𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖙𝖎𝖓𝖔𝖘

Caleidoscópio de Sentimentos

Duas semanas se passaram desde as emoções que aconteceram. Parada em frente à varanda, me pego imaginando o meu beijo com Lyon, e não vejo a hora de ele se lembrar de tudo. Finalmente, poderei perguntar sobre os seus sentimentos por mim. Já estava entediada com todas as semanas; eu reclamava muito da escola. Mas hoje em dia, faz muita falta. Sinto falta de conversar com meus amigos nos intervalos, etc.

 No tédio, decidi organizar um pequeno encontro social e reunir meus amigos, pois já fazia alguns meses que não os via. Então, fui à cidade comprar as bebidas, etc. Assim, comprei tudo e esperei a tarde chegar.

Em casa, tive uma surpresa muito desagradável. Felipe e Bárbara estavam lá, mas pelo menos meu primo Bryan também estava junto. Tive que, novamente, fingir empatia com Felipe. Bárbara me olhava com deboche, e eu apenas a encarei de cima a baixo, continuando meu caminho e guardando as coisas na geladeira. Felipe veio até mim – sim, gente, ele teve a cara de pau de me seguir – para questionar por que estava tratando Bárbara daquela forma grosseira. Agachada, eu me levanto e olho nos fundos dos seus olhos, perguntando qual era o seu problema e por que agora estava defendendo ela.

Ele percebe minha forma de falar na ironia, e logo seu rosto neutro se transforma em uma expressão raivosa e agressiva. Ele agarra meu braço e me põe contra a parede, seu tom de voz mudando completamente. Ele diz que eu preciso ter respeito com as pessoas e que meu jeito de agir é nojento e escroto. Confesso que fiquei assustada, mas antes de eu falar alguma coisa, ele coloca a mão sobre minha boca e a mão que estava bloqueando na parede coloca sobre minha nuca, puxando-me para um beijo.

Eu não me aguento e continuo. Não nos beijávamos fazia muito tempo, eu já não lembrava do gosto doce de sua boca e de seus lábios macios. Logo, entrei em realidade. Alguém poderia ver aquela cena, então, no meio do beijo, eu o empurro.

Ele fica sem entender, e eu pergunto o que ele tem na cabeça, e a Bárbara, onde fica nessa história? Mesmo não gostando dela, eu não seria uma inimiga daquela forma, jogando sujo. Logo, ele me diz que desde o nosso término, não consegue parar de pensar em mim. Ele afirma que a chama do amor não se apagou nele. Fico confusa, mas logo Lyon chega e pergunta se está acontecendo alguma coisa. Rapidamente, digo que não e continuo a arrumar as coisas. Felipe sai, deixando apenas eu e Lyon ali na cozinha.

Lyon apareceu na cozinha, percebendo a atmosfera tensa. "Aconteceu algo aqui, Luna? Vi o clima meio tenso e vim averiguar."

Eu, tentando desconversar, respondi: "Ah, está tudo bem. Só acho que ele estava muito de olho em mim, como se fosse virar uma obsessão futuramente." Falei de forma irônica.

Olhei para a geladeira e vi uma torta com chantilly fresco. Uma ideia maliciosa me ocorreu. Peguei a torta e passei chantilly no rosto de Lyon, surpreendendo-o.

Lyon, atônito, questionou: "O que... o que você está fazendo?"

"Apenas tornando as coisas mais leves por aqui," respondi, sorrindo.

Lyon, então, pegou chantilly para revidar, mas escapei correndo. "Você não vai me pegar tão facilmente!" Eu ri enquanto fugia.

Nossas risadas preencheram a cozinha, dissipando a tensão do momento. Esperava que Lyon esquecesse o episódio anterior, e seguimos com o clima mais descontraído.

A noite foi muito divertida; bebi, comi bastante e matei a saudade dos meus amigos. Decidi ir até o banheiro, e Bella me acompanhou. Não me segurei e acabei contando sobre o beijo com Felipe. Ela ficou desacreditada, mas rimos por meros segundos e voltamos para a festa.

Dançando e curtindo aquele momento que não tinha há muito tempo, em minha mente vêm alguns flashbacks das festas de Bryan. Só de pensar que em dois anos tantas coisas aconteceram comigo, eu deveria aproveitar aquele momento como se fosse único. Enquanto dançava, percebo que tudo ao meu redor parece ficar lento. Sorrio, imersa na alegria do momento.

Por um instante, tenho uma alucinação. Vejo Lyon de um lado da pilastra, olhando para mim com raiva, e do outro lado, Felipe com o mesmo olhar. Sem querer, tropeço e caio no chão.

Todos à minha volta ficam preocupados, correndo para me ajudar. Lyon afasta todos, preocupado, e pergunta se estou bem. Ele me levanta delicadamente, suas mãos suaves e macias transmitindo preocupação. Minha mãe vem correndo de onde estava e pergunta o que aconteceu. Explico que apenas desequilibrei e caí, e meu pé estava doendo muito.

Lyon, tomando a iniciativa, anuncia para todos que a festa está encerrada. Cuidadosamente, ele me leva para o meu quarto, demonstrando sua preocupação com cada passo.

Chegando no quarto, Lyon cuidadosamente me coloca sobre a cama e pergunta o que havia acontecido para eu tropeçar daquela forma. Eu apenas disse que desequilibrei, pois não iria falar que estava alucinando e vendo coisas. Eles poderiam pensar que eu estava ficando louca ou algo semelhante.

Lyon se aproxima mais de mim, deslizando sua mão sobre o meu rosto. Ele diz que ficou muito preocupado e que algo poderia ter acontecido comigo. Pediu para que eu tomasse mais cuidado da próxima vez. Outro pequeno clima surge entre nós, nossas bocas se aproximando uma da outra, e quando finalmente estávamos prestes a dar um beijo, ouvimos alguém batendo atrás da porta.

Era Felipe. Mudei meu olhar de aliviada e feliz para mal-humorada, 

Achei que a festa já tivesse terminado, disse eu

Lyon encara Felipe. Ele parece desconfortável e diz: "Olha, eu sei que vocês não está a fim de me ver, mas eu só vim ver como você estava Luna. Se não for muito incômodo, a gente pode conversar por 5 minutos?

Olhei para ele e disse: "Pode falar aí." Lyon decide ir até o jardim tomar um ar fresco e me avisa que, se precisasse de algo, era só chamar. Ele sai, encostando a porta, nos deixando a sós.

Felipe: Então... como você está?

Eu: Tirando o fato de que meu pé está doendo, estou bem.

Ele ri, aliviando um pouco a tensão. Pergunto: "O que você quer tanto conversar comigo a sós?"

Felipe diz que tem algo muito pessoal para me contar, algo que está deixando seus sentimentos confusos, e ele precisa de um ombro amigo. Com um mero peso na consciência, pergunto a ele o que está acontecendo. Ele enrola para me contar, mas acaba soltando uma bomba: Bárbara está grávida dele, e ele não sabe o que fazer. Explica que quer acabar com o relacionamento deles, pois nunca teve sentimentos por ela e estava com ela apenas para me esquecer. Ele pergunta o que fazer.

Eu fico sem palavras, ainda desacreditada, e peço a ele para manter a calma. Felipe se emociona e cai aos prantos, desabafando. Logo, deito sua cabeça sobre minha coxa, olhando para ele. Ele me olha novamente, me puxa para um beijo, e assim acontece.