia ser ele. Quem mais entraria sorrateiramente no quarto de uma menina no meio da noite para observá-la?

Até onde eu sei, todos os empregados da casa são mulheres. Ele era o único homem, além de Ethan, a conviver com Camila.

É doentio para caralho.

Imaginar aquele porco com as mãos imundas nela é mais do que consigo lidar.

— Alguma vez sentiu que a tocavam?

— Não que eu lembre — diz e se vira no banco para me olhar. — Lauren, está tudo bem. Não aconteceu nada.

— É anormal não conseguir se sentir segura dentro da casa da sua família, Camila.

— Você disse bem: a casa da minha família. Aquela nunca foi a minha casa.

— Eu vou tirar essa história a limpo.

— Como assim?

— Não posso falar a respeito, mas não quero que você volte lá.

— Isso é impossível. Por mais que eu queira manter distância daquele lugar, há momentos em que sou obrigada a ir. A festa beneficente anual que minha mãe oferece, por exemplo.

— Vamos conversar sobre isso depois. A festa é um evento isolado. Estou falando de visitas. Não quero que vá lá até eu pensar a respeito do que me contou.

Até que eu vire a vida daquele filho da puta do avesso, é o que eu quero dizer realmente.

— Tudo bem. Não tenho razão para visitá-la no momento, mesmo. Agora, podemos parar de falar desse assunto? Eu te chamei para sair. É a primeira vez que faço um programa de adulta. Eu quero me divertir e nada além disso.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora