Capítulo 5 - Preciso Encontrá-los

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Sou muito legal com vocês. Enquanto vocês dormem, já publiquei MAIS três capítulos!!!
Como sempre, vamos terminar rapidinho. Nada de segurar atualizações. rsss
Vamos a mais um?
Este é um capítulo chave para o desenrolar da história. Fiquem ligados!
Vamos!

LAUREN

Feche os olhos e eles vão desaparecer, Lauren.
Basta se concentrar em um objeto ou até mesmo na parede e fingir que está de volta ao orfanato — digo a mim mesma.

É um truque que eu aprendi, mas que não dura muito. Ainda assim, é um alívio poder fugir por um instante que seja.

— Por favor Lauren, faça de uma vez ou eles serão ainda mais cruéis.

— Eu não quero. Não me peça para machucar você, mamãe.

Meu rosto está sujo de poeira e lágrimas, enquanto na minha cabeça, imploro a Deus uma maneira de me livrar dessa casa.

Eu estava tão feliz quando eles foram me buscar há dois meses. Pensei que finalmente ganharia uma família.
Já tinha dez anos e ninguém queria me adotar mais. A moça do orfanato disse que eu não sou o padrão.

Eu não sabia o que aquilo significava até que ela explicou para a outra funcionária que por eu não ter olhos azuis, parecer muito alta para a minha idade e ainda ter um pênis, me destacava demais.

Ninguém quer adotar uma criança incomum e que não parece com o resto da família — ela disse.

Então, fiquei muito agradecida quando eles disseram que me queriam, mas a alegria não durou.

A casa para a qual me trouxeram é muito bonita. Eu só tinha visto uma tão grande em filmes. Nem sabia que elas existiam de verdade.

Logo que chegamos, no entanto, eu achei tudo muito estranho, porque apesar de o segundo andar ter pelo menos seis quartos, Jonathan me colocou para dormir no porão.

O lugar parecia assustador, mas agora fico aliviada quando eles se esquecem de mim. Pelo menos assim posso fingir que vivo uma outra vida e que ele nunca me machucará novamente.

A mudança de pai bonzinho para mau aconteceu praticamente no dia seguinte em que cheguei, mas foi piorando aos poucos.

Eles quase não me alimentavam, mas apesar disso, davam muitas festas.

Havia homens com roupas engraçadas, andando com bandejas cheias de copos e também muita comida e bebida sendo servida.

Meu estômago roncou de fome, mas eu sabia que não deveria pedir.
Eu já havia tentado antes.

Logo que cheguei, quando eles me serviram apenas porções mínimas, quis repetir e foi a primeira vez que Jonathan me surrou.
Não foi a pior surra que levei na vida.

Essa já é a minha quinta ou sexta família adotiva, não me lembro direito.

Eu nunca sabia o que os deixava furiosos, então aprendi que era mais seguro ficar em silêncio. Depois de um tempo, você se acostuma com ele.

A vontade de receber carinho passa. Eu só queria uma casa e comida.

Então, quando já tinha perdido a esperança de ser adotada, mamãe Maria e Jonathan vieram e disseram que seriam meus pais.

Mas hoje, após um par de meses vivendo aqui, eu daria qualquer coisa para voltar ao orfanato.

Já tentei fugir uma vez, mas a surra que levei foi tão grande que não consegui andar com firmeza por dias. Ainda tenho as marcas da fivela do cinto na parte da frente da minha coxa.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora