LAUREN
Ela é minha.
É o sentimento que surge dentro de mim no momento em que a vejo.
Camila está de costas conversando com um cara alto e com a aparência de atleta.
Sei que é o tal Benjamin. Eu o verifiquei no caminho para cá.
Ele observa minha aproximação.
Cada célula do meu corpo cobra que eu demarque território e nessa hora, não dou a mínima para quem estará olhando.
A única coisa que importa é que todos saibam que ela me pertence.No mesmo instante em que me aproximo dela, seguro sua nuca. É como tomar um choque e não só físico, mas mental também, porque somente então me dou conta de como senti sua falta.
Sinto-a estremecer sob meus dedos e uma emoção fodida me percorre. Ela não se afasta. Parece até vir mais para perto.
— Camila — digo seu nome, mas ele sai como um rosnado baixo. Ela demora uns segundos antes de se voltar para mim.
— Lauren — a resposta sai como um suspiro, mas os olhos me mostram que está tão agitada como me sinto.
Eu nem me lembro que temos plateia, mas ela sim, porque diz:
— Esse é Benjamin Stone. — Age como se não tivesse me dado seu nome por mensagem. — Ele é meu amigo de infância.
Jogador de futebol americano amador, vinte e dois anos, cursa Direito.
Eu já tenho tudo o que preciso sobre ele, mas pela maneira como Camila reagiu ao me ver, o rapaz não é um rival.
Apesar disso, ciúme não é racional e saber que passaram quase que o dia todo juntos, me faz desejar que tivesse sido eu a lhe mostrar o campus.
Deve ser falta de sono. Só isso explica sentimentos tão ilógicos, já que eu não conheço nada dessa universidade.
Ele estica a mão para mim e o analiso antes de aceitar.
— Não vai me dizer o nome de sua conhecida, Mila? — o loiro pergunta e levo segundos para entender que apesar dela o considerar um amigo, o contrário não é verdadeiro. Ele quer mais.
— Claro... Ben, esta é Lauren, minha...
— Sua é uma ótima forma de me descrever, baby — interrompo-a, não conseguindo impedir a mim mesma de agir como uma bastarda possessiva.
— Sim, ela é minha namorada.
Ela enfatiza as últimas palavras, me fazendo sentir mais cretina ainda, porque não tentou esconder nosso relacionamento.
Acho que escuto um bufo de risada vindo do cara.
— Muito prazer, Lauren. — Ele oferece a mão novamente e eu enfim a aceito. — Bom pessoal, a conversa está incrível, mas acho que vou andando.
— Obrigada por fazer o tour comigo, Ben.
— Foi um prazer. Vamos nos falando durante a próxima semana sobre a festa beneficente de sua mãe.
— Okay.
Estou atenta à troca entre os dois e somente então me lembro de que ela me chamou para ir com ela.
— Nós duas iremos, baby
Ele finalmente toma seu caminho e eu falo para Camila:
— Vamos.
— Aonde estamos indo?
— Comer. Estou faminta.
Ela se aproxima, vindo direto para os meus braços.
— Posso fazer algo em casa.
Jesus Cristo!
— Eu quero que conheça um lugar — minto, tentando ganhar tempo porque somente agora que ela está tão perto de mim, eu percebo que meus planos de pegar leve acabam de ir para o inferno.
Certo como o dia nascerá amanhã, a partir do momento em que voltarmos para casa, eu a terei.
— Tudo bem — concorda, parecendo desapontada.
Eu nunca fui de demonstrações públicas de afeto, mas me pego segurando seu rosto e tomando aquela boca que tenho desejado beijar nas últimas semanas.
Era para ser um beijo leve, para que ela soubesse que está tudo bem entre nós, mas quando abre a boca, eu devoro seus lábios e língua até ouvi-la gemer.
O barulho de risadas perto de nós finalmente me lembra onde estou e eu me obrigo a parar.
— Comida — digo, deixando um beijo casto em sua testa quando na verdade, a única coisa que consigo pensar é nela nua, com as pernas em volta da minha cintura enquanto a fodo profundamente.
Entretanto, eu prometi seguir o roteiro certo e quero levá-la para jantar antes.
Meia hora depois, estamos quase chegando no restaurante quando pergunta.
— Se continuarmos juntas, nunca vai me dizer onde esteve nessas missões?
Até agora ela só tinha falado sobre assuntos corriqueiros do dia, mas eu pressenti que chegaria o momento em que perguntaria sobre a viagem já que ao telefone, reclamou por não conseguir falar com o irmão.
— Não é algo que eu possa discutir, Camila.
— Eu não quero ser enxerida, mas fiquei muito preocupada com vocês dois fora.
— Sabemos o que estamos fazendo. Não precisa se preocupar.
Ela não fala nada, mas olha pela janela até chegarmos ao restaurante. Nem mesmo quando nos sentamos à mesa, conversa.
— Não é algo negociável. É meu trabalho e é secreto. Eu não vou te colocar em risco, discutindo esses assuntos com você.
— Eu não quero bancar a criança e nem brigar. — Cede e olha em volta. — Eu adorei o lugar. É intimista e me lembra um pouco os bistrôs franceses.
Respiro aliviada por mudarmos de assunto.
— Foi inaugurado há poucas semanas.
— E como soube, se estava trabalhando?
— Porque eu estava escolhendo um lugar para te trazer.
Ela me dá o primeiro sorriso genuíno desde que cheguei.
— Você pensou em mim.
— Ainda duvida disso?
— Eu sigo com dificuldade de acreditar que... huh... estamos juntas. — Seu rosto fica vermelho e ela limpa a garganta, fingindo se interessar pelo cardápio. — Aqui diz que uma das sócias estudou no famoso Le Cordon Bleu, em Paris, e que faz macarons de matar!
— O diferencial desse bistrô é que você pode pedir o cardápio do café da manhã às dez da noite.
— Sério? É o paraíso, então. Ai, meu Deus, tudo parece delicioso e nem faz tanto tempo assim que comi.
Eu finalmente começo a relaxar.
— Que tal pedirmos um pouco de cada coisa? Assim, vai provar de tudo.
— Você não quer jantar? Ficará bem com um café da manhã às sete da noite?
— Estou faminta. Eu comeria qualquer coisa.
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CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)
FanficPureza versus devassidão. Luz versus escuridão. Amor versus vingança. Quando o destino une essas duas almas tão diferentes, a bilionária reluta em permitir que a atração avassaladora que sentem emerja, mas a decisão não está nas mãos dela. Camila...