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LILITH...

Levanto da cama sem fazer barulho para não acordar a Isadora, ela dorme muito pouco, qualquer coisa ela perde o sono então saio do quanto sem fazer barulho, vou para o outro banheiro lavo o rosto, escovo os dentes e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto.

Pego meu celular dando uma olhadinha nas minhas redes sociais, só conferindo os dias que tenho reunião, e também vendo se a Joice me respondeu, Joice é uma moça que abriu um grupo de apoio na casa dela, ela ajuda pessoas que sofre de dependência química, mandei mensagem para ela alguns dias atrás, bem antes de voltar com a Isadora, sim nos dias que a gente estava separada, eu não tava pensando negativo, eu sabia que uma hora ou outra nois íamos voltar, era só questão de tempo, então eu fiz tudo pensando no hoje, eu quero ajudar ela a sair desse pesadelo que é as drogas, ela se torna outra pessoa quando usa aquilo, não quero ver ela na sua outra versão, não agora que temos nossas filhas, acho que está na hora de começar uma nova vida, fazer outros planos...

Dou alguns pulinhos com o celular na mão quando vejo a mensagem da Joice dizendo que está tudo marcado pra hoje, não acredito meu deus vai dá certo mesmo.

Bloqueio o celular depois de mandar um ok obrigada! Guardo o celular no bolso e viro pra trás dando de testa com a Isadora.

- jesus! Que susto, Isadora - levo a mão no peito, cara fiquei até mole.

Cleópatra – Eu acho que não sou tão fastama assim vida.

- acabei de sair do quarto você estava dormindo - falo rindo - pra quê você levantou eu ia levar café da manhã na cama.

Cleópatra – Eu acordei para aproveitar o tempo com vocês foi mal te assustar.

- não tem problema, só assim você me ajuda a fazer o café da manhã antes das meninas acordar - falo dando um selinho nela. - assim eu aproveito e te conto uma novidade e não vale querer correr.

Cleópatra – Claro que eu te ajudo vida no que precisar!  Que novidade é essa - ela pergunta curiosa.

- eu pesquisei um grupo de apoio para dependentes químicos sabe? achei uma mulher que organiza esses encontros, marquei com ela pra você ir hoje, vou acompanhar você no primeiro dia, vai ser muito bom pra você.

Cleópatra – Sério vida, grupo de apoio... acho que tô passado mal sabe, tô com febre.

- eu disse sem querer correr, você não está doente que eu te conheço muito bem - falo colocando a água do café para ferver - ela ajuda as pessoas, lá você vai compartilhar tudo que cê viveu, é bom pra você refletir, e também não é uma ajuda profissional e nem clínica então não precisa você ficar preocupada com isso, já tá marcado você só sai de casa hoje para esse grupo de apoio.

Cleópatra – Tá vamos nessa clínica respirar ir compartilhar o que vive pesado mais bora.

- pesado coisa nenhuma, chega de viver nessa bolha sua.

Cleópatra – Não vivo na minha bolha eu vivo do jeito que eu acho certo eu apenas vou lá faço vida se você disse vamos nessa clínica então vamos.

- mas o jeito que cê vive não é o certo. - falo seria cruzando os braços no peito.

Cleópatra – O jeito de viver eu sei que é errado mais eu curto ser chamada de anjo da morte surtada.

Reviro os olhos, não tem jeito com a Isadora.

Nois toma café da manhã, deixa as meninas na escola e vai direto para o endereço onde fica o grupo de apoio, chegando lá na casa, uma mulher magra, cheia de tatuagens, piercing nos recebe.

Nosso Destino [ Lésbico ]Onde histórias criam vida. Descubra agora