Pois é, que loucura, Dani tinha realmente conseguido uma confissão e ela estava bem na minha frente, em forma de print. Pelo que entendi, depois que mandei aquela foto e bloqueei Gabi, ela juntou as peças e foi tirar satisfações àquele respeito e, durante a conversa, foi questionada do porquê estava se comportando daquela forma e foi aí que ela se contradisse.
Primeiro tentou desconversar, mas não conseguiu e disse: "e se eu estiver mesmo, o que é que tem?". Como a pessoa consegue fazer o que fez? Porque não existe outro motivo além de ciúme e frustração... ciúme... essa palavra me fez pensar na hipótese dela ter se aproximado de Dani também com o objetivo de me causar esse sentimento.
Por que existem pessoas que se sabotam dessa maneira? Porque, tipo, a gente não encontra elas em cada esquina, mas elas existem e se prestam a um papel tão baixo que nos deixam em dúvida sobre sentir raiva ou pena. Acho que eu tinha muito dos dois, afinal minha vida estava exposta por uma razão mesquinha.
Resolvi devolver na mesma moeda, não porque quisesse vingança, mas porque queria constrangê-la, então editei aquela imagem escondendo a identidade de Dani e enviei sua confissão em um grupo da faculdade, do qual saí em seguida. Posso ser puta, mas agora todos iam saber que quem me divulgou estava sofrendo de recalque.
– "Bloqueia essa doida e obrigada pela ajuda." – Enviei pra Dani.
– "Já tinha feito, não quero mais nenhum tipo de contato com ela." – Me respondeu rapidamente.
– "Você acha possível que possam te perturbar no trabalho por minha causa?"
Afinal de contas, Gabi tinha contato com meu ex cliente, que trabalhava no mesmo lugar que Dani, mas não tinha me tocado disso até então. Mais um motivo pra me sentir mal, mas, como sempre, ela foi maravilhosa e disse:
– "Relaxa, todo mundo sabe que aquele cara é doido e, tipo, ele meio que já soltou umas gracinhas, mas ali é ambiente de trabalho e me dou super bem com meus superiores, então já mandaram ele ficar na dele e parar de encher o saco."
– "Desculpa por isso. Sempre me preocupei comigo e nem pensei no que poderia acontecer com você."
– "Eu realmente fiquei puta, mas não foi contigo não, fiquei mais puta com a doida que saiu falando merda."
– "Mas esse problema aconteceu quando?"
– "Agora pouco, em um grupo do pessoal do trabalho, mas já ta resolvido já. Ele é um cara complicado, tem vacilado muito, ta quase sendo demitido, então to tranquila."
– "Ah sim. De qualquer forma me desculpa, afinal de contas eu te apresentei a doida." – Insisti.
– "A gente não esperava que fosse dar no que deu, então relaxa, agora aprende e para de fugir de mim." – Concluiu colocando carinhas rindo.
– "Não quero mais fugir de você." – Concluí com carinha de safada.
– "Acho bom." – Concluiu com carinha sorrindo. – "Agora vem dormir comigo.
– "Você não cansa não?"
Perguntei por perguntar, porque vontade de ir eu também tinha, mas queria receber sua resposta, pois aquela conversa mole tava mexendo comigo. Por um momento era como se os problemas tivessem desaparecido, já que minha mente estava toda focada em nossa conversa... nossa troca.
– "Quanto mais te vejo, mais quero te ver." – Respondeu.
– "Você ainda ta de férias, não ta?"
– "To sim, por quê?"
– "Por que você não vem pra cá dessa vez?"
O que pra muitos pode parecer um convite bobo, pra mim não era, pois era a primeira vez em anos que chamava alguém pra ir dormir comigo na minha casa. Dani se atentou a isso e nem poderia ser diferente, já que era uma pessoa extremamente observadora. Meu telefone vibrou, eu o abri e ela dizia:
– "Não mereço tamanha honra. Passa o endereço." – Finalizou com uma carinha sorridente.
Fiquei ansiosa, confesso, mas quando abri a porta e vi seus olhos sorridentes toda aquela apreensão desapareceu. Dani entrou e me abraçou. Como já devo ter dito, alguns pequenos momentos são mais especiais do que grandes coisas... estávamos abraçadas dentro da minha casa e, bem, não havia nada mais significativo pra mim do que aquilo.
– To começando a me iludir. – Disse Dani.
– E como é essa ilusão? – Perguntei sorrindo.
– To me sentindo especial.
– É bom que não preciso nem dizer, porque ta óbvio. – Sorri emocionada.
E não precisava mesmo, mas como nem tudo é sobre precisar, é lógico que eu disse, porque verbalizar algumas coisas faz com que ela se tornem ainda mais reais, isso sem mencionar o tesão da porra que dá quando falamos, ou ouvimos, coisas do tipo... não sei nas demais pessoas, mas em mim dá.
Depois daquela recepção, obviamente nós transamos, mesmo que sem todo o desespero que costumava nos dar, e ficamos de casal, juntinhas, assistindo televisão, conversando e rindo. Podem falar o que quiser, mas pra quem ta vivendo, o clichê da vida real tem sempre um sabor diferenciado.
Deitamos pra dormir e continuamos conversando sobre muitos assuntos aleatórios e isso era tão bom. Passei anos da minha vida completamente sozinha, sempre me esquivando, inclusive, de ter amizades e, agora, tava descobrindo o prazer que se sente nesse tipo de troca.
– O que vai fazer amanhã? – Me perguntou Dani.
– Amanhã vou pra faculdade, preciso encarar meus demônios.
– Posso fazer isso junto com você?
– Será um prazer.
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Cap novo toda sexta
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LGBT - Encontros
RomanceYasmim é uma jovem garota de programa que se deparou com algo inusitado depois de seus dois anos de profissão. Ela conhece Daniela, uma pessoa diferenciada e que, sem perceber e querer, começa a envolvê-la em uma mistura de tesão e paixão. Mas por q...