𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖙𝖎𝖓𝖔𝖘

Destinos Cruzados?

Hoje marca o começo de algo grandioso, uma jornada que ansiei por toda a minha vida. A faculdade de medicina não é apenas um curso; é um compromisso com meu futuro e a promessa de fazer a diferença na vida das pessoas. 

Cada dia aqui será uma chance de aprender, crescer e superar obstáculos. Estou pronta para encarar os desafios que se apresentarão, com determinação, paixão e a vontade de contribuir para o bem-estar dos outros.

uma semana se passou....

Uma semana se passou desde todos os acontecimentos. Eu estava há uma semana sem ter contato com minha mãe, com Lyon, com Gabriel, ou qualquer pessoa de Paris. Confesso que estava com saudades, principalmente de Lyon. Minha vida virou de ponta cabeça, mas só de pensar que hoje eu não poderia estar aqui, graças ao meu bom Deus, as coisas melhoraram.

Acordei com os primeiros raios de sol, uma antecipação de alegria pulsando em meu peito. Antes mesmo do despertador tocar, já estava de pé, pronta para saudar o novo dia. Me arrumei com gosto e dedicação, pensando nas oportunidades que a vida no Brasil poderia oferecer.

Tomei aquele delicioso café e estava preparada para o começo do meu sonho. Acordei todos da casa e, quando vi no relógio, já eram 9:15, e precisávamos estar lá às 10:00. Eu fui apressando a todos, pois não queria chegar atrasada no meu primeiro dia de faculdade. Falando assim, me lembro do meu primeiro dia de aula; eu estava muito ansiosa, nem parece que se passaram dois anos, lembro como se fosse ontem.

Todos prontos e arrumados, partimos para a faculdade, que ficava a 20 minutos de distância de nossa casa. Eu me senti inspirada e feliz; o lugar era enorme, havia várias pessoas lá, e eu não fazia a mínima ideia de onde era a sala 7C. Por sorte, eu tinha Felipe ao meu lado. Decidimos perguntar para o segurança, que explicou que no meio da parede da direita, próximo aos armários, havia um papel com os nomes dos matriculados, etc.

Lá fomos nós caçar esse precioso papel, encontramos e começamos a ver os nomes das pessoas e se nossa sala era no piso de baixo ou no de cima. Quando comecei a ler os nomes com a letra "L", bateu uma depressão, todos os sentimentos do mundo. Eu não conseguia parar de imaginar quando cheguei em "L", lá estava o mais temido nome: "Lyon Monteiro", na mesma sala que eu. Não podia ser, não é possível ser a mesma pessoa; existem outros Lyons Monteiro no mundo.

Fiquei imaginando se Felipe notaria minha expressão aflita. Ele perguntou se eu estava bem, acenei com a cabeça e disse para ele me seguir, pois eu já sabia onde era nossa sala. Chegamos e nos acomodamos. Passaram alguns minutos, e o tal Lyon ainda não havia aparecido.

Fiquei agradecida quando o sinal bateu, e quando olhei para a porta, não acreditei. Era ele mesmo, o meu Lyon, aquele por quem me apaixonei no passado. O mundo ficou em câmera lenta enquanto ele andava, seus cabelos se mexendo, ele estava muito lindo, perfeito. 

Olhei para ele, e ele me olhou, os sentimentos vieram à tona. Ficamos por alguns segundos nos olhando, até que voltei à realidade com Felipe falando: "Terra para Luna, hello". Eu não acredito que o que era para ser perfeito virou meu pior pesadelo. 

E ainda tem mais, quando você pensa que acabou, vem mais bomba. Simplesmente, Laila entra pela porta, vai logo em direção a Lyon e dá um beijo e um abraço. Ela bate o olho em mim, dizendo: "Lunaaa, amor, essa é a Luna". Eu fico ainda mais vermelha, sem saber onde enfiar a cara.

Lyon disse, 'Eu e a Luna já nos conhecemos de outros tempos' com uma expressão desconfortável. Também fiquei sem jeito e, por fim, voltamos a realizar nossas obrigações, etc. O dia passou lento e agonizante; eu não conseguia parar de pensar em Lyon. Nossos sentimentos acabaram, não havia mais nenhuma esperança. Além de tudo, havia também o Felipe. Ele estava sendo doce e gentil comigo. Ah, por que ser adulto é tão difícil?

O dia que estava chato e tedioso havia chegado ao fim, e eu não gostei nem um pouco. Foi cheio de surpresas e acontecimentos estranhos. Cheguei exausta, apenas desejando um banho relaxante. Depois que terminei, na sala estava Felipe, Lia e Bryan assistindo a um filme muito interessante. No entanto, decidi ir até o quarto para ler e esfriar a mente; chega de telas por aquele momento. Entrei no quarto e fui procurar um bom livro para ler, sem nem perceber, acabei cochilando.

Não sei se era um sonho ou realidade. Senti uma mão tocar-me, acariciando meus sedosos cabelos. Uma mão suave e leve. Estava tão bom, mas decidi acordar para ver se aquilo era realidade. Quando abri meus olhos, vi quem era: era Felipe. Fiquei assustada, mas aliviada; suas mãos doces me tocando era tão tentador.

"Você acordou?", perguntou Felipe.

Eu disse: "Não, imagina, adorei seu carinho".

Ele apenas lançou um sorriso de canto e foi se ajeitando para ir embora. Então, perguntei: "Para onde você está indo, garoto?"

Ele respondeu: "Estou indo para a sala. Já que acabei te acordando, vou te deixar um pouco sozinha para raciocinar".

Eu olhei para ele e disse: "Vai fazer o quê lá sozinho?", pensando em um duplo sentido.

Ele logo percebeu minha proposta e disse: "Eu iria ver um filme. Por que? Você tem alguma outra ideia?

para não parecer tão oferecida logo assim de cara eu respondi: "Claro que não! Justamente ia propor esse date pra gente. Cadê o Bryan e a Lia?"

Ele disse: "Eles saíram e disseram que iam demorar. Então, somos só nós dois".

Fiquei ainda mais animada. Propus pedirmos um delivery e assistir a um filme, e ele aceitou. Enquanto não chegava, fui procurar algo para satisfazer o momento e adoçar minha boca. Escolhi um vinho branco. Após alguns minutos, o delivery chegou e começamos a assistir a um filme de romance escolhido por mim para apimentar o clima.

O filme estava rolando, bebíamos vinho e comíamos uma boa comida japonesa. Estava tudo perfeito. Decidi tomar coragem e por minha mão sobre a dele. Ele olhou para mim e retribuiu o gesto. Ainda não satisfeita, continuei acariciando-o. Ele me olhou novamente e olhou para mim com um olhar apaixonante se aproximou, chegando bem perto da minha boca. Com suas mãos delicadas, acariciando meus lábios e perguntou: "Eu posso?".

Fiquei ainda mais derretida e acenei com a cabeça afirmando que sim. Assim, demos um beijo romântico e carinhoso.