Epílogo I

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Surpresa!!!!!

CAMILA

Fico olhando pela janela, enquanto Theo acomoda as meninas em seu carro.

Bruno tenta ajudá-lo com as cadeirinhas infantis que meu amigo colocou no banco de trás especialmente para elas, mas minha Hana está fazendo-os suar.

É incrível que, apesar de gêmeas, tenham personalidades completamente diferentes.

Enquanto Ayla é observadora e introspectiva como Lauren, Hana não para um segundo sequer, sempre com uma história em sua linguagem de bebê.

Ela também deixa minha mulher com os cabelos em pé com as travessuras.

O que posso dizer? Temos estoques de curativos em casa.

Bruno é o ponto de equilíbrio entre as duas.

Ele leva a sério a função de irmão mais velho e é também o único que consegue controlar o temperamento de Hana.

Um olhar de reprovação dele causa mais efeito nela do que qualquer ordem ou clamor nosso.

Ele mudou muito ao longo dos anos e acho que já posso afirmar que é um garoto feliz.

Em nada mais lembra a criança frágil e magrinha que veio morar conosco. Está forte, alto e segundo Lauren, será um futuro craque do futebol americano.

Ele passou no teste para a liga mirim da escola e agora faz parte do time infantil de futebol da nossa cidade.

Treina de três a quatro vezes na semana e sempre que consigo fazer manobras entre as gêmeas e meu ateliê, eu o acompanho.

No entanto, não acho que ele sinta a minha falta, já que para Lauren, levá-lo aos treinos é algo sagrado. Ela programa a vida em torno das atividades das crianças, mas principalmente, não deixa passar um momento importante sem que Bruno a tenha ao seu lado.

Por diversas vezes, chorei escondida atrás de uma porta ao ver a interação entre os dois.

Lembro-me de uma, particularmente, quando Bruno chegou da escola muito chateado e notando o desconforto do filho, Lauren o chamou para conversar.

Bruno queria saber se, pelo fato de não ser nosso filho biológico, ele era uma obrigação.

Aparentemente, uma das crianças do colégio disse algo do tipo e aquilo o feriu.

O coração transbordou de amor quando escutei Lauren responder:

— Você nunca será uma obrigação. Eu sou a mãe mais sortuda do mundo, porque pude escolher meu garotinho.

Ela repetiu as mesmas palavras que a mãe adotiva lhe disse há anos e sei que, de alguma maneira, aquilo foi uma catarse.

— Mas você não teve outras opções. Como sabe que escolheria a mim se tivesse mais alguém por perto? — Bruno ainda tentou argumentar.

— Eu sei que sempre o escolheria, filho. Eu jamais perderia a oportunidade de ser sua mãe.

E quando meu menino tão novo, mas já com tanta bagagem emocional, passou os braços em volta do pescoço da minha mulher, não pude mais controlar o pranto.

— Eu te amo, mommy. Eu também a escolheria todas as vezes.

Afastando as lembranças, dou uma olhada no relógio. Preciso me apressar se quiser seguir com meus planos.

Hoje é nosso aniversário de casamento e tenho algo em mente. Lauren gosta de brincar e pretendo tirá-la do eixo essa noite.

Estou saindo de uma nova loja de lingerie que Dinah me indicou, andando distraída como sempre e cheia de sacolas em ambas as mãos, quando uma mulher esbarra em mim

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Estou saindo de uma nova loja de lingerie que Dinah me indicou, andando distraída como sempre e cheia de sacolas em ambas as mãos, quando uma mulher esbarra em mim.

Tanto as minhas coisas quanto os livros que carrega caem no chão e ela parece tão embaraçada que esqueço dos meus pertences e começo a ajudá-la.

Seu cabelo é de um tom castanho escuro e a pele, branca. As roupas parecem grandes demais para a estrutura frágil. A mulher parece desconfortável comigo. Ainda não fez contato visual e me pergunto se ficou chateada com o esbarrão, apesar de eu não ter certeza de quem foi a culpa.

— Eu sinto muito — desculpo-me de qualquer modo, para tentar quebrar o gelo.

— Não foi nada de mais — responde, ainda sem me olhar. — Eu sou muito desastrada.

Para aproveitar a abertura que ela está me dando, brinco:

— Nem fale. Sei tudo sobre ser uma garota com mãos nervosas.

Ela finalmente levanta a cabeça e quando a encaro, perco o ar. Eu já vi aqueles olhos.

Na verdade, eu os vejo todos os dias.

Três pares deles para ser mais exata.

— Camila Cabello — Estendo a mão, tão impactada que até me esqueço de que meu sobrenome agora é outro.

Ela parece hesitar por um instante, antes de finalmente aceitar o cumprimento.

— Jade Martin.

— Jade? Que nome lindo!

Ela dá de ombros, mas intuo que não é por falta de educação, e sim porque não está acostumada a receber elogios.

— Acho que eles me deram esse nome por causa dos meus olhos.

Antes que eu possa perguntar quem são eles, ela se desculpa e parte rapidamente.

Jade Martin.

Possivelmente estou louca, mas quase posso jurar que a mulher tímida, que saiu praticamente correndo, é uma réplica da minha esposa ou talvez, como minhas filhas se parecerão no futuro.

Sacudindo a cabeça, recolho minhas coisas e sigo para o estacionamento, onde o motorista e seguranças me esperam.

Chego em casa ainda com a cena do shopping na memória e faço uma anotação mental para tentar investigar mais a fundo quem é a garota bonita

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Chego em casa ainda com a cena do shopping na memória e faço uma anotação mental para tentar investigar mais a fundo quem é a garota bonita. Pretendo jogar seu nome na internet e ver o que descubro.

Agora, no entanto, só quero me concentrar em meus planos para fazer com que a comemoração do nosso aniversário de casamento seja perfeita.

CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora