Não nos falamos mais até a quinta-feira, que foi quando Daniela me perguntou se eu tava livre. Por sorte eu realmente estava, então não haveria problema de agenda e minha noite seria completamente a disposição dela, o que me fazia lembrar de quando desmarquei um cliente antigo só pra atendê-la.
Como disse, alguns assuntos, ou temas, estava começando a fazer parte da minha lista de interesses e eu vinha assistindo tudo que conseguia encontrar a respeito. Existe muita coisa boa, assim como as que não são tão interessantes assim, mas o bom disso foi justamente que minha mente começou a se abrir pra uma nova realidade, a qual eu andava fazendo parte.
Enfim... cheguei da faculdade animada, o que me preocupava, mas preferi não pensar à respeito. Corri pro banho, pra poder me preparar e ficar o mais limpa e cheirosa possível. Não sei se falei, mas acredito que aquele era o melhor momento de todos pra mim, pois era prazeroso tomar todos esses cuidados e ver o resultado depois... lembrando que é um sentimento meu.
Me vesti, colocando uma lingerie atraente por debaixo de uma roupa sensual. Pus um casaco comprido por cima, aproveitando que tava frio, e fui. Peguei meu carro de aplicativo e cheguei, bem na hora marcada, sabendo que, do jeito que ela é, provavelmente já estaria lá dentro me esperando.
– Você ta linda. – Me disse, ao me ver, com o sobretudo aberto, revelando a roupa que vestia por baixo.
Entrei, "rebolante", colocando um pé na frente do outro, como se desfilasse em uma passarela. Envolvi seu pescoço com meus braços, olhei-a nos olhos como se ela fosse a última refeição da minha vida, e disse:
– Me arrumei pra você.
– Você deve dizer isso pra todo mundo. – Brincou, sorrindo.
– Sim, mas não costumo ser sincera. – Aproximei minha boca de seu ouvido e disse. – Adoro quando você me come.
Como da outra vez, Daniela me agarrou com tanta vontade e paixão, e aquilo foi tão gostoso de sentir, não sei explicar, só sei que vê-la me desejando daquela maneira meu deu ainda mais tesão do que já estava ao passar por aquela porta. Nós começamos, ali, em pé, mas quando vi já estávamos na cama.
Seus lábios e dedos por meu corpo me faziam arrepiar, era impossível não reagir e não gemer, de maneira espontânea, a todo estímulo que ela provocava, tanto que gozei, o primeiro da noite, mais rápido do que das outras vezes, talvez porque já sabia que seria possível, ou não, não sei.
– Eu trouxe algo que nunca tenho a oportunidade de usar e gostaria de saber se posso fazer isso com você. – Disse ela, em um determinado momento.
– O que seria?
– Uma cinta.
Pra mim pareceu algo simples, mas acredito que, pra ela perguntar, talvez seja porque pra era aquilo seria algum tipo de tabu. Me sentei na cama, segurei seu queixo com uma das mãos, lhe dei um beijo, e disse:
– Pode pegar, meu bem.
Senti que aquela era uma situação que a deixava constrangida, o que era curioso, já que em todas às vezes nunca a vi assim, mesmo que talvez se sentisse. Daniela colocou a cinta, se sentou de joelhos na minha frente e me olhou. Eu me aproximei, segurei seu rosto com ambas as mãos e a beijei.
– Relaxa. – Sussurrei.
– Não tenho muita experiência com isso e...
– Não se preocupa, – Sorri. – eu tenho... me beija.
Eu a puxei pra mim e voltamos a nos envolver em paixão, sem pressa de usar a cinta, porque a minha intenção era que houvesse uma construção e não que aquilo fosse o foco principal, como costuma acontecer com os que são "de verdade". No momento certo, quando o desejo me surgiu, foi quando pedi e ela o introduziu em mim.
Em meio ao meu prazer, fui guiando-a em seus movimentos, quanto a força e velocidade, mas, mesmo que houvesse pouca experiência, até nisso ela tinha muito jeito e fazia muito gostoso. Acho que o bom sexo é isso, quando existe a troca, e não quando alguém só se importa consigo mesmo.
Mudamos de posição algumas vezes e fui percebendo que Daniela começou a ficar mais a vontade com o que estava fazendo, o que era maravilhosamente gostoso. Ela parecia ser o tipo de pessoa que te observa, justamente pra conseguir fazer o que mais te dê prazer... pelo visto não era só ela que observava.
Exaustas, nos deitamos uma do lado da outra sem nem saber que horas devia ser, pois, por algum motivo estranho e inexplicável, eu havia esquecido de colocar o celular pra despertar e o abandonei dentro da bolsa, que estava em algum lugar daquele quarto de motel.
– "Brigada". – Me disse ela.
– Pelo quê?
– Um dia te conto, quem sabe. – Sorriu.
– Vou cobrar.
– Até isso? – Brincou.
– Boba.
Pois bem, de fato havíamos passado alguns bons minutos do horário. Ela falou de pagar a diferença, mas disse que não precisava, até porque o erro tinha sido meu, mas, pra ser muito sincera, acho que, em algum lugar lá no fundo, eu queria passar do tempo sim, só não sabia que seria mais de uma hora.
Como das outras vezes, cheguei em casa exausta e faminta, mas havia um sentimento estranho dentro de mim, que me deixava preocupada. Será que to sentindo alguma coisa por ela? O que será que ta acontecendo comigo? Até porque, fugindo do padrão, novamente, nós avisamos quando chegamos em casa... e eu sorri.
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Cap novo toda sexta
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LGBT - Encontros
RomanceYasmim é uma jovem garota de programa que se deparou com algo inusitado depois de seus dois anos de profissão. Ela conhece Daniela, uma pessoa diferenciada e que, sem perceber e querer, começa a envolvê-la em uma mistura de tesão e paixão. Mas por q...