Capítulo 33 - Ela é Minha

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LAUREN

Ela é minha.

É o sentimento que surge dentro de mim no momento em que a vejo.

Camila está de costas conversando com um cara alto e com a aparência de atleta.

Sei que é o tal Benjamin. Eu o verifiquei no caminho para cá.

Ele observa minha aproximação.

Cada célula do meu corpo cobra que eu demarque território e nessa hora, não dou a mínima para quem estará olhando.
A única coisa que importa é que todos saibam que ela me pertence.

No mesmo instante em que me aproximo dela, seguro sua nuca. É como tomar um choque e não só físico, mas mental também, porque somente então me dou conta de como senti sua falta.

Sinto-a estremecer sob meus dedos e uma emoção fodida me percorre. Ela não se afasta. Parece até vir mais para perto.

— Camila — digo seu nome, mas ele sai como um rosnado baixo. Ela demora uns segundos antes de se voltar para mim.

— Lauren — a resposta sai como um suspiro, mas os olhos me mostram que está tão agitada como me sinto.

Eu nem me lembro que temos plateia, mas ela sim, porque diz:

— Esse é Benjamin Stone. — Age como se não tivesse me dado seu nome por mensagem. — Ele é meu amigo de infância.

Jogador de futebol americano amador, vinte e dois anos, cursa Direito.

Eu já tenho tudo o que preciso sobre ele, mas pela maneira como Camila reagiu ao me ver, o rapaz não é um rival.

Apesar disso, ciúme não é racional e saber que passaram quase que o dia todo juntos, me faz desejar que tivesse sido eu a lhe mostrar o campus.

Deve ser falta de sono. Só isso explica sentimentos tão ilógicos, já que eu não conheço nada dessa universidade.

Ele estica a mão para mim e o analiso antes de aceitar.

— Não vai me dizer o nome de sua conhecida, Mila? — o loiro pergunta e levo segundos para entender que apesar dela o considerar um amigo, o contrário não é verdadeiro. Ele quer mais.

— Claro... Ben, esta é Lauren, minha...

Sua é uma ótima forma de me descrever, baby — interrompo-a, não conseguindo impedir a mim mesma de agir como uma bastarda possessiva.

— Sim, ela é minha namorada.

Ela enfatiza as últimas palavras, me fazendo sentir mais cretina ainda, porque não tentou esconder nosso relacionamento.

Acho que escuto um bufo de risada vindo do cara.

— Muito prazer, Lauren. — Ele oferece a mão novamente e eu enfim a aceito. — Bom pessoal, a conversa está incrível, mas acho que vou andando.

— Obrigada por fazer o tour comigo, Ben.

— Foi um prazer. Vamos nos falando durante a próxima semana sobre a festa beneficente de sua mãe.

— Okay.

Estou atenta à troca entre os dois e somente então me lembro de que ela me chamou para ir com ela.

— Nós duas iremos, baby

Ele finalmente toma seu caminho e eu falo para Camila:

— Vamos.

— Aonde estamos indo?

— Comer. Estou faminta.

Ela se aproxima, vindo direto para os meus braços.

— Posso fazer algo em casa.

Jesus Cristo!

— Eu quero que conheça um lugar — minto, tentando ganhar tempo porque somente agora que ela está tão perto de mim, eu percebo que meus planos de pegar leve acabam de ir para o inferno.

Certo como o dia nascerá amanhã, a partir do momento em que voltarmos para casa, eu a terei.

— Tudo bem — concorda, parecendo desapontada.

Eu nunca fui de demonstrações públicas de afeto, mas me pego segurando seu rosto e tomando aquela boca que tenho desejado beijar nas últimas semanas.

Era para ser um beijo leve, para que ela soubesse que está tudo bem entre nós, mas quando abre a boca, eu devoro seus lábios e língua até ouvi-la gemer.

O barulho de risadas perto de nós finalmente me lembra onde estou e eu me obrigo a parar.

— Comida — digo, deixando um beijo casto em sua testa quando na verdade, a única coisa que consigo pensar é nela nua, com as pernas em volta da minha cintura enquanto a fodo profundamente.

Entretanto, eu prometi seguir o roteiro certo e quero levá-la para jantar antes.

Entretanto, eu prometi seguir o roteiro certo e quero levá-la para jantar antes

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Meia hora depois, estamos quase chegando no restaurante quando pergunta.

— Se continuarmos juntas, nunca vai me dizer onde esteve nessas missões?

Até agora ela só tinha falado sobre assuntos corriqueiros do dia, mas eu pressenti que chegaria o momento em que perguntaria sobre a viagem já que ao telefone, reclamou por não conseguir falar com o irmão.

— Não é algo que eu possa discutir, Camila.

— Eu não quero ser enxerida, mas fiquei muito preocupada com vocês dois fora.

— Sabemos o que estamos fazendo. Não precisa se preocupar.

Ela não fala nada, mas olha pela janela até chegarmos ao restaurante. Nem mesmo quando nos sentamos à mesa, conversa.

— Não é algo negociável. É meu trabalho e é secreto. Eu não vou te colocar em risco, discutindo esses assuntos com você.

— Eu não quero bancar a criança e nem brigar. — Cede e olha em volta. — Eu adorei o lugar. É intimista e me lembra um pouco os bistrôs franceses.

Respiro aliviada por mudarmos de assunto.

— Foi inaugurado há poucas semanas.

— E como soube, se estava trabalhando?

— Porque eu estava escolhendo um lugar para te trazer.

Ela me dá o primeiro sorriso genuíno desde que cheguei.

— Você pensou em mim.

— Ainda duvida disso?

— Eu sigo com dificuldade de acreditar que... huh... estamos juntas. — Seu rosto fica vermelho e ela limpa a garganta, fingindo se interessar pelo cardápio. — Aqui diz que uma das sócias estudou no famoso Le Cordon Bleu, em Paris, e que faz macarons de matar!

— O diferencial desse bistrô é que você pode pedir o cardápio do café da manhã às dez da noite.

— Sério? É o paraíso, então. Ai, meu Deus, tudo parece delicioso e nem faz tanto tempo assim que comi.

Eu finalmente começo a relaxar.

— Que tal pedirmos um pouco de cada coisa? Assim, vai provar de tudo.

— Você não quer jantar? Ficará bem com um café da manhã às sete da noite?

— Estou faminta. Eu comeria qualquer coisa.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora