"Sequestrada."

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Não sei a quanto tempo estávamos andando, nem se estava indo realmente para o lado certo. Só que já tinha passado a noite toda cavalgando, e boa parte da manhã.

Quando percebi que Edward havia dormido, montei na Nuvem e fui para o mais longe dali.

Parece que já passamos por aqui umas 16 vezes, o arrependimento de ter dopado o Edward, e a preocupação de estar perdida retorna.

Ele conhece esse lugar de ponta a ponta, e de alguma forma, sabe a hora só de olhar para o sol.

O cheiro de pão fresquinho é a primeira coisa que sinto, meu estômago ronca, logo risadas de criança e vozes indistintas começam a ficar mais altas.

Chegamos a uma estrada de pedra, mais a frente vejo pessoas andando de barraca em barraca, comprando coisas e conversando. As crianças brincavam nas ruas livremente.

— Conseguimos, Nuvem! — exclamo eufórica.

Meu sorriso some lembrando do Ed, será que ele está bem? Não devia ter feito aquilo.

Mas foi para isso que eu fugi, para conhecer meu povo, não ficar andando no meio do mato. Ele seria um ótimo guia.

Puxo a capa, escondendo meu rosto, e entro no meio da multidão. Pessoas me cumprimentam sorridentes, retribuo o sorriso. Finalmente realizando meu sonho sonhos.

— Bom dia, gostaria de experimentar nossa nova fragrância? — a mulher espirra o perfume antes que eu responda.

— Venha provar nossos queijos fresquinhos, não vai se arrepender. — outra mulher me puxa para a barraca do lado.

— Mas não tem nada melhor do que um pão quentinho logo de manhã, não é minha senhora? — um garoto entra na minha frente.

A multidão começa a me deixar confusa, todas aquelas vozes e pessoas de uma só vez, me afasto para uma parte mais tranquila com dificuldade, por conta de tantas pessoas trombando comigo.

— Pela mãe. — murmuro olhando para aquele caos.

Então meu olhos encontram o papel preso na árvore próxima a mim. Um desenho do rosto de Edward, e uma grande recompensa em dinheiro, vivo ou morto.

— O que eu fiz? — digo arrancando o cartaz. — Ele está sendo procurado por minha culpa. — meus olhos enchem de lágrimas.

Todos acham que ele me sequestrou?

— Ei, você! — ouço uma voz grave gritar.

O homem estava com uniforme do palácio, ele persegue um garoto franzino. Sigo eles mantendo distância, ando por um beco escuro e saio em uma linha de trem.

Ele segura o garoto pelos braços, o menino se esperneia tentando fugir.

— O que você roubou?

— Não roubei nada!

— E o que é isso? — ele arranca pedaços de pão dos bolsos do menino.

— Desculpa, senhor... Não vai se repetir, meus irmãos precisam comer. — o garoto diz em prantos.

O guarda simplesmente o empurra no chão, como se não fosse nada, e pega um chicote.

Saio correndo do meu esconderijo, e entro na frente do garoto.

— Pare! — ordeno.

— Alteza? — ele franzi o cenho.

— Deixe o garoto ir.

— Ele precisa ser castigado.

— E o senhor despedido, isso é jeito de tratar uma criança?

— Só sigo ordens. E agora mesmo preciso levar a senhorita de volta ao palácio, em segurança!

𝑨 𝑮𝒖𝒂𝒓𝒅𝒊𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝑻𝒓𝒆𝒗𝒂𝒔 - ⧼⧼Harry Potter⧽⧽Onde histórias criam vida. Descubra agora