"Cachoeira."

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Amélia Campbell.

Acordo com um pouco de claridade em meu rosto, o sol já deve estar nascendo, a Nuvem estava cavalgando mais devagar agora. O vento leve bate em meu rosto trazendo o cheiro das flores, misturado com o perfume amadeirado do Edward. Só então percebo que eu estava com a cabeça encostada nas costas dele, e o abraçando forte demais. Levanto a cabeça e afrouxo o braço.

— Bom dia.

— Bom dia. — respondo. — Onde estamos?

— Você já vai descobrir.

Ao chegarmos na margem de um rio ele me ajuda a descer, e amarra a égua em uma árvore.

— O que é ali? — pergunto avistando torres do outro lado do rio.

— Nahaliheart.

— A aldeia que tem formato de coração? Podemos ir lá?

— Não.

— Por que? — ele me olha pensativo.

— Muito longe... — ele dá de ombros. — Por aqui. — ele começa a caminhar em direção a umas rochas.

— E a Nuvem?

— Ela pode ficar sozinha por um tempo. — ele começa a andar sobre as rochas, eu o sigo. — Cuidado, é escorregadio.

Ele pula com facilidade uma delas, e eu travo, as outras era pouca coisa mais baixa, como uma escada, mas essa tinha a altura do Edward. Procuro alguma outra forma de descer, a única que tinha era arriscada de mais. Ele se vira para trás e dá uma gargalhada, cruzo os braços.

— Desculpa. — ele volta para trás. — Vem, eu te ajudo.

— Estou bem aqui.

— Pula. — ele estende os braços.

— Eu não vou pular.

— Você pulou de uma janela... Vem logo, prometo que vai valer a pena.

— Mas...

— Eu te seguro! — ele diz olhando em meus olhos.

Sento na pedra, e jogo meu corpo para frente. Sinto seus braços envolvendo minha cintura, na mesma hora que meus braços seguram seu pescoço.

Ele segura minha mão me guiando pelo resto do caminho. Chegamos a um lago rodeado de rochas no fim dela, a água do lugar onde estávamos caia ali.

— Uau... — suspiro. — Eu nunca tinha visto uma cachoeira pessoalmente.

— Essa não é a melhor parte. — ele me arrasta pela cintura até um ponto. — Acho que aqui tá bom.

Vejo quando a luz do sol reflete através da cachoeira e iluminando o penhasco atrás dela. Por alguns minutos, queda d'água sangrou liquido laranja incandescente.

— Essa é a cachoeira de fogo. — sussurro.

Me lembro do garotinho loiro desenhando uma cachoeira com águas vermelhas.

— Tem giz de cera azul. — estendo para ele.

— Eu sei. Essa é a cachoeira de fogo. — franzo o cenho. — Tem manhã que quando o sol atinge a água, ela fica vermelha como fogo. — ele conta. — É incrível! Um dia eu te levo lá.

— Promete? — levanto o mindinho.

— Prometo. — ele cruza nossos dedos.

— Como prometido. — Edward sussurra próximo ao meu ouvido, me fazendo arrepiar.

𝑨 𝑮𝒖𝒂𝒓𝒅𝒊𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝑻𝒓𝒆𝒗𝒂𝒔 - ⧼⧼Harry Potter⧽⧽Onde histórias criam vida. Descubra agora