05- Tapete

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Mais uma vez ela contratou duas horas e marcou no mesmo motel da última vez, então foi tranquilo, até porque eu já estava pronta, bastava apenas pequenos detalhes e já pude sair de casa. Meu cliente, como era antigo e nunca precisei desmarcar, reagiu bem, por mais que tenha se demonstrado triste, mas consegui encaixá-lo pro dia seguinte.

Cheguei e me identifiquei. Como da outra vez, ela já havia chegado. Bati na porta e ela abriu com um das mãos pra trás, o que achei estranho. Me aproximei de forma sensual, segurei seu rosto com ambas as mãos e lhe beijei. Senti seu braço livre me envolver e sua mão preencher minhas costas, puxando-me pra junto de si.

– Pra você. – Me disse, afastando seu rosto e erguendo sua mão, que estava escondia.

O presente era uma bolsinha cheia de chocolates e estava com uma fitinha enfeitando... achei fofo. Enquanto eu olhava e abria um, já que sou chocólatra, ela dizia:

– Como não sabia do que você gosta, trouxe vários diferentes.

Voltei pra realidade, pois estava absorvida pelo doce, olhei-a com sorriso, deixei a bolsinha perto da minha bolsa, fui até ela, a abracei por cima dos ombros, lhe dei um beijo, e disse:

– Você é um amor. "Brigada".

– Não tem de quê.

Passei a língua de leve em sua boca, mordi meu lábio inferior, olhei-a com safadeza, e perguntei:

– Acho melhor a gente aproveitar nosso tempo, não acha? Da última vez passou bem rápido.

Ela sorriu, um sorriso safado, enquanto olhava pra minha boca, e disse:

– Concordo com você.

Aproximei minha boca de seu ouvido e, quase sussurrando, disse:

– Então me come, porque eu to doida pra te dar.

Sabe quando nossos sentimentos mais profundos vem a tona? Pois bem, Daniela ganhou um ímpeto incrível depois do que falei, tanto que quando percebi, já estávamos na cama, tirando nossas roupas, e nos envolvendo num prazer delicioso. Teve um momento em que ela me virou de costas e deitou o seu corpo sobre o meu, mas não de qualquer maneira, ela se encaixou em mim e se movimentava como se me penetrasse e isso me deu um tesão, que nem sei de onde veio.

Sexo é muito isso, na verdade, ele é muito sobre o psicológico, não só sobre o ato em si, e acho que nessa linha de raciocínio, é onde encaixamos as coisas que nos dá prazer, por exemplo o que ela fez, que não é necessariamente que eu goste que um homem faça isso comigo, mas por alguma razão me deu tesão dela sobre mim.

Daniela me virou de volta e fez a mesma coisa de frente, só que agora colocando seu quadril entre as minhas pernas. Era incrível como eu sentia, embora que agora ela estava em contato com o meu clitóris, mas não posso negar, era uma delícia ela sobre mim, me beijando e se pressionando contra mim.

Eu gozei, confesso, naquela posição, e a segurei firme contra o meu corpo, mas não paramos, nós usamos as duas horas inteiras sem eu nem perceber o tempo passar... acredito que ela também não percebeu, porque mais uma vez nos surpreendemos com o meu despertador, com uma única diferença, quando ele tocou, fui eu quem pedi pra que ela me chupasse.

Aquela boca era perfeita, assim como seus movimentos e a sua entrega, não sei explicar, só sei que era inevitável e, pra minha surpresa, gozei mais uma vez. Enquanto eu ainda sentia aquela energia percorrer meu corpo, Daniela se deitou ao meu lado e, sorrindo, disse:

– Eu ficaria mais tempo com você, mas não tenho dinheiro pra tanto.

Eu a olhei, novamente apenas virando a minha cabeça, e meu desejo era continuar, independente de dinheiro, mas não podia fazer isso, por mais que quisesse muito. Respirei fundo, balancei levemente a cabeça, como quem recobra a consciência, e perguntei:

– Não tem mesmo?

– Infelizmente, não. Eu até ganho bem, mas não dá pra fazer mais do que já to fazendo.

– E por que você ta fazendo isso? Você não parece precisar disso, você é linda e tem um comportamento que qualquer mulher gostaria.

Ela sorriu e pareceu se entristecer, porque a minha frase era como tocar em uma ferida aberta e eu ainda não sabia disso. Daniela disse:

– Quem sabe um dia eu te conto melhor a respeito. – Pegou o celular, me olhou e, sorrindo, completou. – Passou as duas horas, melhor a gente ir, então.

Ela começou a se levantar, mas, por instinto, a segurei pelo punho e a puxei pra mim, mas não pra transar, embora quisesse. Deitada sobre mim, nos olhamos... na verdade eu a olhei, talvez pela primeira vez. Lhe dei um beijo gentil e, sorrindo, disse:

– Você é linda.

– Não se apaixona, hein. – Brincou.

– Mas precisa aprender a receber elogios. – Brinquei em resposta.

Ela sorriu, me beijou e perguntou:

– Posso te levar em casa? Acho perigoso esse negócio de carro de aplicativo.

– Melhor não, preciso manter um profissionalismo aqui. – Brinquei.

– Ta bom, mas então vamos, pra não ficar ainda mais tarde... vou esperar você pegar o carro, depois vou embora.

– Vamos sim.

O que posso dizer? Aquela noite havia sido ainda melhor do que a primeira e novamente cheguei em casa exausta e morta de fome, mas uma coisa não saía da minha cabeça... por que uma mulher tão linda e gentil estava pagando por sexo? Eu queria saber o que havia debaixo daquele tapete, o problema é que não sabia o que mais poderia colocar em jogo fazendo isso.


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