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Mark havia conseguido uma carona para eles voltarem pra faculdade com um homem de idade avançada que estava muito calado apesar de ter-lhes deixado entrar mostrando um sorriso.

- Está tudo bem? Pode nos deixar aqui se mudou de ideia. - Donghyuck não conseguia controlar o que dizer em momentos tensos, estava muito incomodado com aquela situação estranha.

- Não é isso, estou pensando em alguns problemas, preciso me mudar rapidamente.

- Se mudar?

- Sim, moro aqui faz mais de trinta anos, mas está muito perigoso para meus netos virem me visitar.

- Está falando do assassino? - Jisung perguntou.

- Sim, não quero que corram perigo para me visitar e nem quero ficar sem vê-los por muito tempo, alguns sacrifícios precisam ser feitos. - suspirou, provavelmente imagina ter que abandonar sua moradia e as várias memórias compartilhadas dentro dela.

- Você acha que os policiais não vão conseguir pegá-lo? - Chenle perguntou, mesmo tentando esconder, estava com medo.

- Eu penso que existem muitas desvantagens para a polícia agora. - começou a explicar seu ponto de vista, era incrível como haviam simpatizado com aquele senhor tão rápido. - Nesses casos, o assassino provavelmente é alguém que conhece bem a faculdade, existe uma grande chance de ser um dos alunos novos, pois chegaram quando o problema começou, mas não podemos tirar conclusões precipitadas, nem revistar os quartos sem um mandado e, pra consegui-lo tem que conseguir convencer um juiz de que sua teoria faz sentido, eles estão em uma posição difícil.

Os mais novos olharam para ele incrédulos, ele falava com tamanha maestria sobre o assunto.

- Você é policial?

- Policial aposentado, me mudei pra cá quando fui contratado por ser mais perto. - sorriu, lembrando de alguns de seus melhores momentos na polícia. - Trabalhei muitos anos, mas nunca passei pela situação que meus antigos colegas devem estar passando, mas me lembro de ter visto alguns casos parecidos em países estrangeiros, acho que poderiam procurar inspiração neles para pegar o culpado.

- Por que não fala com eles?!

- Sou um policial aposentado, talvez nem me levem a sério.

- Mesmo assim, é melhor contar para alguém que possa fazer alguma coisa! - o chinês falou, quase perdendo a calma. - O que nós, meros universitários, podemos fazer? Precisa conversar com alguém importante!

- Chenle! - Mark o repreendeu.

- É a verdade! - retrucou.

- Ele está certo, eu posso estar perdendo um tempo precioso e crucial pra investigação, preciso tomar coragem pra enfrentar meus antigos colegas. - admitiu seus medos. - Bom, é aqui que nossos caminhos se separam, cuidado no caminho!

Eles estavam a quatro quadras da faculdade.

- Ok, muito obrigado e desculpe qualquer coisa. - o mais velho liderou a despedida.

Os meninos agradeceram ao sair do carro, o senhor simpático foi embora após sorrir deixando-os com um pensamento de que aquela foi a interação mais estranha e aleatória daquela semana, e Mark passou o caminho inteiro repreendendo Chenle pelas palavras rudes.

[...]

Jaemin acordou após dormir somente por duas horas, sua cabeça estava dolorida, o quarto com pouca iluminação e havia um cobertor lhe cobrindo, sorriu imaginando como seus futuros namorados haviam lhe coberto e escurecido o quarto para que dormisse bem. Se levantou devagar, mas não conseguiu evitar a tontura que veio em seguida, pular refeições quando se estressava era um grave e irritante defeito.

- Jae! - Renjun levantou rápido do sofá ao ouvir os passos e olhou para o moreno com um sorriso.

- Jae? - o mais alto não conseguiu segurar o sorriso ao ouvir o apelido.

- Ah... Foi sem querer. - começou a corar, seu rosto tão branco que era fácil ver a mudança de cor.

- Eu gostei!

Jeno só observava os dois com um sorriso, quando haviam se aproximado tanto? Fazia pouco tempo que o chinês havia aparecido com o único objetivo de conquistar seu coração e agora estava sorrindo e olhando para outra pessoa daquela mesma forma, não era ciúmes o que sentia, esse sentimento nem existia mais entre os três, estava feliz e a única forma daquilo ficar melhor seria se eles pudessem namorar como qualquer outro casal, sem se preocupar com críticas ou assassinos, é claro que a principal preocupação era se Jaemin poderia lidar com um relacionamento quando está tão fragilizado.

- O que está pensando tanto aí? - o moreno perguntou olhando para o coreano.

- Nada muito importante. - não queria preocupa-los com suas aflições, então só sorriu ao responder aquilo.

- Tem certeza?

- Você está preocupado comigo? Sou eu quem está preocupado! - ele brincou para descontrair e tentar mudar de assunto ao mesmo tempo. - Como você está?

- Estou melhor, obrigado por cuidarem de mim, estou sempre precisando de vocês. - se sentia envergonhado por ser tão fraco.

- Ei, ei! - Renjun chamou sua atenção assim que terminou de falar. - Não diga isso, não é nada assim! Estamos ao seu lado fazendo isso porque te amamos, você não é fraco, não está se aproveitando de nós, nem está nos incomodando, então pode ir parando com esses pensamentos!

O mais novo olhou para o chinês sem saber o que dizer.

- Jaemin... - o loiro respirou fundo para acalmar seus sentimentos, estava bravo pelo moreno ser daquele jeito, mas sabia que não tinha como ser de outra forma depois de tantos traumas. - Você consegue ver tudo o que fez? - se aproximou devagar e segurou a mão direita dele. - Eu tinha um crush no Jeno a muito tempo e nunca tive coragem nem de falar com ele, tudo o que conseguia fazer era desenha-lo em todos os meus quadros e pendurar pela faculdade, hoje estou morando com ele e amando mais uma pessoa maravilhosa que eu nem imaginava que entraria na minha vida assim.

Jaemin ouvia aquelas palavras doces e não conseguia segurar as lágrimas, era tão bom se sentir amado de verdade depois de tantos anos, chegava a pensar que não merecia aquilo, mas não desistiria dos dois.

- Comigo foi parecido. - Jeno se aproximou e segurou a mão esquerda dele. - Tudo o que eu fazia era treinar para as competições do time e tentar manter minhas notas para não ser expulso pelo treinador, eu não tinha nada que realmente quisesse, além de continuar nadando, você chegou e mudou tudo com aquela conversa estranha na festa e entrando no clube pouco tempo depois, agora desejo muito fazer vocês se sentirem amados e felizes pelo resto de nossas vidas.

- Vocês... Obrigado! - o mais novo estava chorando novamente, dessa vez era de felicidade.

- Não é algo pra se agradecer. - o platinado sorriu bobo puxando os dois para um abraço de urso. - Vai ficar tudo bem agora que estamos juntos.

change | norenminOnde histórias criam vida. Descubra agora