CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)

Capítulo 30 - Almoço com Ben

Lindos, este será o último de hoje.
Dez capítulos em plena segunda-feira de muito trabalho... Vcs têm que me amar um pouquinho. Hahahaha

Nos vemos...

CAMILA

— Eu me encontrei com Regina Hansen outro dia e ela disse que você e Dinah ficaram amigas — Ben diz, depois que fazemos nossos pedidos no restaurante.

— Sim, ficamos, o que é incrível, né?

— Por quê?

— Somos opostos. Dinah é popular mesmo sem fazer força e já eu, tenho dificuldade de fazer amizade.

— Ainda?

— Sim. Eu tinha esperança de que quando voltasse para Boston tudo seria diferente porque em Paris, tirando Dinah, eu ficava muito sozinha, mas se eu for levar em consideração essa primeira semana de aula, minha vida vai permanecer a mesma. Na França, eu podia culpar a cultura diferente, mas e agora? Estou no meu país, na minha cidade e as únicas pessoas com quem conversei desde que cheguei foram pessoas mais velhos do que eu.

— Isso soou esquisito para caramba.

Sorrio.

— Estou falando de um amigo que fiz, que é produtor de moda e a outra é... hum...

— É o que?

— Uma amiga de Ethan — falo, sem querer dar detalhes porque eu não estou acostumada a compartilhar, mas também porque acho de verdade que ninguém além de Theo e Dinah acreditaria se eu dissesse que estou namorando Lauren.

Até porque, ela não parece do tipo que namora.

Lauren é uma tempestade. Ela tomou, possuiu e tornou minha mente cativa na única noite em que tivemos juntas, e nem fizemos nada de tão íntimo assim.

Claro, se eu não levar em conta as coisas que ela fala porque suas palavras sujas são praticamente preliminares.

— Camila.

— Opa. Desculpa.

— Você não mudou mesmo. Continua sonhando acordada.

— Não, eu acho que não mudei muito, apenas o suficiente para ter me decidido a não ir para a casa de Sinu.

— E como ela levou isso?

Dou de ombros.

— Não muito bem, mas não é como se meu relacionamento com a minha mãe fosse uma maravilha, né?

Ele me olha em silêncio.

— O que foi?

— Estava pensando no que você falou sobre não ser popular. Deseja isso realmente ou só quer ser porque acha que todo mundo vai gostar mais de você assim?

— Falou o senhor jogador de futebol americano e estudante de direito.

— Pelo visto minha mãe deu a ficha completa à sua no decorrer dos anos.

— Sim, ela tem muito orgulho de você.

É a vez dele dar de ombros.

— Ela é muito mais parecida com Sinu do que você pode supor. Agora, responda minha pergunta.

— Eu não quero interagir para ser popular. Eu não ligo realmente para isso. Quero aprender a fazer amigos.

— Você sabe fazer amigos. Não é amiga íntima da Hansen?

— Sim, mas só dela. Eu não quero ser esquisita.
Um dia vou ter filhos e eles vão se espelhar em mim. Vou criar bebês que não sabem interagir?

— Wow! De onde veio isso?

— Isso o quê?

— Criar bebês. — Seu rosto denota pura agonia. — Você tem dois anos a menos do que eu. Como pode pensar nessas coisas? Temos no mínimo uma década pela frente.

Dou risada.

— Existem mulheres na minha idade que já são até mães solo, Ben. Não tem nada de mais pensar em casar e ter crianças.

— Fale sobre sua vida atualmente — ele pede, mudando de assunto, claramente desconfortável com o tema.

O garçom nos serve e por um momento eu o observo em silêncio, lembrando de como era na infância.

— Você disse que eu não mudei, mas você sim — falo. — Lembro como era tímido. Foi o futebol que fez com que se soltasse?

— Acho que o esporte ajudou muito.

— Com as mulheres? — brinco.

— Sim.

— Qual o problema de todos os homens do mundo que não querem um relacionamento sério? Ethan, por exemplo, já tem trinta e continua ciscando aqui e ali.

Ele não fala nada e eu finjo zanga.

— Código de silêncio, né? Tipo não dizer nada que possa te comprometer?

— Algo assim. — Sorri, mas uns segundos depois, o rosto fica sério. — Eu poderia mudar de ideia sobre isso.

— Sobre isso o quê?

— Ficar com uma pessoa só.

Dou um gole no suco.

— Tem alguém em vista?

Ele me dá um sorriso charmoso.

— Nesse exato instante.

Tomo um susto tão grande que engasgo e ele só não espirra por todos os lados porque sou rápida em pegar o guardanapo.

— Não era uma tentativa de homicídio, era um convite para sair.

Ai, meu Deus. Pense em uma situação constrangedora.

— Eu posso ser honesta e mesmo assim você vai continuar gostando de mim?

— Você está com alguém? — pergunta, me olhando incrédulo e se eu fosse mais sensível me sentiria ofendida.

Sou tão esquisita que não posso ter alguém?

— Sim, eu estou com alguém, mas não se trata disso. Eu não me sinto atraída o suficiente para ficar com você. Não me leve a mal. É um dos homens mais bonitos que já conheci, mas seria como beijar Ethan.

— Jesus, Camila, você consegue acertar um gancho de direita e ser fofa na mesma frase.

— Isso também não mudou em mim, Ben. Ainda sou sincera. Eu quero muito continuar nossa amizade. Estou feliz por estudarmos na mesma faculdade, mas nunca vai passar disso.