Capítulo 19 - Por Que Sumiu?

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LAUREN

Eu estive completamente incomunicável durante todo o dia de ontem porque precisei seguir uma pista sobre o paradeiro da organização de Jonathan.

Deixei Blood cuidando dela, mesmo acreditando que Camila não iria se meter em confusão. Confio plenamente nele e sei que se acontecesse algo, entraria em contato comigo.

Eu dei ordem a Blood de que a monitorasse, mas não designei guarda-costas.
Com o que acabo de saber agora, isso vai ter que mudar.

Não contava que ela fosse sair por horas, até a noite e com o celular desligado.

Camila chegou em casa ontem por volta das nove, segundo acabo de saber. Ela não se preocupou em avisar ao irmão para onde foi ou explicar o motivo pelo qual o maldito telefone estava desligado.

Eu mal cheguei em Boston e quando fui informada do ocorrido, peguei a estrada — o que significou mais de quatro horas dirigindo — para ir encontrá-la em Hamptons.

Eu não tinha a intenção de vir, apesar do convite-provocação que me fez, porque estar sozinha com Camila na praia seria tentador demais, mas fiquei insana quando soube que ela desapareceu do radar ontem.

Do meu radar.

Puta para caralho depois do que Blood me informou, liguei o notebook e rastreei a última localização de seu smartphone na noite de ontem. Não me importo se me odiará por invadir sua privacidade. A segurança dela é prioridade.

A tela mostrou que foi em um shopping center a pouco mais de quinze minutos da minha cobertura.

Pela lógica, eu deveria ter telefonado para ela na minha casa de praia e perguntado onde esteve ontem ao invés de vir, mas eu não me sentia racional naquele momento.

Eu me sentia louca.

E ainda é uma boa maneira para definir meu estado atual.

A tensão está dominando meu corpo porque desde que soube que Camila viria ficar conosco, eu não fiz sexo.

O quão fodido é isso?

Quando estava indo para casa hoje, cheguei a pensar em sair para encontrar uma parceira, mas não conseguiria tocar outra mulher que não fosse ela e saber que não posso tê-la está me deixando perto da ruptura.

Estou louca por Camila ter desaparecido ontem, mas não foi somente por isso que vim. Eu quero vê-la. Nunca achei que essa merda de voyeur combinasse comigo, mas se não posso tocá-la, posso ao menos olhar.

Ela falou em se divertir. Onde? Com quem? Estou ficando obcecada com a ideia de que outra pessoa a prove, porque quero ser a única a tocar minha garota proibida. A fazê-la gemer pela primeira vez.

Depois de falar com meus seguranças, que Blood selecionou para virem vigiá-la na casa de praia, desligo o carro e deito a cabeça no volante, pensando no que me espera lá dentro.
Os nossos encontros têm sido permeados de tensão sexual e hoje, particularmente, exausta da viagem e louca por ela ter sumido, eu me sinto volátil.

Eu poderia dizer que o que me controla nesse instante é a ira, mas seria mentira. A expectativa de revê-la é tão forte que é como se correntes elétricas estivessem por baixo da minha pele.

Entro na casa e as luzes estão acesas. Como é possível que eu consiga sentir sua presença antes mesmo de vê-la?

Camila é luz e irradia por cada lugar que passa, deixando sua marca.

Eu esperava encontrá-la na sala principal, mas em vez disso, um rock pesado se ouve do andar de cima.

Olho o relógio. Quase dez. Eu não esperava que estivesse dormindo, mas ao que parece, ela está dando uma festa.

Começo a subir a escada para o segundo piso.
Percorro todos os quartos, até encontrar o que se instalou — quase ao lado do meu.

Não estou preparada para o que vejo.

Camila está de costas, parada no meio do cômodo, somente com uma toalha em volta do corpo.

Eu puxo uma respiração profunda. O choque de encontrá-la quase nua fazendo meu corpo ferver.

— Onde você estava ontem? — pergunto, muito mais para controlar minhas emoções, porque eu sei perfeitamente de seu paradeiro na noite passada.

Ela se vira, com a mão no peito e o rosto pálido.

— Jesus Cristo! Agora posso ter certeza de que não sou cardíaca. Você quase me matou de susto, Lauren!

— Responda, Camila.

Os meus olhos traiçoeiros a percorrem. Eu sei que deveria deixá- la se vestir primeiro, mas não consigo me afastar.

Ela me encara com cautela, mas estranhamente, acho que seja pelo meu tom de voz, não porque está apenas de toalha na minha frente.

— Em uma livraria.

— Sozinha?

Ela ergue o queixo.

— Por que isso agora? Achei que fosse adulta, não uma prisioneira.

Invado totalmente seu espaço pessoal, mesmo sabendo que é uma coisa estúpida a se fazer.

— Diga. Com quem estava, Camila?

Eu achei que fosse imune ao ciúme, mas aparentemente, não. Imaginá-la com outra pessoa rompe meu controle.

Ela puxa o ar algumas vezes. As bochechas estão coradas e parece ansiosa.

— Estava com um rapaz que eu conheci — confessa, enquanto uma possessividade assassina impede-me de pensar. Ela põe a mão em meu peito. — Ele é gay.

Suas palavras me acalmam instantaneamente, mas não muda o fato de que eu estava prestes a sair à procura de um fodido rival imaginário.

A adrenalina da preocupação com a segurança dela, aliada ao ciúme, me faz jogar o bom senso para o alto e me aproximar da minha tentação um pouco mais.

Abaixo o rosto e apenas centímetros separam nossas bocas.

— Nunca mais suma assim.

Este é o momento em que ela deveria correr, mas ao invés disso, Camila se inclina para frente, as peles se encostando, o que me deixa dura como aço.

— Eu não sumi. Você está exagerando.

Claro que estou, mas aparentemente meu autocontrole desaparece quando se trata dela.

Obrigo-me a dar um passo para trás.

— Vista-se. Precisamos conversar.

Ela vem na minha direção novamente. Para muito mais perto de mim do que seria prudente. Eu quero desviar os olhos de seu corpo ainda úmido do banho, mas não consigo.

— Por que está tão louca comigo, Lauren?

— Vista-se, Karla — peço.

— Por quê?

— Não deveria estar somente de toalha na minha frente.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora