Capítulo 63 - Vou Dar Tudo o Que Pedir

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LAUREN

Estou perdendo minha sanidade.

Enquanto saímos do apartamento, ela sem sequer olhar na minha direção, me culpo pela visão de suas feições contraídas pela dor.

Não importa que tudo não tenha passado de uma armação visando protegê-la. Nada muda o fato de que, voluntariamente, fiz Camila sofrer.

Estou tão puta!

Com Ethan em primeiro lugar por ficar entre nós, mas, principalmente, comigo mesma por me deixar persuadir com o plano. Eu deveria tê-la trancado em um castelo se fosse preciso,
para mantê-la segura, mas nunca ferir seus sentimentos desse modo.

Eu me coloco em seu lugar, imaginando entrar em uma sala daquela e testemunhando alguém seminu se oferecendo para ela.

O resultado não seria bonito. Eu mataria a desgraça, mas ao invés disso, Camila foi generosa e sendo o ser humano bondoso que é, pensou apenas no constrangimento da dançarina.

A coragem de Camila ao desmascarar a armação do irmão não me surpreendeu. Eu sei que ela é uma lutadora. O que me espantou de verdade foi ainda me querer por perto após tudo. Eu não sei se seria tão superior se a situação fosse ao contrário.

— Aonde estamos indo? — Arrisco, ainda no elevador, mais para tentar fazê-la reagir do que por me importar de fato. Seguirei em seu encalço de qualquer modo. Eu nunca mais sairei do lado dela.

— Eu não quero falar, Lauren. Você pode vir comigo ou não, mas não prometo que conversaremos.

— Eu vou com você.

Ela não me dá sequer um olhar ao entrarmos no carro que os seguranças têm à nossa espera e nem me pergunta se quero ir no meu.

Seu rosto está sério enquanto parece fazer uma busca no celular. Quando termina, passa o telefone para o motorista.

Depois de uns dez minutos, estacionamos em frente a um famoso hotel que sei que pertence à família Hansen, cuja caçula é a melhor amiga de Camila.

Sem esperar que alguém abra a porta, ela caminha para a recepção, nunca olhando para trás.

Eu a sigo em silêncio, porque não dou a mínima para o que quer que esteja planejando. Eu caminharia sobre cacos de vidros se isso significasse mantê-la ao meu lado.

— Quantas noites, senhorita? — Escuto a recepcionista perguntar e apesar de não estar entendendo nada, confio no que decidir.

Já no elevador, questiono por que estamos aqui e não em seu apartamento.

— Eu não quero você lá — diz, sem rodeios. — Não sei como serão as coisas entre nós depois dessa noite e já tenho lembranças suas o suficiente em minha casa.

É como levar uma facada. No entanto, sei que mereço qualquer coisa que ela jogar.

— Eu não me importo onde estaremos. Vou te seguir para qualquer lugar.

— Diz isso agora, mas será que não mudará de ideia amanhã?

Entramos no quarto de hotel e Camila caminha até a janela. Eu me recosto à porta, sem saber o que espera de mim. Meu corpo pulsa com a necessidade de tocá-la e estou travando uma guerra fodida comigo mesma, mas opto pela contenção.

— Eu quero você e te amo com loucura, Lauren, mas eu não vou aceitar ser manipulada.

— Camila.

— Não, agora eu vou falar. Quero tudo sobre nós duas ou então vou ficar sem nada. Não aceito um meio-termo. Já me disse o que faz em seu trabalho e sei do que gosta entre quatro paredes. Eu conheço você e me entreguei sem restrições, mas não parece o suficiente porque continua me vendo como um delicado bibelô. Estou pronta para ser sua mulher e se não é capaz de ver isso, eu vou sofrer, mas prefiro abrir mão de tudo agora mesmo.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora