CAMILA
— Você não vai dançar? — pergunto quando entramos no lounge da boate.
É claro que Lauren não quis ficar lá embaixo com o resto dos convidados. Às vezes eu me esqueço que ela e Ethan são melhores amigos e isso não pode ser a troco de nada. Os dois são muito parecidos. Meu irmão também odeia aglomerações.
— Não. Eu vim para ser sua segurança.
Reviro os olhos e tento não sorrir, mas é difícil porque mesmo sem querer, com toda aquela carranca de malvada, Lauren é linda e charmosa demais.
— Não queria se divertir, Camila? Dance para mim.
As palavras soam ásperas porque ela é áspera, mas mesmo assim, eu me derreto.
— Achei que você fosse brigar comigo sobre o meu telefone ter descarregado. Um dos seus homens parecia um pouco louco quando cheguei ontem.
— Ah, mas não tenha dúvida de que vamos conversar sobre isso em algum momento.
Apesar do que ela diz, seu olhar parece estar longe de preocupado com o incidente do telefone ontem.
Lauren me olha como se eu fosse algo que ela quisesse devorar.
E aqui está a verdade: eu estou louca para ser devorada.
Eu rezo em silêncio para Dinah, com toda sua desinibição, incorporar em mim, mas não funciona, então só fecho os olhos e deixo a música me levar.
Afasto-me e vou para uma pista menor, aqui mesmo na ala dos convidados vip, mas não tomo muita distância.
Quando a encaro outra vez, Lauren sentou-se em um banco alto, ao lado de uma mesa e tem os braços cruzados em frente ao peito. Ela parece absolutamente concentrada em mim.
Eu tremo de excitação, mas também de vergonha, tentando convencer a mim mesma de que não estou fazendo um papel ridículo.
Ela disse que se sente atraída.
Vamos lá, Camila. Dance para ela. Talvez seja sua única chance.
Olho em volta, tentando prestar atenção em como as garotas estão dançando, mas quando viro-me para encará-la, eu sei o que quero fazer.
Fecho os olhos e sinto a música, fingindo que ela está aqui comigo e sem que eu me dê conta, as minhas mãos passeiam por meus quadris e abdômen.
Há pessoas em volta, mas na minha fantasia, estamos apenas nós duas.
Não me sinto mais a pirralha que forçou uma estada na casa do irmão, e sim, linda e desejada.
Viro-me de frente para a pista e agora não posso vê-la. Segundos depois, percebo um corpo sólido por trás de mim e mãos substituem as minhas nos meus quadris. Ela não permite que eu me vire. Ao invés disso, dança colada, o corpo roçando no meu.
Por um instante, acho que estou sonhando, então eu sinto-a afastando meu cabelo e se inclinando.
— Está tentando me deixar louca, Camila?
Eu viro o rosto para trás.
— Estou conseguindo?
— Se você não fosse quem é, eu já teria te tirado daqui.
— E me levaria para onde? Já estamos juntas na sua casa.
— Não me provoque. Eu não tenho tanto autocontrole assim perto de você.
Os lábios quase encostam nos meus e eu gemo de ansiedade, fechando os olhos. Quando sinto a mão segurando meu rosto, sei que ela vai me beijar.
Mas ela parece mudar de ideia e me guia novamente para a mesa. Lauren se senta e me puxa para o meio de suas pernas.
— Eu não estava te provocando. Eu nem saberia como fazer isso.
A mão me segura pela mandíbula enquanto o polegar cobre meus lábios em uma carícia quase imperceptível.
Eu não penso quando os afasto e mordo seu dedo. Quero prová-la de alguma maneira.
Ela me puxa para mais perto, o braço passando por minha cintura e volta a sussurrar em minha orelha:
— Eu não sou a pessoa certa para ser a sua primeira, Camila.
Agora, os lábios deslizam pelo meu pescoço. Eu fico toda arrepiada e me agarro nos antebraços dela.
— Você está assumindo demais. Primeiro beijo. Só beijo.
— Se eu te tocar, não vou parar porque você é um tipo de vício. Eu vou querer provar tudo. Não sou uma princesa entre quatro paredes. Eu não mereço você, mas não consigo deixá-la ir. Por que eu não consigo te deixar ir, Camila?
Tento me manter séria, mas por dentro, estou excitada demais.
— Eu nem gosto de você. É uma arrogante. Mas se me beijar agora, vou deixar.
Ouço um bufo de riso e é algo tão novo se tratando dela, que eu me afasto para olhar.
— Você fica ainda mais linda quando ri.
— Eu não rio.
— Riu agora, porque eu sou uma boba sem filtro e te irrito e ao mesmo tempo, te divirto com as minhas besteiras.
Seu rosto fica sério outra vez.
— Eu nunca conheci alguém como você.
— Como eu?
— Alguém que diz o que está pensando sem se preocupar com as consequências.
— Estou nervosa para caramba, por isso estou falando sem parar. Eu já li alguns livros de romance e em nenhum deles a protagonista fazia seu par rir, quando na verdade queria que ele lhe desse um beijo de abalar a rotação da...
— Estou louca para te comer — ela diz sem medir as palavras e eu fico entre afrontada e uma poça de mel, porque acabo de descobrir que esse jeito rude dela me deixa mole e carente. — Mas eu só vou te dar o beijo que nunca teve. Sou uma maldita egoísta e quero ser a primeira.
Ela segura meu queixo e se aproxima, até que nossas bocas estão tão perto que se roçam.
Eu não paro de olhá-la e acho que a imagem do rosto dela assim, o olhar deixando claro que me quer, vai ser como uma tatuagem no meu cérebro para sempre.
Nem mesmo quando ela passa a língua no meu lábio inferior eu fecho os olhos, mas gemo, deliciada, com o centro das minhas coxas pulsando.
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CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)
Fiksi PenggemarPureza versus devassidão. Luz versus escuridão. Amor versus vingança. Quando o destino une essas duas almas tão diferentes, a bilionária reluta em permitir que a atração avassaladora que sentem emerja, mas a decisão não está nas mãos dela. Camila...