Capítulo 11 - Eu Não Peco

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LAUREN

Camila é uma garota.
Ela pode estar revestida em um delicioso corpo de mulher, mas a cada coisa que fala, percebo que na verdade, é uma folha em branco. Isso me atrai e me empurra para longe dela na mesma medida, porque mesmo que Ethan estivesse fora da jogada, ela é inocente demais para mim.

Há um lado perverso meu que deseja corromper toda aquela pureza, mas se eu ficasse com ela, no fim, meu anjo proibido sairia quebrado.

Estamos paradas em um sinal e ela finge dormir.

Sim, finge.

Posso ver como seu peito sobe e desce depressa e sou experiente o bastante para saber a razão.

Camila pressente que não sou boa e que deve se manter distante, mas a atração física entre nós é forte ao ponto de não conseguirmos ignorá-la.

Seu perfil é de uma beleza assombrosa e somado à personalidade peculiar, me agrada demais.

Ela é delicada, mas não tão doce, porque a inteligência a impede de ser um cordeiro obediente.

Talvez seja o que o mundo vê: uma menina de aspecto frágil. Pelo pouco tempo em que estamos juntas, entretanto, eu percebo que dentro dela, Camila ferve.

Outra coisa que me fascina é que ela não tenta fazer joguinhos ou seduzir. Camila é autêntica ao ponto de atropelar os pensamentos — eventualmente impróprios quando chegam à boca, como quando falou sobre meus olhos.

Aprendi que algumas mulheres podem mentir com a mesma facilidade com que respiram, mas ao invés disso, Camila fala o que lhe vem à mente, até mesmo se autodepreciando às vezes.

Eu nunca pensei que uma garota inocente assim chamaria a minha atenção. Sou uma bastarda suja que gosta de sexo duro por horas, dias até, sempre com mulheres experientes e, no entanto, sem entender a razão, me vejo concentrada em tudo nela — no que diz e até mesmo a mania que tem de torcer o cabelo com as duas mãos em um rabo de cavalo imaginário antes de argumentar.

É como se uma teia invisível envolvesse nós duas.

Eu a quero. Eu desejo provar sua pureza, mas sei que se o fizer, vou destruí-la.

Meia hora depois, chegamos à garagem da minha casa.

— Camila, pode parar de fingir que está dormindo. Chegamos.

Ela bufa.

— Sabia?

— Sim. Sua respiração estava agitada.

— Eu sou toda agitada por dentro — diz, colocando a mão na maçaneta.

— Não.

— Não o quê?

— Vou abrir sua porta.

Ela me encara, mas como uma boa menina, põe as mãos novamente no próprio colo.

Deixo as malas para depois, indo ajudá-la a sair.

Ela aceita a mão que lhe ofereço, mas se levanta depressa demais, tropeçando e caindo diretamente em meus braços.

A respiração fica entrecortada quando a puxo para mim. Segurá-la não foi planejado, mas não quero soltá-la ainda.

Estamos coladas ao ponto de eu sentir cada curva dela e Camila dificulta minha vida se inclinando, roçando nossos corpos, talvez inconscientemente, porque não acho que tenha ideia do que está fazendo.

Ela é transparente. Seu desejo fica muito óbvio, mas não creio que esteja tentando me seduzir de propósito.

As reações dela têm o efeito de uma droga sobre meus sentidos, me fazendo desejar mais e mais.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora