Johnny continuava observando o colega de quarto atentamente, não precisava se esconder pois Yangyang já sabia de suas suspeitas.
- Vai me seguir até o banheiro, como fez outro dia? - o mais novo debochou. - Não entendo suas suspeitas, eu não sou o assassino.
- Tenho o direito de suspeitar de quem eu quiser sem fazer nenhuma acusação ou difamação, que eu saiba, não falei pra ninguém que suspeito de você, então não pode fazer nada pra me impedir.
- Você está no curso de direito, por acaso?
- Isso é conhecimento geral.
- Se você diz, faça o que quiser, não tenho nada com o que me preocupar. - deu de ombros sem demonstrar nenhum sentimento relevante.
Será que estava suspeitando da pessoa errada? o mais alto estava começando a sentir suas certezas sendo abaladas sempre que Yang não demonstrava remorso nem preocupação de ser pego, não passava pela sua cabeça que era assim que um psicopata se comportava e que havia dado uma dica crucial de que ninguém sabia de suas suspeitas e poderia mata-lo sem problemas.
Como era a mente de um psicopata? Como alguém era capaz de fazer coisas horríveis sem sentir culpa ou qualquer emoção humana. Tudo o que Yangyang pensava era como se livrar da vigia constante do colega para poder voltar para seu hobby tranquilamente, a polícia não era capaz de pegá-lo mesmo, não havia nenhuma ameaça a sua vida perfeita.
Ou era o que pensava...
A verdade era que a polícia já estava com um mandado de busca para procurar em todos os dormitórios, só esperavam a aprovação do juiz, o que não demoraria nem duas horas, se tivesse alguma prova a ser encontrada dentro da faculdade, eles encontrariam.
Em duas horas, um anúncio foi ouvido em toda a faculdade, o diretor estava dizendo para todos os alunos saírem sem levar nada com a desculpa de ser um treinamento de incêndio, mas, assim que chegaram do lado de fora, haviam várias viaturas e policiais armados.
- Boa tarde universitários! - o diretor chamou sua atenção novamente, estava usando um microfone para falar alto para todos ouvirem. - Sinto muito por mentir sobre o treinamento de incêndio, a verdade é que a polícia está com um mandado de busca e irão procurar pela universidade por alguma prova que possa ajudar a encontrar o culpado, eu estarei fornecendo veículos para levá-los até o hotel que é nosso vizinho e vocês dividirão quartos hoje e só poderão voltar amanhã, se precisarem de qualquer coisa seus professores irão ajudá-los, mas estão proibidos de voltar antes de serem convocados.
Aquele dia seria decisivo para a polícia e o assassino em série, um iria ganhar e o outro sofreria as consequências. A última coisa que puderam ouvir antes de serem obrigados a saírem foi o chefe de polícia encorajando seus policiais.
- Mesmo as pedras deverão ser levantadas, não quero que fique nenhum centímetro sem ser vasculhado, estamos apostando tudo hoje!
- Sim senhor!
[...]
Jeno ficou sabendo do que estava acontecendo na universidade após receber uma ligação de Taeyong que dizia ser possível que a polícia também fosse atrás dos estudantes que moram fora do campus, não estava preocupado que seu melhor atleta fosse um assassino, mas achava que deveria avisá-lo por algum motivo.
Em sua vida tranquila no apartamento com seus dois amores, ele nem se preocupava com aquele assunto mais e acabou se sentindo mal pois muitos ainda sofriam com o medo constante todos os dias, seus próprios colegas poderiam acabar sendo psicopatas que sentiam prazer em causar dor aos outros, era assustador demais até imaginar.
- Aconteceu alguma coisa?
- O quê? - foi tirado de seus próprios pensamentos ao ouvir a voz suave de Renjun.
- Você parece abatido de repente, aconteceu alguma coisa?
- Meu treinador acabou de ligar, os alunos foram retirados do campus para a polícia procurar provas e estão sendo levados para aquele hotel do lado.
- Isso é algo bom, né? Podem encontrar o culpado hoje! - ele sorriu sem preocupações.
- Sim, é muito bom, só me lembrei que estou vivendo tão feliz aqui enquanto meus colegas ainda estão passando por aquele terror de sentir estarem vivendo próximos de um assassino.
- E se sentiu culpado por estar feliz? - o platinado concordou. - Jeno...
- Eu sei que não deveria me sentir assim, mas acabou acontecendo.
- Nós não temos culpa alguma do que está acontecendo, o único culpado é o monstro que está matando os próprios colegas! Nós devemos procurar a nossa felicidade, as pessoas estão sofrendo pelo mundo todo, vamos abrir mão de sermos felizes por isso?
- Você tem um ponto.
Enquanto isso, Jaemin havia recebido uma ligação de seu pai lhe informando de um acontecimento triste.
- Ela morreu? Como? - ele não conseguia acreditar no que estava ouvindo.
Senhor Na não lhe deu muitos detalhes, somente disse que um corpo, já em decomposição, havia sido encontrado em uma vala popular onde as gangues costumavam deixar corpos de traidores, os restos mortais estavam irreconhecíveis, mas o DNA batia com o de sua mãe que estava fugitiva a muito tempo.
- Como assim gangues? Ela estava envolvida até nisso?
Seu pai não era muito paciente, então só disse que não sabia e desligou, deixando o filho sem saber como reagir aquela informação.
- Jaemin? - Renjun era muito bom em ler expressões faciais e a do mais novo estava gritando que algo estava errado.
- O quê?
- O que aconteceu? Quem ligou?
- Meu pai. - só aquilo já preocupou o chinês.
- O que ele queria?
- Minha mãe está morta. - respondeu sem nem piscar, parecia em choque.
- O quê? - foi pego de surpresa por aquela informação.
- Ele disse que encontraram um corpo em decomposição em algum lugar de gangues e o DNA batia. - acabou falando rápido demais se enrolando nas próprias palavras enquanto seu corpo começava a expressar sua dor em forma de lágrimas.
- Calma, devagar. - não relutou em segurar os braços do moreno que parecia que iria desmaiar a qualquer momento. - Jeno! Me ajuda! - chamou pelo platinado que, com certeza, teria mais força para segurá-lo.
- O que está acontecendo? - olhou aquela cena sem entender, nem saber o que fazer.
- Segure ele, por favor, acho que vai desmaiar.
- Mas o que aconteceu? - perguntou enquanto apoiava o mais novo para que se sentasse no sofá, estavam na sala.
- Minha mãe morreu.
O platinado olhou para ele com os olhos arregalados, podia entender o motivo de estar daquele jeito, mesmo depois de anos de abuso, ainda era sua mãe. Depois de alguns minutos chorando muito, conseguiram acalmar Jaemin o suficiente para que não sufocasse em soluços, por que nada funcionava direito pra ele? Sempre acontecia alguma coisa para feri-lo ainda mais, deve ter sido uma péssima pessoa em sua vida passada para estar sendo castigado continuamente!
Jeno e Renjun estavam conversando sobre ajudá-lo a cuidar de sua saúde mental outro dia, agora ele estava de luto quando ainda nem superou seus traumas, temiam que fosse demais para suportar, temiam que seu amado desistisse.
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change | norenmin
FanfictionOnde Renjun adorava praticar arte pensando no rapaz do clube de natação e Jeno não sabia que as pinturas que admirava eram sobre ele mesmo. O mundo dos dois seria balançado com a chegada de um belo jovem dirigindo uma moto Naked preta e branca no mo...