𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖙𝖎𝖓𝖔𝖘

Justiça Restaurada

1 Ano Depois ...

As coisas aqui todas se consertaram. Eu evoluí bastante, me formei na faculdade e tudo anda bem. Mas uma coisa me preocupa: Felipe. Já se passou um ano e não obtive nenhuma resposta sobre seu paradeiro. Não acredito que, por minha ignorância, talvez tenha perdido o meu grande amor...

Falando em grande amor, Lyon está feliz. Ele se casará amanhã. Eu não estou nem um pouco contente, e Geovanna me dá nos nervos. Não sei o que ela tem, mas nosso santo não se bate desde a época da escola. O dia estava lindo lá fora e nós havíamos voltado para a mansão. Decidi ir espairecer na piscina, deixar meus problemas de lado e aproveitar um pouco.

Chegando lá, vi que Lyon estava deitado sobre a espreguiçadeira. Parei e pensei: "Será que vou?" Mas meu instinto orgulhoso falou mais alto e decidi me juntar a ele. Ele estava de óculos escuros, me olhou e virou a cabeça para o outro lado. Pulei na piscina e dei um grande mergulho, que fez Lyon se levantar para olhar. Ele ficou ali me encarando, mas tudo permaneceu em silêncio. Não trocamos uma palavra até que ele se levantou e veio até mim. Ele deu um mergulho, se aproximando de mim, e eu fui ficando apreensiva. Ele pegou minha mão e me puxou para um beijo...

dim! drim! dim! drim!

Meu alarme toca e eu acordo daquele sonho maluco. Me olho no espelho, visto uma roupa casual e decido descer. Na mesa, estão Lyon, Geovanna, Gabriel e minha mãe. Dou um abraço e um beijo na minha mãe e, por pura educação, dou bom dia a todos na mesa, me sentando para tomar meu café.

Após o café, pego minha agenda de compromissos e vejo que é dia de reunião com a corretora de imóveis. Me arrumo elegantemente e, ao passar pela cozinha, todos me olham. Inclusive Lyon, Gabriel e minha mãe, que pergunta para onde vou.

Julia: Filha, para onde você está indo elegante desse jeito?

Luna: Na reunião da corretora Letmore. Preciso estar à altura para uma ocasião como essa...

Todos ficam impressionados e eu saio, agora independente. Com carteira de motorista, não dependo mais da mamãe para sair. Após alguns minutos, chego à reunião.

Helse Letmore: Bom dia, senhorita Luna!

Luna: Bom dia, Helse! Bom, vamos logo ao que interessa: o apartamento já está pronto para moradia?

Helse Letmore: Vejo que você está com um pouco de pressa, então vamos direto ao ponto!

A conversa que se seguiu foi entediante, mas finalmente obtive uma resposta positiva. Meu sonho de ter minha casa própria estava prestes a se realizar. Saí da imobiliária Letmore com um sorriso no rosto, pois um novo ciclo iria se formar em minha vida. No entanto, por pura ironia do destino, sem perceber, acabei me envolvendo em um acidente que poderia mudar completamente minha vida.

Vrum! Vrum! Vrum!

Boom!!!

Aii Aii Aii !!

Tudo à minha volta foi ficando escuro. Eu não sabia o que estava acontecendo. Minha visão estava distorcida e, sem entender nada, apaguei completamente.

Quando comecei a acordar, ainda vi um breu, mas percebi que estava em uma sala de hospital. Quando recuperei 100% da minha visão, vocês não vão acreditar quem estava ali: sim, era o Felipe.

Pera aí, deixa eu recapitular: Felipe agora virou médico e estava me atendendo no hospital.

Dr Felipe:  bom vejo que voce esta melhor, fico bem mais calmo

Luna:  Felipe? e voce, quanto tempo como voce esta?

Dr Felipe: No momento nao posso ficar de conversa tenho muito trabalho para se fazer!

Dr. Felipe: Bom, vejo que você está melhor. Fico bem mais calmo.

Luna: Felipe? É você? Quanto tempo! Como você está?

Dr. Felipe: No momento, não posso ficar de conversa. Tenho muito trabalho a fazer!

Felipe estava frio comigo. Na hora que ele disse aquelas palavras, meu ego, que estava alto, logo murchou. Em minha mente vieram flashbacks dos nossos momentos juntos. O que eu fiz para tratá-lo daquela forma? Talvez agora seja tarde para se lamentar.

Depois de um tempo na cama do hospital, minha mãe veio desesperada no quarto. Eu a acalmei e disse que estava tudo bem, que tudo não passou de um pequeno acidente. Inclusive comentei com ela sobre Felipe. Ela me deu um abraço e disse para eu ser forte, que tudo daria certo no final. Dei um abraço forte em minha mãe, e ficamos ali até que fui surpreendida novamente.

Um menino desconhecido aguardava ansiosamente para falar comigo. Fiquei na esperança de ser Felipe, mas não era. Era um menino bonito e elegante, que entrou segurando flores e chocolates. Fiquei sem entender nada, então, encucada, disse a ele:

Luna: Moço, acho que você errou a sala (olhando para o moço, confusa).

Moço Misterioso: Bom, moça, não sei ainda seu nome, mas não errei de sala. Antes de entrar, conferi se era você mesmo.

Luna: Pera aí, afinal, já que você não errou a sala, me diga seu nome e o que você está fazendo aqui (olhando desconfiada).

Miguel: Prazer, meu nome é Miguel. Então, resumidamente, fui eu o culpado de você estar aqui encamada (tímido).

Luna: O quê? Como assim? Você me atropelou e agora está aqui me trazendo flores e chocolates para se desculpar? Você pensa que é quem? Saia já daqui, senão vou chamar a segurança, seu maluco! (Brava).

Miguel: Bom, não precisa disso, me perdoe. Você estava ali, eu estava com a cabeça longe, e você estava na hora e no momento errado. Acabou acontecendo, mas estou me retirando.

Luna: Mas é um paspalhão mesmo, sem vergonha na cara!

Miguel: Estou saindo, mas antes vou deixar aqui meu cartão para caso, sei lá, você queira conversar, sair para tomar um café. Estarei à disposição (saindo do quarto e deixando o cartão em cima da mesa).

Luna (pensando): Mas é cada maluco que me aparece, que eu vou dizer? Onde já se viu, você atropelar uma pessoa e depois pedir desculpas? A pessoa tem que ser muito sem noção mesmo.

O dia, que estava sendo iluminado pelo sol, vira escuro e é iluminado pela lua. Vou fechando meus olhos e contando as horas e os minutos para voltar para casa e sair daquele pesadelo. Sem nem perceber, adormeço...

Continua...