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Aconteceria algo se Jaemin não tivesse voltado do banheiro naquele momento com sua mente em outro mundo, nem percebeu o momento que os dois estavam tendo, ou fingiu não perceber.

- Cara, tinha uma fila enorme pra entrar no banheiro e outra lá dentro pra entrar nas cabines! Quase escolhi fazer nas calças! - ele brincou e se sentou ao lado de Jeno.

- Pela quantidade de gente aqui, é normal. - calmo como sempre, o platinado comentou.

- O que vocês estavam fazendo?

- Nada, só nos perguntando quem poderia ser o assassino. - Renjun respondeu sem muita animação, estava triste por não terem se beijado e confuso, por que parecia que Jeno queria beijá-lo?

- Não é o que está pensando. - o platinado falou baixo só para Jaemin ouvir.

- Você não precisa se explicar pra mim, nós não temos nada. - ele tentou esconder que estava magoado por tê-los visto quase se beijando, mas seus olhos marejados e seu tom de voz denunciou-lhe.

Renjun ficou só observando o que estava acontecendo bem ao seu lado e, provavelmente, por sua culpa.

- Me deixe explicar, Jaemin. - ele pediu, estava arrependido de verdade, isso magoou o chinês.

- Não, só esquece. - o moreno se levantou indo em direção ao bar, aquilo não poderia ser bom.

- Espera! - Jeno se levantou para ir atrás dele. - Eu já volto, ele está entendendo tudo errado.

- Ele entendeu errado? Acho que eu também. - se levantou, havia criado esperanças mais uma vez. - Achei que poderia querer me beijar também, parece que só criei confusão ao estar perto de vocês.

- Espera, não é isso! - sua cabeça estava confusa, mas estava começando a perceber a merda que fez. - Droga! Eu não queria que tivesse acontecido assim!

- Não precisa se preocupar, eu continuo gostando de você, mesmo que tenha me iludido. - apesar do que disse, estava muito irritado com Jeno naquele momento, ele sabia de seus sentimentos e lhe deu esperanças sendo que corre para Jaemin sempre.

- Renjun, eu preciso conversar com ele primeiro, você sabe que não é o momento para confundi-lo, depois conversamos.

- Tudo bem, pode ir. - resolveu só sair de perto dele e ir atrás de Jisung.

Jeno estava se amaldiçoando mentalmente mais uma vez, não queria machucar nem confundir ninguém, sempre tentou ser perfeito e cuidar de todos, como acabou assim? Seus desejos estavam destruindo sua vida, quando passou seu olhar pela festa percebeu que Jaemin havia sumido.

- Merda!

Enquanto ele estava procurando pelo moreno alto e bonito que confundiu toda sua vida calma, ouviu gritos vindo do meio da festa, ficou preocupado imediatamente e correu em direção a multidão assustada.

- Meu Deus! É o Liang! - Yangyang gritou, parecia assustado. - Liguem pra uma ambulância rápido! Talvez ele ainda possa ser salvo! - correu em direção ao namorado com os olhos marejados e corpo trêmulo.

- Yang, ele não está respirando... - Mark chegou para consolar o amigo, queria fazer diferente do que aconteceu à Lucas que sofreu sozinho o luto.

- Não! - abraçou o corpo mole e sem vida do namorado que só havia vindo para a festa porque ele chamou. - É minha culpa.

- Não é sua culpa, não tinha como você saber que isso aconteceria.

Em poucas horas, o local já estava rodeado de policiais e médicos, começaram os interrogatórios com o chefe da investigação Na Yejun, o que foi um grande baque pro Jaemin, pois estava de frente com seu pai, o homem que fugiu e deixou-o sofrer nas mãos de sua mãe por quatro longo anos e lhe perguntando se sabia de algo sobre o assassinato.

- É sério? A primeira coisa que você vai me perguntar depois de quatro anos, é se eu sei de algo sobre isso? - ele ficou revoltado.

- Se acalme, preciso saber sobre tudo o que aconteceu hoje nessa festa, talvez você saiba de algo crucial pro caso.

- Mesmo se eu soubesse, não te diria nada, por que eu deveria te ajudar? Você não me ajudou, me abandonou por quatro anos! Quatro anos! Sabe o que eu sofri? - tentava não chorar, estava sentindo tanta mágoa e revolta que seu coração doía.

Yejun pediu para que o policial saísse da sala e deixasse os dois sozinhos, desligou o gravador, se ajeitou na cadeira e respirou fundo.

- O que queria que eu fizesse? - perguntou como se fosse um marido respondendo a esposa que estava reclamando por não ter lavado a louça.

- Sei lá? Talvez me proteger? Qual será que é o papel do pai de família? - respondeu com outras perguntas cheias de ironia.

- Jaemin, eu não tenho tempo pra uma crise adolescente! Estou no meio do caso mais difícil e promissor da minha vida! - respondeu, menosprezando totalmente a dor de seu filho.

- Promissor? É por isso que você está aqui tentando descobrir o assassino? Uma promoção? Você sabe que é um ser humano desprezível, né?

- Não fale assim comigo, sou seu pai e um investigador em serviço, se meus homens estivessem aqui, você seria preso por desacato!

- Quer saber? Vai pro inferno! - desistiu de tentar encontrar algum amor paternal naquele ser humano frio e sem coração, saiu daquela sala sem nem pedir permissão, com o risco de ser preso como suspeito por se recusar a responder as perguntas, mas não aguentava mais olhar na cara dele.

Estava chorando muito quando saiu, Jeno viu pois estava esperando na fila para conversar com o investigador, olhou ao redor pra ver se algum policial estava vendo e saiu atrás do seu crush que precisava de muito apoio naquele momento.

- Jaemin, espera!

- Que ótimo! Me deixa em paz, Lee Jeno! - gritou, estava indo em direção da saída.

- Aonde está indo?!

- Pra casa!

- Assim? Pode sofrer um acidente!

- Quem se importa?

- Eu me importo! Jaemin, me escute, por favor. - estava quase implorando.

- Escutar o quê? Agora quer conversar? Nós transamos e praticamente não conversamos sobre isso, agora você estava quase beijando o Renjun, conversar o quê? Provavelmente só eu estava envolvido em sentimentos nessa relação. - ele bombardeou Jeno com aquelas palavras tão rápido que parecia um rapper, já havia chegado até sua moto e havia pego seu capacete para colocar quando o platinado segurou seu braço.

- O que aconteceu lá dentro? Me conte.

- Pra quê? Só me deixe em paz! - ele desabou em lágrimas, não conseguia mais segurar.

- Eu disse que estaria ao seu lado pra sempre, não importa o que aconteça, vou manter essa promessa. - segurou o rosto de seu amado com cuidado e começou a secar as lágrimas que não paravam de cair.

- Ele é o meu pai e tudo o que... - estava soluçando muito, tanto que não dava para entender o que dizia.

- Não precisa me contar agora, só tente respirar e se acalmar, sem pressa, estarei aqui. - abraçou o, até então, amigo tentando confortá-lo.

change | norenminOnde histórias criam vida. Descubra agora