Acordei ainda meio atordoada e sozinha, olhei ao redor, identificando onde estava e me lembrei de tudo que havia acontecido. Respirei fundo. Olhei pro teto, em meio a pouca luz que conseguia entrar pelas brechas da cortina, e tive dúvidas sobre o que sentir, sobre o que pensar. Confesso que reviver, em minha mente, coisas que fizemos, me dava tesão e me fazia sorrir.
Me levantei, ainda cambaleante de sono e cansaço, vesti um blusão que peguei em uma gaveta e saí. O cheiro de café era predominante e delicioso. Parei na entrada da cozinha e lá estava Dani, de costas. Fiquei encostada observando-a. Eu sorria... percebi isso poucos segundos depois.
– Bom dia. – Falei, levemente rouca.
Dani se virou e me olhou, de cima a baixo. Com um olhar safado, ainda de onde estava, me deu bom dia e, com tranquilidade, veio em minha direção. Nos abraçamos, com carinho. Ela beijou meu pescoço, depois nos olhamos, sorrindo. Nos beijamos, sem afobação.
– Dormiu bem? – Me perguntou ela.
– Acho que só entrei em coma. – Brinquei. – E você?
– Sempre durmo bem quando você ta comigo.
– Ah, para! Fala a verdade! – Brinquei. – Você consegue dormir bem toda embolada em mim?
– Pra ser sincera, não muito, mas não consigo não te abraçar. – Me beijou.
– Dorme abraçada com a Gabi também, não é, sua puta? – Dei um tapa em seu braço, me soltei e fui em direção a pia.
– Isso é ciúme, senhorita puta? – Brincou.
Olhei pra ela com os olhos cerrados e, sorrindo, disse:
– Não sinto ciúme de cliente.
– Ah é? – Sorriu. – Tenho que fazer o pagamento então, fudeu.
– Fudeu por quê?
Enquanto vinha em minha direção para me abraçar novamente, dizia:
– Porque foram algumas horas além do tradicional.
– Vou te fazer um desconto, então.
– Ué, por quê? Sou vip?
– Não, é porque sou boazinha. – Nos beijamos, sorrindo.
– Então, já que é boazinha, você vai passar o dia comigo, não vai?
Aquela pergunta me bateu como um gatilho, me resgatando de volta a realidade. Eu precisava decidir o que fazer depois de tudo aquilo, mas o problema era justamente esse. Dani percebeu, provavelmente por alguma reação minha, e disse:
– Acho que toquei em um assunto delicado.
– É complicado.
– Quer conversar a respeito?
– Acho melhor deixar quieto.
– Vamos só viver, então? – Sugeriu.
– Vamos tomar café? – Sorri. – To morrendo de fome.
Dani puxou uma cadeira pra que eu sentasse, como um bom cavalheiro faria. Nos servimos, sentadas lado a lado, e começamos a comer enquanto conversávamos sobre assuntos aleatórios, porque nem tudo precisa ser sexy ou sério. Acho é que mais ou menos sobre isso, sei lá, mas é por isso que falo sobre momentos assim, mesmo que eles pareçam bobos, ou simples demais.
Eu tava pensando sobre isso, sobre a ideia de que nem tudo gira em torno apenas de certos fatos, porque sempre existe o antes e o depois e, muitas das vezes, são exatamente esses momentos que revelam mais do que uma simples relação sexual... por melhor que tal sexo seja.
O que mexia comigo não era apenas transar com Dani, mas todo o resto que nos envolvia, principalmente os pequenos gestos, como aquele de puxar a cadeira pra mim, mas não pelo simples ato e sim pela junção dele com a forma tão natural com que ela o praticava... esse é apenas um exemplo dentre tantos... tantos.
– To cheia. – Falei sorrindo.
– Quer deitar um pouco?
– Queria fazer outra coisa, mas acho que não consigo. – Disse puxando-a pra mim e lhe dando um beijo.
– Eu posso te ajudar nisso. – Me respondeu com um sorriso safado.
– Mas acabei de dizer que to cheia.
– Mas eu ainda to com fome.
– Ah é? Fome de quê?
– De você.
– E como a gente resolve isso? – Perguntei já cheia de tesão.
– Vem comigo.
Fomos pro quarto, me deitei primeiro e arfei enquanto ela me beijava entre as pernas. Era simples, suave e gostoso. Não havia desespero, não fizemos nem metade do que costumávamos fazer, mas eu gozei, em sua boca, e foi delicioso. Dani veio subindo, beijando meu corpo pelo trajeto, e se deitou ao meu lado.
– Satisfeita? – Perguntei.
– Queria mais, mas por enquanto ta bom. – Sorriu.
– Você é muito safada. – Sorri e lhe beijei.
– Você que me deixa assim.
Seu telefone começou a tocar do nosso lado. Nós olhamos, era Gabi ligando. Dani o silenciou, deixando-o chamar até cair, mas logo em seguida ele voltou a tocar. Nos olhamos, sérias. Respirei fundo e disse:
– É melhor você atender.
– Alô. – Disse ela, saindo de sobre mim e se afastando.
Complicado.
Curte, comenta e compartilha (Aceito Pix como ajuda hein kkkkkk, ta na Bio)
Me segue no insta: kakanunes_85
Cap novo toda sexta
VOCÊ ESTÁ LENDO
LGBT - Encontros
RomansYasmim é uma jovem garota de programa que se deparou com algo inusitado depois de seus dois anos de profissão. Ela conhece Daniela, uma pessoa diferenciada e que, sem perceber e querer, começa a envolvê-la em uma mistura de tesão e paixão. Mas por q...