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Depois de acalmar Jaemin, ele conseguiu pilotar sua moto até seu apartamento, não era muito longe, então Jeno confiou que conseguiria dirigir sem problemas e agradeceu por ter ocorrido tudo bem.

- Como você está? - perguntou assim que chegaram em sua porta, após guardar a moto no estacionamento do prédio.

- Muito cansado. - mostrou um sorriso desanimado. - Preciso trabalhar nisso, como se não bastasse minha mãe, nem meu pai me quer, é complicado aceitar isso.

- Eu não consigo nem imaginar o que está sentindo, mas estou ao seu lado.

- Vai passar as férias aqui? - queria fugir do assunto, mas pareceu que estava cobrando que o platinado ficasse com ele.

- No apartamento? Acho que sim.

- Não vai visitar sua família?

- Por quê? É muito melhor ficar de boa aqui do que fazer uma viagem longa e cansativa pro interior. - mentira! Estava preocupado em deixá-lo sozinho.

- Deveria ir, bem que eu queria ter alguma família pra visitar. - percebia-se a tristeza em sua voz.

'E agora? Não posso deixá-lo sozinho, prometi que ficaria ao seu lado e ele precisa de mim, não que ele seja dependente de mim, mas ele não tem ninguém pra confiar e minha mãe me chamou, vou me sentir muito mal se não for.' - Jeno estava pensando o mais rápido que conseguia.

- Você quer ir comigo? - ele perguntou sem nem pensar que esse era um passo muito sério para a relação dos dois que nem rótulo tinha ainda.

- O quê? - achou ter ouvido errado.

- Quer vir comigo? Minha mãe iria te adorar, eu vou depois da semana que vem.

Ao contrário do platinado, Jaemin pensou muito em poucos segundos.

- Jeno... Pensou bem nisso? Tem certeza?

- Sim, por quê?

- Vai me apresentar pra sua mãe?

- Sim, o que tem?

- E o que sou?

- Meu... Amigo? - faz uma pausa entre aquelas duas palavras, finamente percebeu o que o moreno estava tentando lhe dizer. - Ah.

- Pois é.

- Isso não importa agora. - ele falou sem pensar, estava virando um hábito, felizmente percebeu rápido o que havia dito dessa vez. - Quer dizer, eu me importo muito com... Nós dois, mas vamos deixar isso de lado um pouco, acho que fará bem a você passar um tempo com uma família amorosa.

- Então é isso que está planejando. - sorriu, Jeno estava sempre pensando nele primeiro.

- Seria uma surpresa, mas eu não sou bom com palavras o suficiente para te enrolar. - eles deram risada.

- Você é horrível com as palavras!

- Nossa, pra que humilhar? - ele brincou e os dois riram.

- Okay, vou com você, obrigado por sempre pensar em mim.

- Se tornou natural agora. - sorriu bobo.

Sua mente também estava em outro lugar, melhor dizendo, outra pessoa, um certo chinês fofo e muito talentoso, precisava conversar com ele e resolver o assunto, não queria que se afastasse agora que finalmente havia entendido seus sentimentos, gostava dos dois, era estranho, mas era a única explicação.

[...]

'O que eu fiz? Foi burrice matar o Liang! Mesmo que tenha tido cuidado suficiente para não deixar digitais, com certeza devem ter me colocado na lista de suspeitos agora! A ideia de arranjar um namorado para me misturar foi brilhante, mas como ele se atreve a me cobrar algo? Não lhe devia nada e quase me pegaram por culpa dele! Realmente foi uma boa ideia levar minhas luvas pra todo lugar, como o esperado de mim, agora só preciso agir como se estivesse triste e evitar matar alguém por um tempo, então logo estarei livre de suspeitas.' - esses eram os pensamentos dele.

Depois que Mark saiu do quarto, Yangyang se esticou na cama relaxando, pensando que nunca seria pego, já que era fácil enrolar a polícia, ele olhou para seu colega de quarto rindo internamente por aquele gigante ser tão lerdo e fácil de manipular, teve muita sorte mesmo.

[...]

Jeno decidiu ir para a faculdade só para procurar por Renjun, torcia pra que estivesse na sala do clube de artes. E lá estava ele, o chinês mais talentoso que o platinado já teve o prazer de conhecer em sua vida, o sorriso reconfortante, o cabelo loiro que combinava tanto que parecia ser sua cor de cabelo natural, o moletom azul gigante em seu corpo pequeno. Será que o Jeno estava apaixonado?

- Ainda bem. - disse ao se aproximar.

- Jeno? - se surpreendeu ao vê-lo ali, poucos alunos tinham aula naquele dia e sabia que o curso de contabilidade não teria.

- Eu quero conversar com você. - continuou se aproximando cheio de confiança em sua decisão. - Primeiro quero me desculpar pelo que aconteceu ontem.

- Está tudo bem. - mentiu.

- Por favor, me deixe terminar antes de dizer algo. - fez o pedido e respirou fundo. - Eu não estava te iludindo, realmente queria te beijar, mas aquele não era o momento certo, me desculpe por isso também.

Enquanto Renjun tentava assimilar o que estava acontecendo, Jeno continuou falando sem parar.

- Me desculpe por sempre ir atrás do Jaemin, a vida não está sendo fácil pra ele e eu prometi que estaria sempre ao seu lado. - explicou. - Mas eu gosto dos dois. - se sentou na cadeira mais próxima sentindo o peso das palavras que havia dito.

- De nós dois? Tem certeza disso?

- Sim, eu tenho.

- E o que planejo fazer? Não é como se pudesse ficar com nós dois, a vida não seria tão fácil assim.

- Eu sei que não vai ser fácil, mas mesmo que não fiquemos juntos como um trisal, não quero que nenhum de vocês fique longe de mim, principalmente nesse momento em que está sendo muito perigoso morar por aqui, então que tal pegarmos suas coisas e levar pro apartamento?

- Eu vou atrapalhar vocês.

- Eu e Jaemin não somos um casal ainda, a mesma chance que nós temos de ficar juntos, você e eu também temos, ambos nos gostamos, certo?

- Você está um pouco agressivo hoje, Lee Jeno. - não conseguiu evitar sorrir, não sabia como seu coração reagiria a morar com os dois e vê-los agindo como um casal diariamente e de perto.

- Estou cansado de esperar o momento certo, por isso acabei fazendo merda ontem, mas eu acredito que isso é o certo, o Jaemin disse que também quer que você vá.

- Tem certeza que ele não estava só tentando fazer algo que você quer?

- Jaemin não sabe esconder quando não gosta de algo, então eu sempre sei mais ou menos o que ele está pensando.

- Isso parece uma conexão incrível. - começou a ficar desanimado.

- É uma conexão que quero ter com você também no futuro, se quiser.

- Tá bom, vamos pegar minhas coisas.

change | norenminOnde histórias criam vida. Descubra agora