Capítulo 50 - Vamos Ver

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Último capítulo de hoje, gente!
Foram 10, hoje de novo.
Amanhã entraremos na reta final e finalizamos na sexta-feira.
Final de semana vcs ficam órfãos, morrendo de saudades. Hahahaha
Vamos...

LAUREN

— Seu apartamento ou meu? — pergunto, antes de colocar o carro em movimento.

— Eu não quero...

— Responda, Camila.

Seus olhos parecem prestes a lançar chamas, mas eu não dou a mínima. Tudo o que importa é que ela está aqui comigo.

— Eu não vou voltar para a sua casa.

— Certo — concedo —, seu endereço então.

— Ainda não o obteve? Pensei que você e meu irmão soubessem tudo da minha vida.

— Quando vi seu bilhete, vim direto para cá. Só descobri que havia fugido dos seguranças ontem.

— Eu não fugi.

— Não? Como chama então sair sorrateiramente de seu próprio edifício pela entrada traseira? Quer ser tratada como adulta? Haja como uma.

— Eu estava chateada com você — diz na defensiva. — Ainda estou, se não percebeu. Além do mais, eu passei o endereço para o meu irmão. Ethan sabia para onde me mudei.

Tento fingir que o golpe não me atinge, mas é uma espécie de porrada dupla. Dela porque não se deu ao trabalho de me dizer para onde ia e de Ethan, porque mesmo ciente de que há algo entre nós, não me avisou sobre o paradeiro de Camila.

Ele me conhece e sabia que quando eu chegasse em casa e não a encontrasse, ficaria louca.

— Basta me deixar na entrada do prédio — blefa, porque nós duas sabemos que não há a menor chance disso acontecer.

— Vou subir.

— Nós não vamos... eu não vou... se você está pensando...

Eu não arranquei com o carro ainda, esperando que me passe o endereço. Também não me dou ao trabalho de responder e apenas ergo uma sobrancelha, mostrando que não acredito em uma palavra do que diz. Tenho quase certeza de que talvez nem ela mesma o faça.

Finalmente, inclina-se e começa a digitar o endereço na tela do GPS, no painel do carro. A seguir, pega o celular, desculpando-se com Theo por deixá-lo sozinho e posso ouvir a risada dele do outro lado.

Assim que começo a dirigir, ela vira o rosto ostensivamente para a janela.

Eu sei que estou errada para caralho, mas não consigo pensar com clareza nesse exato momento. Lógico, poderia culpar o monte de merda que tem acontecido: a frustração de ver a organização criminosa escorregar entre meus dedos, ter que lidar com as crianças quando sempre mantenho tudo em um plano impessoal, mas a verdade é que o que está realmente roubando meu sono, é ela.

Eu sempre me considerei uma mulher fria e imune a emoções, mas desde que Camila entrou definitivamente em minha vida, não consigo mais manter a indiferença habitual.

— Você não deveria ter agido daquele modo na festa — ela enfim começa e eu fico em silêncio, aguardando. — Fará com que as pessoas pensem que há algo entre nós. Nem chegamos a oficializar nada e já acabou.

— Não pensarão nada além da verdade. Há algo entre nós — repito suas palavras, enfatizando o algo para deixar claro que a ironia não passou despercebida.

Ela solta um bufo irritado e me deixa ligada novamente. Por tão louco que possa ser, eu quero tudo de Camila, até mesmo a ira.

O endereço é bem próximo ao nosso, cerca de cinco minutos de carro e de uma certa maneira, acalma-me saber que posso alcançá- la facilmente caso precise.

Sei que ela está certa em querer dar os primeiros passos na vida adulta, mas os motivos que a levaram a ir embora me fazem um mal fodido.

— Você tem estacionamento?

Ela acena com a cabeça, ainda parecendo muito zangada, mas mesmo assim pega o telefone e liga para o que eu suponho ser a portaria do prédio.

Instantes depois, estamos do lado de fora, esperando a porta da garagem abrir.

Estaciono e saio do carro. Vou buscá-la do seu lado porque tenho a sensação de que ela está prestes a fugir.

De mãos dadas, deixo que lidere o caminho para o elevador. Já dentro, ela se solta de mim e mesmo irritada, permito que se afaste. Por enquanto.

Recosto em uma das paredes e observo sua linguagem corporal, mas rapidamente perco o foco quando vejo o contorno dos seios subindo e descendo no vestido.

O movimento me hipnotiza, enquanto lembro da sensação dos mamilos na minha língua.

Porra!

Quando torno a olhar para seu rosto, sei que fui pega em flagrante porque sua respiração é falha agora. Percebo que ela está fazendo força para se manter impassível, mas também treme, talvez de raiva e desejo na mesma medida.

— Pare com isso. — Ela finalmente não consegue se segurar.

— Parar com o quê? — Jogo de volta, a voz já rouca de tesão.

Seus olhos estão cortantes, afiados e isso só faz piorar minha necessidade.

— Não vai acontecer nada — repete e não duvido nem por um segundo que está tentando convencer a si mesma. — O que houve na casa da minha mãe foi um erro.

Eu me aproximo o suficiente para sentirmos a respiração uma da outra, mas não a toco. Ao invés, quase colo minha boca em seu pescoço delicioso, apenas o bastante para fazer sua pele se arrepiar.

— Vamos ver.

— Não vou ceder de novo. Foi um momento de fraqueza.

Aquilo me deixa puta.

— Ceder? É como chama a maneira que descia e subia no meu pau naquele banheiro? Faz com que se sinta melhor pensar que a tomei à força?

Ela me olha, parecendo indignada.

— Não foi isso o que quis dizer.

— Foi, sim. Está sendo contraditória, Karla. Quer gritar por sua independência, mas prefere acreditar que te seduzi quando, na verdade, não fiz mais do que dar o que nós duas queríamos.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora