Entre a Dor e a Esperança

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Após aqueles momentos prazerosos, pedi a Felipe que se retirasse rapidamente do meu quarto antes que alguém, ou a própria Bárbara, o visse. Ele suspirou, me deu um beijo e saiu. Eu me deitei e me peguei imaginando na minha primeira noite de amor. Nunca imaginei que seria com Felipe, muito menos no meu aniversário. Refleti sobre isso por alguns minutos e logo retornei à realidade. Cedo, eu teria que ir para a escola, deixando aquele dia eletrizante para trás. Adormeci.

O sol começava a tingir o céu quando acordei naquela manhã, disposta e cheia de energia. A festa da noite anterior foi repleta de emoções, e eu me levantei pronta para enfrentar o novo dia. Vesti meu uniforme escolar com um entusiasmo contagiante.

Desci as escadas para o café da manhã com um brilho nos olhos e um sorriso radiante no rosto. Minha família, surpresa com minha alegria matinal, perguntou o motivo. Inventei uma desculpa rápida, dei um beijo em minha mãe e peguei um pedaço de pão, mordendo-o antes de deixá-lo sobre a mesa.

Ao me despedir, anunciei que estava atrasada, mencionando que Lyon se juntaria a mim mais tarde. Enquanto saía, deixei todos à mesa rindo, curiosos sobre os acontecimentos da noite anterior.

Ao chegar ao colégio, avistei Bella com um olhar radiante, algo incomum. Me aproximei e perguntei se estava tudo bem.

Ei, Bella, tudo bem?

Bella: Sim, tudo ótimo! Aliás, tenho novidades pra te contar.

Fiquei animada e nos sentamos em um banco para conversar.

Eu: Conta, conta! O que aconteceu?

Bella: Tony se declarou! Disse que está apaixonado por mim.

Eu ri surpresa.

Eu: Sério? Não acredito! Isso é sério mesmo?

Bella: (rindo) Sim, é sério! Estou meio incrédula ainda.

Conversamos por alguns minutos, compartilhando detalhes de sua vida amorosa. Também não pude deixar de contar a ela sobre minha noite, revelando os acontecimentos com Felipe.

Eu: E acredita que tudo isso aconteceu comigo e o Felipe ontem à noite?

Bella riu e ficou surpresa.

Bella: Não acredito! Conta tudo!

Rimos juntas por alguns minutos até que o sino tocou, indicando que era hora de irmos para a sala de aula.

Eu: A gente continua isso depois, ok?

Bella: Com certeza! Mal posso esperar para ouvir mais. Vamos para a aula agora.

E assim, entre risadas e confidências, começamos o dia letivo.

A aula da vez era projeto de vida; nunca tive aquela aula em toda minha vida. Então, conversando com Bella, percebi que Lyon não havia aparecido. Fiquei preocupada, mas logo nem me importei tanto assim. Após alguns minutos de aula e conversas, ouvi uns cochichos; o pessoal estava falando sobre a festa de formatura que em breve teria na escola. Logo perguntei para Bella, que me respondeu afirmando que dessa vez teria a festa de formatura do 3º ano do médio, já que era o último ano. Eles fazem em uma chácara, e sempre é lindo. Mal posso esperar por esse momento.

Após todos os acontecimentos, o sino para o intervalo toca. Eu e Bella saímos da sala quando somos surpreendidas por Márcia, a diretora. Ela diz que tem algo para me dizer em particular. Logo fico extremamente preocupada e a sigo até a sala dela. Com olhar de preocupação, ela me explica que, ao vir para o colégio, Lyon havia sofrido um acidente grave. Um caminhão bateu no carro em que estava ele e o motorista. Logo me desesperei, perguntei se minha mãe, Gabriel, etc., estavam bem e disse que queria ver Lyon. 

Comecei a entrar em prantos, preocupada com Lyon. Queria saber se ele estava bem. Alguns minutos depois, minha mãe veio até a escola para me buscar, e fomos direto para o hospital para ver o estado de Lyon.

Ao chegar lá e entrar na sala, vi Gabriel desmoronar em lágrimas e se lamentar, dizendo que era para ele estar ali, não Lyon. Minha mãe logo foi confortar Gabriel, enquanto eu fui até Lyon. Ele estava machucado, e seu estado era grave. Peguei suas mãos e disse a ele que tudo ficaria bem, que ele era forte e superaria tudo aquilo.

Gabriel: (lamentando) Era para ser eu aqui, não o Lyon.

Minha mãe foi confortá-lo enquanto eu me aproximei de Lyon, que estava deitado na maca, visivelmente machucado.

Eu: Lyon, vai ficar tudo bem. Você é forte, vai superar isso.

o choque vem quando descobrimos algo ainda pior Lyon estava em coma, uma onda de choque percorreu a sala, deixando-nos em silêncio por um momento. As notícias pesaram em nossos corações, e a tensão era palpável.

Olhei para a equipe médica em busca de respostas, mas as palavras eram difíceis de encontrar. A médica explicou que Lyon estava recebendo os cuidados necessários e que a situação era monitorada de perto.

Médica: Estamos fazendo o possível. Agora é um período de espera e observação.


Minha mãe, com lágrimas nos olhos, abraçou-me e Gabriel, enquanto nos esforçávamos para processar a realidade que se desdobrava diante de nós. Enquanto estávamos ali aos prantos, ouvi gritos vindos do lado de fora da sala. Era Geovanna; ela estava totalmente fora de si, desesperada ao saber que Lyon estava acamado. Formamos um círculo de oração e apoio, todos muito atordoados com a situação. Foi um choque para mim descobrir aquilo, já que hoje de manhã, Lyon estava bem. Eu o vi com brilho nos olhos e aquele sorriso encantador que só ele tem.

Suspirei fundo, pois ia demorar para nossa família superar aquela situação. Poxa, a gente não sabia quanto tempo Lyon poderia ficar desacordado. Poderia ser dias, poderia ser anos ou meses. A situação estava crítica, todos estavam abalados, mas minha mãe disse que era melhor eu ir para casa, pois ela e Gabriel ficariam ali com Lyon, e eu precisava descansar. Eu recusei e me solidarizei para ficar ali junto a eles, mas eles insistiram para eu ir embora. Geovanna também se foi.

Na estrada, encostada com a cabeça sobre o vidro do carro, lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu nunca imaginaria que passaria por aquela situação. Chegando em casa, subi para o meu quarto, tomei um longo e relaxante banho, e fiquei pensativa com toda aquela situação. Estava abalada.

Alfred veio até mim com uma refeição que parecia deliciosa, mas eu não estava com cabeça para aquilo. Educadamente, recusei e pedi, de forma gentil, para Alfred me deixar sozinha. Indo até a varanda do meu quarto, percebi que no meu criado-mudo havia uma carta. Fiquei na dúvida sobre quem a deixou ali. Peguei a carta e fui em direção à varanda, abrindo-a. Quando vi que a carta era de Lyon, ele a deixou antes do acidente, me emocionei, e meus olhos se encheram de lágrimas.

𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖙𝖎𝖓𝖔𝖘Onde histórias criam vida. Descubra agora