Pureza versus devassidão.
Luz versus escuridão.
Amor versus vingança.
Quando o destino une essas duas almas tão diferentes, a bilionária reluta em permitir que a atração avassaladora que sentem emerja, mas a decisão não está nas mãos dela.
Camila...
Estou sentada em uma poltrona no quarto de Bruno, enquanto ele brinca deitado no chão.
Virou uma rotina vir visitá-lo e a cada vez, nossa ligação aumenta. Eu já não tenho dúvida de que o quero para mim, embora meus advogados tenham dito que o processo não será tão rápido.
Ethan está finalmente voltando da África e decidi que vou conversar pessoalmente com ele sobre meu relacionamento com sua amiga.
Embora a lealdade de Lauren a tenha impedido de me contar que foi meu irmão, sim, quem interveio em nossa relação da outra vez, eu sei que foi isso.
Ethan terá que entender de uma vez por todas que não sou mais um bebê e sim, uma mulher plenamente capaz de tomar decisões e o que quero é ficar com Lauren.
Olho para o relógio e sei que daqui a pouco Theo chegará com uma sacola de brinquedos que encomendei para Bruno. Dei a ele um resumo sobre o meu novo amiguinho, compartilhando muito superficialmente sua história, mas ele não fez qualquer outro questionamento.
É uma das coisas que gosto nele. Theo não fica tentando fuçar a vida alheia como a maioria das pessoas. Se eu quero falar sobre algo, ele me ouve e aconselha, mas se eu opto por guardar segredo, isso não é um problema também. Não fica chateado ou me cobrando.
Sorrio, enquanto ouço Bruno conversar consigo mesmo. O menino é muito curioso e inteligente e adora jogos de montar. Quem sabe não será um futuro engenheiro?
— Anjo Camila, você está com fome? — meu homenzinho me pergunta.
Ele ergue a cabecinha, deixando os blocos com os quais estava brincando momentaneamente de lado.
— Eu comeria um lanchinho, sim, e você?
— Eu não sei, mas acho que tem um dinossauro na minha barriga. Ele ronca querendo comida e eu preciso dar para que me deixe brincar em paz.
Seguro a custo uma risada.
— Ah, sim, dinossauros famintos podem dar um trabalho danado. O que será que ele gostaria de comer?
Ele olha para o próprio abdômen, fingindo pensar.
— Acho que ele gosta de leite e biscoitos.
Deus, ele é tão esperto.
— Tudo bem. Deixe-me chamar a enfermeira para ficar com você enquanto saio à procura de alimento.
— Mila, eu já sou grande — diz, revirando os olhos. — Posso esperar quietinho. Ninguém precisa tomar conta de mim.
— É claro que é, mas ainda assim ficarei mais tranquila se ela lhe fizer companhia.
— Você vai dormir aqui hoje?
Ele me faz a mesma pergunta todos os dias e meu coração sempre se aperta de tristeza.
— Eu não posso, lembra? Preciso estudar, mas como combinamos, voltarei para te ver.
Ele me oferece o dedo mínimo para selarmos um pacto e eu não hesito antes de aceitar.
— Porque Mila nunca mente.
— Isso mesmo. Mila nunca mente, bebê. Pode confiar em mim.
Ele volta a brincar, mas quando já estou quase saindo do quarto, diz como se falasse consigo mesmo:
— Eu confio em você. — E a seguir: — E em Lauren também.
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