O quarto do hospital estava mergulhado em uma atmosfera carregada de expectativa, enquanto os médicos e a equipe ao redor de Lyon monitoravam cada movimento. O tempo parecia congelar quando, de repente, um sutil movimento de suas mãos surpreendeu a todos.
Um murmúrio de surpresa ecoou na sala, e olhares incrédulos se cruzaram. A tensão que permeava o ambiente cedeu lugar a uma euforia contida. Lyon, após dois anos de espera angustiante, estava mexendo as mãos. A notícia se espalhou pelo quarto como um sopro de vida, devolvendo a esperança que por tanto tempo parecia perdida.
De repente, Lyon abriu os olhos, e o silêncio reverente foi quebrado por um coletivo suspiro de choque e alegria. A sala, antes repleta de expectativa, agora transbordava com um novo tipo de emoção. O milagre da recuperação estava acontecendo diante de todos.
Lyon, ainda despertando, questiona confuso:
Lyon: Onde... onde estou?
Todos na sala ficam impressionados com a situação. Finalmente, o tão esperado dia chegou. Gabriel corre até Lyon, emocionado:
Gabriel: Filho, meu filho, finalmente!
Ele o abraça, e por um momento, parece que nossos dias de ruína se tornariam dias de paz. No entanto, Lyon se solta agressivamente de Gabriel, o empurrando. Confuso, Lyon olha para todos os cantos da sala, e a expressão de confusão, embora misturada com felicidade, reflete em todos nós. Sugiro chamar a médica, mas antes que eu saia da sala, Lyon diz:
Lyon: Quem é você, afinal? Quem são todos vocês? Onde estou?
Ele olha para o médico com desconfiança:
Lyon: Ei, você aí, é médico, certo? Eu estou em um hospital, mas quem são todas essas pessoas?
Gabriel olha para Lyon e entra em prantos. Eu saio rapidamente para chamar a médica. Depois de alguns minutos angustiantes, voltamos à sala. A médica se aproxima de Lyon, que, ao vê-la, começa a se afastar de todos nós. A doutora pede calma a Lyon, assegurando que tudo ficará bem. Em seguida, ela sugere que todos saiam da sala, deixando os dois a sós.
Após alguns minutos, a enfermeira nos chama novamente para a sala e avisa que tem algo a nos dizer, pedindo que estejamos preparados para sermos fortes. Gabriel, exausto com toda a situação, desabafa:
Gabriel: Fortes? Você tem noção do que é ser forte? Eu esperei dois anos, dois longos anos, para ver meu filho acordar. Eu passei meses em depressão. E agora você me diz para ser forte?
A médica suspira e pede para que ele tenha calma, assegurando que explicará tudo. Retornamos à sala, e lá estava Lyon, alimentando-se. Eu o observava com um olhar de paz e felicidade, pois finalmente teria um tempo para mim, após todos esses desafios.
Após tanto suspense, a médica nos comunica que Lyon perdeu a memória, não se lembrando de ninguém nem dos eventos que o cercam. Gabriel, novamente, reage:
Gabriel: O que você está me dizendo? Que meu filho não se lembra de mim, da minha existência? Eu não acredito... - sua voz se mistura com o choro.
A médica expressa compaixão e diz que lamenta, mas acrescenta que, de acordo com os exames, a perda de memória não é permanente; é apenas temporária. A notícia traz um misto de alívio e preocupação, enquanto processamos a complexidade dessa situação inesperada.
Entramos na sala novamente, e Lyon nos olhava com um olhar confuso e meio cabisbaixo. Ele pergunta quem somos e o que estão querendo. Gabriel, com toda a calma, se senta ao seu lado, mas Lyon se afasta com cautela. Gabriel pede que ele tenha calma e começa a explicar tudo, desde o acidente até o momento presente.
Lyon se choca com as informações e pede desculpas pela sua ignorância com Gabriel mais cedo. Gabriel e ele se abraçam, e Lyon recapitula:
Lyon: Ok, então você é minha meia-irmã, você é minha madrasta, e você é meu pai. Associando tudo isso, eu tenho uma casa, certo?
Gabriel explica a Lyon que sim, ele tem uma vida e uma casa muito bonita. O rosto de Lyon, que antes expressava confusão, se transforma em alegria, e ele pergunta quando podem voltar às suas rotinas, ansioso para retomar a normalidade. Gabriel promete perguntar à médica e sai do quarto, deixando apenas eu, minha mãe e Lyon.
Minha mãe decide sair por um momento para nos dar privacidade. Sorrio para Lyon e me aproximo da cadeira ao lado de sua cama, me sentando. Com um sorriso, pergunto como ele estava, surpreendida por sua expressão animada. Lyon me recebe com um abraço forte e agradece por eu não ter desistido dele, por sempre estar ali.
Aquele momento de gratidão e reconexão preenche o quarto, e eu sinto a intensidade da jornada que acabamos de percorrer. Saber que Lyon está de volta, mesmo que com perda de memória temporária, traz um alívio indescritível e renova as esperanças para o futuro.
Eu digo a Lyon que foi um prazer estar ao seu lado, e que a cada dia, eu estava orando por sua recuperação. Expresso minha felicidade por vê-lo de volta. Pouco depois, Gabriel e minha mãe retornam com notícias positivas. A médica sugeriu que Lyon poderia terminar sua recuperação em casa, destacando que isso seria benéfico para ele avançar e se recuperar de forma natural e rápida.
Arrumamos todas as coisas de Lyon e fomos para casa. Sentia-me confusa e emocionada, pois faziam dois anos que eu não sabia o que era um lar, e finalmente, aquele dia havia chegado. Gabriel e Alfred ajudavam Lyon, enquanto minha mãe e eu pegávamos as coisas do carro. Ao entrar em casa, fui para a cozinha fazer um lanche, e fui surpreendida por Lyon, que estava atrás de mim. Parecia que ele estava me observando, e tomei um susto quando percebi. Ele me olhava com um olhar sexy e sensual.
Pedi a ele que soltasse meu braço, pois estava apertando e doendo. Parecia que ele estava fora da realidade, mas logo tomou conta novamente de seu corpo, soltou meu braço rapidamente, pediu desculpas e saiu dali apressadamente. Fiquei sem entender nada e retornei a fazer meu lanche, ponderando sobre a estranha mudança de comportamento de Lyon.
Ao terminar de comer, fui para a varanda de casa para aproveitar o sol. Nesse momento, meu celular vibrava, era uma mensagem de Felipe perguntando sobre Lyon. Estranhei, pois ele nunca havia demonstrado interesse pela existência de Lyon antes. Sem responder à mensagem, apenas suspirei e retornei para dentro, ponderando sobre os motivos que o levaram a fazer essa pergunta inesperada.
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𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖙𝖎𝖓𝖔𝖘
RomansaAos 17 anos, Luna muda-se para Seultown após problemas familiares, vivendo com seu primo Bryan. Sua vida toma um rumo inesperado ao conhecer Felipe. A amizade entre eles evolui para algo mais, desafiando Luna a reavaliar suas escolhas e definir seu...