~ Até que enfim ~

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•Amanda

As coisas mudam em uma fração de segundo, estou fazendo a analogia para além da mudança que ouve da minha manhã, deitada nos braços do homem que amo. Para a minha tarde, a começar pela ligação inesperada que o Antonio recebeu.

Ao finalizar a ligação breve com o Bochecha, Antônio sai de casa extremamente preocupado e meio perdido. E não teria como ser diferente, a academia era muito importante para ele.

Por algum motivo, eu permaneço sentada a mesa e minha atenção é voltada para a foto da tela de bloqueio do meu celular, e agradeço mentalmente por ter encontrado ali Chicago uma família.
A foto era recente, Antônio me abraçava e a Aisha estava abraçando a minha barriga e essa foto tinha se tornado a minha favorita no momento que eu a vi.

Eu nem consegui terminar de tomar meu café e cerca de 10 minutos depois eu já estava dentro do Uber e o tempo todo do trajeto eu sentia meu coração angustiado, mas na minha cabeça era só preocupação com o Antônio, mas na verdade essa angústia no meu peito já era um sinal do que iria acontecer.

Eu saí do Uber, agradeci ao motorista pelo trajeto e desejei que ele tivesse um ótimo dia de trabalho, e ele desejou o mesmo para mim e eu sorri.
Queria mesmo ter um excelente plantão…desde que comecei retomar as minhas atividades no hospital, sempre é meu desejo e pedido para que eu tenha um ótimo dia, mesmo em situações difíceis, afinal trabalhar em hospital é saber lidar com a alegria de famílias que recebem os filhos recém nascidos e com a tristeza de quem despede de uma pessoa amada.

Mas eu não tive um bom plantão,  porque eu não cheguei a nem entrar dentro do hospital.

Até que enfim!

Ouço uma voz conhecida, e que me faz arrepiar involuntariamente e isso me irrita mesmo que de forma inconsciente.

Era o Luiz, finalmente ele conseguiu me achar. Sozinha, vulnerável e sem conseguir pedir ajuda.

Ele segurou meu braço com força, me pressionou contra o tronco dele e me faz cheirar clorofórmio e meus sentidos lentamente vão se perdendo…

🔸🔸🔸

•Antonio

Quem é você ? E como assim a Amanda precisa de ajuda ?

É tudo que eu consigo perguntar para aquele homem agora com a respiração mais controlada que está parado na minha frente.

Eu vim para Chicago com o Luiz…não me bate, por favor ... .deixa eu explicar!

Eu preciso controlar o meu impulso de pressionar ele na parede, mas suspirei e fiz um pequeno movimento de cabeça para que ele continue.

Eu sou o Gabriel, mas as pessoas me conhecem pelo meu apelido, Pavão.
Eu conheço o Luiz há muitos anos mas eu nunca vi ele do jeito que eu estou vendo nos últimos meses e por mais que lá atrás eu tenha aceitado vim para esse país e ajudar ele, eu não tinha noção do que seria isso.
Sei que você sabe que o acidente da sua noiva não foi ocasional, foi o Luiz que bateu na traseira do carro dela.
Eu fiquei de olho em vocês esse tempo todo e vi todas as vezes que você ficou naquele hospital e torci de verdade para que a Amanda voltasse e quando ela recuperou os sentidos eu quis ir embora, mas eu não conseguia primeiro porque ele ameaçou a minha filha e segundo porque eu tinha medo de deixar o Luiz sem nenhum tipo de supervisão, mas mesmo ficando e tentando de todo jeito, ele não vai parar.
O fogo na academia é uma distração…

O homem falava de forma rápida, mas era possível notar que ele não estava mentindo e isso era o que me deixava mais preocupado, porque no fundo, no fundo eu sabia o que ele iria falar em seguida.

O Luiz foi atrás da Amanda no hospital e nessas horas ele já conseguiu levar ela.Ele para de falar e tira alguns papéis do bolsoOlha, eu consegui pegar isso do quarto dele.
A localização de depósitos inativos ou abandonados aqui na cidade e arredores de Chicago.
Ele sinalizou cinco depósitos, mas o raio de um para o outro varia.
Pede ajuda para os detetives que estavam investigando o acidente, e vai logo atrás dela.
Eu queria ajudar mais, mas consegui uma passagem para o Brasil, eu quero voltar para minha filha, isso não é algo que queira fazer mais…
Eu sinto muito por tudo que ajudei a causar em vocês, eu sinto de verdade e espero que em algum dia você e a Amanda consiga me perdoar…

Eu fico imóvel, e preciso segurar para que uma crise de ansiedade não tome conta da minha mente.
Eu nem vejo o Pavão ir embora, o que é indiferente, porque a minha vontade era de estourar a cara dele de porrada.
Mas eu preciso controlar a minha respiração para tomar a melhor decisão possível.

Pego o meu celular e ligo para o detive Halstead, enquanto caminho de volta ao carro.
Quando eu escuto um “Alô” do outro lado da linha, falo de forma objetiva.

Oi, aqui é o Antônio detetive e preciso muito da sua ajuda. O Luiz está com a Amanda e ela está correndo perigo….

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Voltei com a cara mais lavada, como se nada tivesse acontecido...
Mas vamos finalizar essa história, mesmo que seja na força do ódio 😬😂😂😂😂😂

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