𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖙𝖎𝖓𝖔𝖘

Entre Notas e Desmaios

Após os eventos tumultuados da noite anterior, acordo na manhã seguinte com uma dor de cabeça pulsante. A última música ainda ressoa em meus ouvidos, e decido que um banho seria a melhor maneira de aliviar a ressaca que se instalou em mim. Despi-me e caminhei até o banheiro, ligando o chuveiro enquanto tentava relembrar os acontecimentos. A disputa entre Felipe e Barbara, os drinks que ingeri, e minha última lembrança na pista de dança são fragmentos que tento juntar na minha mente.

Ao terminar o banho, vesti uma roupa confortável e peguei meu celular, constatando que já passava das 10:00 da manhã. Decidi descer as escadas em direção à cozinha, determinada a tomar um café e clarear os pensamentos embaralhados pela noite anterior.

Ao chegar à cozinha, fui recebida por vozes familiares. Bryan, Felipe, Barbara e mais três desconhecidos estavam à mesa. Senti-me totalmente envergonhada, todos voltaram os olhares na minha direção quando entrei. Tomei a primeira cadeira que vi, peguei um pedaço de pão e servi uma xícara de café. Bryan me olhou, preocupado, perguntando se eu estava bem. Respondi que sim, e Barbara, sem cerimônia, soltou uma piada desnecessária sobre como eu estava muito bem para quem soltava a franga na festa de ontem. Apenas olhei para ela e continuei minha refeição.

Em meio ao constrangimento, troquei olhares com Felipe, que me lançou um sorriso discreto. Bryan se levantou da mesa e anunciou que pretendia retomar seus antigos hobbies, planejando algo que não era bem uma festa. Propôs uma corrida entre as pessoas da região, e todos se animaram com a ideia, inclusive eu, que pensava que ficaria entediada em Seultown. Percebi que talvez essa nova reviravolta na rotina fosse exatamente o que eu precisava para superar a noite anterior.

Perguntei a Bryan quando ele pretendia colocar a ideia em prática, e ele me informou que já estava organizando, prevendo que na semana seguinte tudo estaria pronto. Após terminar minha refeição, subi para o quarto, deitei-me um pouco e peguei meu celular. Tentei entrar em contato com minha mãe pelo Skype e, para minha surpresa, ela atendeu. Começamos a conversar, e ela me contou que estava nada mais, nada menos que em Paris. Perguntei quando ela viria me visitar ou me levar para passar um tempo com ela, expressando o quanto estava morrendo de saudades.

A conexão começou a falhar, a ligação travava constantemente. Consegui apenas ouvir minha mãe dizer que me amava antes de a chamada cair. meu celular, que estava descarregando, então fui até a mala, peguei meu carregador, o conectei para carregar e fui dormir. 

Acordei tarde, arrumei meus cabelos e desci para encontrar Bryan, seus amigos conversando animadamente. Ao me ver descendo as escadas, Bryan brincou, chamando-me de dorminhoca, e perguntou se eu tinha alguma ideia para passarmos o tempo. Respondi sugerindo a ideia de irmos à praia, que estava a cerca de 1 km de distância. Bryan gostou da sugestão e perguntou aos outros se concordavam. Todos estavam a favor, exceto Barbara.

Não entendia a animosidade dela comigo, mas decidi não me deixar abalar. Afinal, eu não tinha culpa se o "boy" dela parecia se interessar por mim. A discussão entre todos começou a esquentar, questionando por que Barbara não queria se juntar a nós. Ela respondeu com arrogância, dizendo que odiava o sol e tinha outros compromissos. Em um gesto abrupto, levantou-se e saiu, deixando todos com expressões perplexas.

Para dissipar o clima estranho, gritei perguntando se todos estavam prontos. Com sorrisos no rosto, eles concordaram, e entramos no carro. Bryan explicou que o dele estava cheio, então o único carro vago era o de Felipe. A princípio, fiquei chateada, mas secretamente, nos meus pensamentos, desejava aquilo mesmo. Imaginei vários cenários diferentes com Felipe. Voltando à realidade, peguei minhas coisas e fui para o banco de trás do carro.

Felipe insistiu para eu ir no banco da frente, e, como uma boa samaritana, aceitei. Partimos em direção à praia, ansiosos pelo que o dia nos reservava.