Cap 33 | Péssimas notícias

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ᴀʟɪᴄᴇ's ᴘᴏɪɴᴛ ᴏғ ᴠɪᴇᴡ 🏁


Alguém estava falando comigo, mas era difícil prestar atenção quando tudo o que você vê é um borrão muito frenético. 

As paredes brancas e azulejo mais branco ainda fazia tudo parecer irreal, como se aquele momento estivesse dentro da minha cabeça, mas eu não estava sonhando, era real. 

Se me perguntassem como eu cheguei no hospital, eu não saberia responder. Foi tudo automático, Lando tomar as rédeas da situação foi automático, porque eu estava fora do ar. Tudo o que eu queria agora era ver Charles, saber que ele estava bem, mesmo já sabendo a resposta, que com certeza não era o que eu queria. 

— Alice! — Lando me chamou, em pé na minha frente enquanto eu estava sentada na sala de espera. 

— Oque?! — Perguntei ainda aérea. 

— Charles está na sala de cirurgia, acabou de entrar... — Dizia tentando manter a calma, da mesma forma que eu, também parecia estar em modo automático. 

Não consegui responder, não tinha o que responder. Só precisávamos ficar sentados e quietos, como se isso fosse ajudar em alguma coisa. 

Depois de quase uma hora, uma confusão descontrolada se seguia até a sala de espera e metade do grid estava lá. Max e Sainz vieram correndo em nossa direção, me pús de pé rapidamente. 

— Como ele está? — Max perguntou, segurando meus ombros. 

— Está na cirurgia... — Foi tudo o que consegui falar. 

— Alguém sabe do estado dele? — Foi a vez de Sainz de perguntar. 

— Ninguém disse nada ainda, estamos esperando a cirurgia acabar. 

Max deu uma lufada de ar, olhando para cima, depois, me abraçou, me consolando. Apertei meus braços em volta dele, tentando conter o choro que até agora mantive preso na minha garganta, mas estava se tornando insuportável. 

Conforme as horas foram passando, mais pessoas da equipe de Charles apareciam. Todas preocupadas, falando umas com as outras, Frederic estava tentando conseguir alguma informação concreta, e quando me viu, seu olhar acusatório caiu sob mim como uma chuva pesada. Eu teria que lidar com isso depois. 

Mas a pior parte foi quando Pascale chegou, desesperada pelo filho. Toda a atenção da sala se voltou para ela, e sua atenção, se voltou para mim quando me viu. 

Ela me reconheceu, e me conhecia. 

Mesmo podendo falar com qualquer pessoa ali, foi até mim que ela caminhou, e quando estávamos frente a frente, eu não tive coragem de falar nada. Senti meus olhos lacrimejarem, e mais uma vez, as lágrimas caíram. Eu deveria a estar consolando, mas era eu, uma desconhecida para ela até então, que estava procurando consolo em seu abraço. 

— Sh... Ele vai ficar bem, minha querida. Meu Charles é forte. — As lágrimas também saíram dela. Pascale se sentou ao meu lado, Arthur que também estava com ela, foi até a recepção. 

O silêncio foi ganhando espaço aos poucos. Todos apreensivos, muitas pessoas em pé, estávamos lotando a sala de espera.

Charles estava em um dos melhores hospitais da Itália, senão o melhor. Eles não poderiam dar uma notícia menos que satisfatória. Eu só queria que a cirurgia acabasse logo, já estava anoitecendo e nada de ninguém para dar um parecer sobre a situação dele.

Beyond The Finish Line | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora