Capítulo 3 - Dinah

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CAMILA

No dia seguinte

— Ele deixou, então? — minha melhor amiga pergunta.

— Quando você fala assim, Dinah, eu me sinto com dois anos de idade. Ethan não tinha que permitir ou não. Eu só precisava do apoio dele.

— Mila, caia na real. Eu tenho quatro irmãos e sou a caçula, ainda por cima. Para eles, nós sempre seremos um bebê.

Estamos indo a uma festa de uma colega de turma e vou considerar meio que de despedida, embora pouquíssimas pessoas saibam que vou embora.

Na verdade, eu não tenho muitos amigos. Dinah foi meio que um "presente" que eu ganhei de Ethan.

— Não tem como comparar sua vida com a minha, né? Sua mãe te deixou livre para experimentar. Dona Milika é a melhor mãe do mundo, aliás. Tem noção do quão sortuda é?

— Tenho, sim. Ela é incrível mesmo, mas acredite quando eu digo que todos os representantes masculinos da minha família me espionam, além dos amigos deles também. Acha que foi à toa que seu irmão e o meu nos uniram? Eles mataram dois coelhos em uma cajadada só. Agora, quando nós duas estamos juntas, gastam menos guarda-costas.

Eu começo a rir porque consigo imaginar os nossos irmãos criando planos para fazer aquilo.

— Estou falando sério, Mila. Hoje, por exemplo, tem gente nos seguindo em um carro atrás, sabia? Ou é iludida ao ponto de achar que só quem está nos vigiando é o motorista e o guarda-costas sentados no banco da frente?

Olho para o espelho retrovisor e o senhor que é meu motorista em Paris está me encarando. Ele parece sem jeito e acho que ela tem razão. Nossos irmãos nos dão essa falsa sensação de liberdade, mas nos cercam o tempo todo.

— Estou indo para Boston para dar meu grito de liberdade.

— Acho que no começo vai ser, no máximo, um sussurro.

— Você é doida, Dinah Jane.

— Eu sou sincera, irmã Camila— diz, batendo os cílios, debochada que só ela.

— Doida e implicante, também. Sabe muito bem que nunca fui freira.

— Por pouco, né? Quase morou naquele lugar a vida toda e além do mais, ainda é virgem.

— Falou a experiente.

— Na imaginação, sou uma safada — ela diz e pode ser impressão minha, mas ouço um bufo de riso do segurança ao lado do motorista.

— Shh, sua maluca. Eles ouviram.

— Mila, não é porque não fazemos sexo que não podemos falar a respeito.

Dinah e eu nos olhamos, quase em um concurso silencioso de sorriso amarelo, acho que ambas pensando a mesma coisa: como ir embora dessa roubada sem chamar a atenção?

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Dinah e eu nos olhamos, quase em um concurso silencioso de sorriso amarelo, acho que ambas pensando a mesma coisa: como ir embora dessa roubada sem chamar a atenção?

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora