O Plano

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Na cena inicial, me encontro no novo cativeiro. Tudo ao meu redor parece uma miragem distorcida, meu corpo frágil mal consegue se manter de pé.

Este lugar é estranhamente diferente do anterior; parece uma casa de verdade, com um quarto impecável e um aroma reconfortante.

No entanto, algo está errado. Não há janelas, apenas uma única porta de ferro, me isolando do mundo lá fora.

Barbara entra na sala carregando uma bandeja de comida fresca, um contraste marcante com as condições anteriores.

Observo cada detalhe, estranhando a mudança súbita.

Tudo ali parece melhor, mas isso só aumenta minha desconfiança em relação às intenções de Barbara. O que ela quer com tudo isso?

Comi rapidamente e decidi tirar um breve cochilo, mas quando acordei, já era noite.

O tempo parecia estar escapando de minhas mãos, e eu ainda estava aprisionado sob o controle de Bárbara.

Decidi que era hora de agir, apesar de minha fraqueza. Talvez eu pudesse, talvez não.

Independentemente disso, resolvi traçar um plano para escapar daquele inferno.

Decidi que precisava observar mais o ambiente ao meu redor, encontrar pontos fracos, qualquer chance de escapar.

Mesmo que minhas chances fossem mínimas, eu estava determinado a tentar.

Analisei cada canto do quarto, cada traço da porta de ferro que nos mantinha trancados ali.

Não sabia ao certo por onde começar, mas sabia que precisava agir com cautela e inteligência.

Enquanto formulava meu plano, mantive-me alerta para não chamar a atenção de Bárbara ou de seus capangas.

Eles pareciam sempre um passo à frente, e eu não podia arriscar ser pega. Cada movimento, cada suspiro, era feito com cuidado, enquanto eu planejava cada detalhe da minha possível fuga.

Lyon Version...

Saímos da delegacia com um misto de esperança e ansiedade pairando sobre nós. Ao meu lado, Felipe parecia tão determinado quanto eu em encontrar Luna. Entramos no carro e dirigimos até um bar próximo, buscando um pouco de conforto em meio à incerteza.

Sentados em um canto do bar, começamos a conversar sobre todas as possibilidades e pistas que tínhamos. Mas, à medida que a noite avançava e as bebidas iam chegando, nossos pensamentos pareciam ficar mais nebulosos. As pistas que pareciam tão claras antes agora se desvaneciam em meio à névoa alcoólica que pairava sobre nós.

Apesar de nossos esforços, nada de concreto surgia. A frustração começou a se misturar com a sensação de impotência. As horas passaram sem que percebêssemos, e logo nos vimos mais do que um pouco embriagados.

É irônico como, às vezes, a busca pela verdade pode nos levar a lugares tão sombrios quanto os segredos que tentamos desvendar. Enquanto olhava para Felipe, percebi que estávamos mais perdidos do que nunca, e a única coisa que tínhamos era um ao outro, mesmo que naquele momento parecesse pouco reconfortante.

Luna Version...

Lá estava eu, no cativeiro, desesperada por qualquer oportunidade de escapar das garras de Bárbara. Quando o capanga entrou na sala com uma bandeja de água, uma ideia surgiu em minha mente. Decidi usar meus dotes de sedução para tentar ganhar sua confiança e, quem sabe, conseguir alguma vantagem.

Com um sorriso no rosto e um olhar sugestivo, me aproximei dele, tentando seduzi-lo. No início, ele resistiu, mantendo uma postura profissional. Mas aos poucos, vi a resistência dele cedendo e seu interesse aumentando. Aproveitei o momento para abraçá-lo e beijá-lo, mas logo o interrompi, dizendo que não poderíamos ir além daquilo, pelo menos por enquanto.

Enquanto o capanga ainda estava sob o feitiço do momento, discretamente peguei o celular que estava em seu bolso. A primeira parte do plano estava concluída, e eu tinha em mãos uma ferramenta que poderia ser crucial para minha fuga.

No entanto, não pude deixar de sentir repulsa pela situação e pelo capanga que estava ali, se aproveitando de minha vulnerabilidade. Com um misto de nojo e determinação, cuspi no chão e proferi as palavras que marcavam meu retorno à luta contra Bárbara.

Luna: Que nojo. Pelo menos algo de bom rendeu. Se prepare, Bárbara. A velha Luna Monteiro voltou.

Ligando para o celular de Lyon e de Felipe, minha esperança era encontrar uma conexão, uma ponte que pudesse nos levar de volta à segurança. Mas o que encontrei foi apenas o vazio ensurdecedor do telefone não atendido. Uma sensação de desamparo começou a me dominar enquanto as chamadas continuavam sem resposta.

Apesar da frustração, uma parte de mim sabia que ligar para a polícia poderia colocar tudo em risco. Bárbara poderia interceptar a ligação ou rastrear minha localização, tornando minha situação ainda mais perigosa. Então, com um nó de angústia no peito, decidi desistir da ideia e esconder o celular. Não seria fácil, mas eu tinha que encontrar um lugar onde Bárbara ou qualquer outra pessoa não pudesse encontrá-lo.

O tempo estava correndo contra mim, e a sensação de urgência só aumentava. Precisava agir rápido antes que minha oportunidade escapasse. Escondi o celular em um lugar discreto, onde esperava que passasse despercebido, e então esperei, rezando para que Lyon e Felipe pudessem encontrar uma maneira de me encontrar antes que fosse tarde demais.

A tensão no ar era palpável enquanto Bárbara invadia o quarto, sua raiva irradiando dela como uma aura escura. Eu me encolhi quando ela agarrou minha camiseta, seus olhos faiscando com uma intensidade assustadora.

O segurança, de semblante sombrio, estava atrás dela, sua presença apenas intensificando meu medo crescente.

Então, como se fosse um golpe repentino, Bárbara tirou uma arma do bolso, apontando-a diretamente para mim. Meu coração martelava no peito enquanto eu lutava para manter a calma, meu corpo tenso de medo e antecipação.

"Onde está o celular?" 

Sua voz era um sussurro ameaçador, cada palavra carregada com uma promessa de violência iminente.

Eu tremia, lutando para manter minha fachada de ignorância, mas sabia que não podia manter isso por muito tempo. Uma mistura de desespero e determinação encheu meu peito quando decidi resistir, mesmo que isso significasse enfrentar as consequências.

"Eu não sei do que você está falando," eu respondi, minha voz trêmula, mas firme. "Eu não tenho nada para te dar."

De repente, barbara decidiu apertar a arma e, consequentemente, disparou uma bala que ecoou pela sala. Assim deixando um suspense no ar.  

𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖙𝖎𝖓𝖔𝖘Onde histórias criam vida. Descubra agora