CAMREN: Confiar Outra Vez (G!P)

Capítulo 45 - Indigna?

LAUREN

Estou mentalmente exausta e me pergunto quando esse inferno chegará ao fim.

Mais uma vez, os filhos da puta escaparam. A pista chegou tarde demais. É como se conseguissem antecipar nossos movimentos.

Ao menos houve algo de positivo nessa semana de merda: Blood acaba de me informar que o FBI descobriu que foi um enfermeiro quem tentou envenenar as crianças. Aparentemente, tinha ligação com os pedófilos, ele mesmo sendo um pequeno elo da corrente de doentes, já que os federais descobriram em seu notebook uma quantidade considerável de material pornográfico envolvendo menores.

Dessa vez, tive que me deslocar para a costa oeste, mas pretendo chegar a tempo para a festa da víbora da mãe de Camila amanhã.

Tudo o que gostaria era poder voltar para casa e me perder dentro do corpo dela.
Ter seus braços em volta de mim e esquecer de toda a desgraça que nos cerca.

Meu celular toca no momento em que estou me preparando para sair do hotel e vejo que é uma chamada de Ethan.

Há semanas não tenho qualquer notícia dele, mas sabia que estava tudo bem ou nossos homens teriam dado um jeito de que qualquer má notícia chegasse até mim.

— Acabamos aqui — ele diz sem me cumprimentar, como se tivéssemos nos falado há cinco minutos.

— Menos um — respondo, indiferente.

Nunca perdi dez minutos de sono por saber que monstros foram mortos.

— Menos um — confirma. — Alguma notícia de Maria e Jonathan? A nova pista foi promissora?

Passo a mão no cabelo e suspiro irritada. — Não. Eles fugiram outra vez.

— Diabos!

Sei que seu desgosto é tão grande quanto o meu. Ethan não tem conhecimento de tudo o que vivi nas mãos daqueles dois, mas me conhece o suficiente para entender que influenciou quem sou hoje.

— O que você pretende fazer quando finalmente apanhá-los?

— Blood disse que me cederá um lugar para que eu possa finalizar esse problema — respondo com cuidado porque apesar dos nossos telefones serem irrastreáveis, sou desconfiada por natureza. — Mas não levarei tanto tempo como pretendia a princípio porque algumas coisas mudaram desde então.

— O que pode ter mudado ao ponto de fazê-la arrefecer seu desejo de vingança?

— Eu não disse que desisti. Nada mudou. Ambos pagarão.

— Não é disso que estou falando e sabe muito bem. Eliminá-los não está mais soando como a parte central de sua vida.

— Não — respondo, porque pela primeira vez desde que comecei a caçada pela organização de traficantes de menores, o ódio não é o principal sentimento a me controlar. Camila e tudo o que experimentamos juntas, sua entrega sem limites, tem um peso infinitamente maior.

Sempre matei sem remorso e a cada filho da puta abatido, eu me sentia melhor por ter certeza de que estava salvando indefesos das garras deles, mas diferentemente do que acontecia antes, Maria e Jonathan se tornaram apenas mais um trabalho. Um dever a ser cumprido, não mais o que guia minha vida.

— Como vai a minha irmã? — Ele muda totalmente o tópico da conversa e pergunto-me se é impressão minha a tensão em sua voz.

Como eu, Ethan não confia em ninguém e talvez tenha pressentido algo no ar.

— Bem. — Devolvo com cautela.

Esse é o momento em que eu deveria lhe revelar tudo, mas mesmo indo contra a minha natureza, prometi a Camila que deixaria que ela falasse com Ethan primeiro.