Capítulo 39 - Espero Que Você Me Conte

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CAMILA

Eu não consigo parar de segui-la com os olhos enquanto ela caminha pela cozinha, preparando nosso café da manhã.

Depois que fugi para o chuveiro, não demorou um nada e ela foi atrás de mim. Lauren não se desculpou pelo que disse antes e nem eu voltei atrás com o que desabafei.

Eu não me arrependo. Fiquei sobrecarregada com tudo o que aconteceu e embora soubesse que ela nunca me prometeu um para sempre, ter assumido que tudo só dependia de sua vontade mexeu com meu orgulho.

Foi nossa primeira briga oficial depois que ficamos juntas na praia e mesmo que eu tivesse certeza de que nós duas estávamos chateadas, isso não impediu que, assim que ela entrou no chuveiro comigo, meu corpo respondesse de uma maneira enlouquecida.

Bastou ela dar um passo para dentro do boxe e me puxar contra seu corpo e a raiva desapareceu.

Apesar de todo desejo explodindo entre nós, não foi um toque sexual apenas. Lauren me segurou como se tentasse me dizer algo e não encontrasse as palavras certas.

Eu não sei por quanto tempo fiquei em seus braços, sentindo a água quente relaxando meus membros, mas lembro vagamente que ela me lavou — cabelo, rosto e corpo. Depois, me envolveu em uma toalha enorme, me secou com cuidado e me levou de volta para a cama.

Não houve pressa ou uma corrida louca para o prazer. Ela me deixou nua e mapeou cada centímetro meu, como se estivesse testando como eu reagiria às carícias. Quando por fim fez amor comigo de novo, Lauren me olhou o tempo todo, não permitindo que eu desviasse a vista.

Eu mergulhei nela, me abri e me entreguei, mas tentei deixar meu coração de fora.

Foi inútil.

Como eu poderia, sem qualquer experiência, saber o que fazer para não cair de amores por ela? Como posso me proteger da maneira como me olha, quando em silêncio me diz o oposto de sua boca?

Mexo no guardanapo, fingindo não estar obcecada pelo abdômen e os seios dela.

Tentando desesperadamente desviar da visão do moletom de cintura baixa, que é a única peça que esconde seu sexo de mim.

— Continue me olhando assim e ficará sem café da manhã.

Sinto as bochechas aquecerem por ter sido pega em flagrante, mas ainda tento disfarçar.

— E de que jeito estou te olhando?

Ela para de bater a omelete e apoia as duas mãos no balcão com um sorriso de lobo mau.

— Como se preferisse outro tipo de comida.

Apesar de envergonhada, não sou mentirosa.

— Não tenho como negar isso.

— Provocadora.

— Eu não. Sou inocente e doce.

Ela vem até mim e me tirando da banqueta, senta-se comigo montada em seu colo.

— Você só precisa respirar para me despertar, Camila.

E como para confirmar as palavras, ela me aperta junto ao corpo, deixando-me sentir sua dureza.

— Humm... quem está provocando quem agora? — gemo, já desesperada.

— Só dando a você um pouco do seu próprio veneno. Eu não vou te tomar novamente. Não quero te machucar. Tenho um apetite voraz e vou te comer todos os dias, mas não sou uma babaca insensível. Esperarei que se recupere.

Uma sensação de aperto se espalha pelo meu peito porque suas palavras voltam à minha mente:

Eu nunca te disse que seria só hoje, apenas para não pensar em termos de futuro.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora