Entre Conflitos e Reflexões

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Na carta, Lyon estava escrevendo com um tom sereno e sincero. Suas palavras eram doces, mas quando comecei a ler, não pude acreditar no que estava escrito.



Querida Luna,

Eu sei que por agora escrever cartas é cafona e chato, rsrs. Eu queria fazer uma surpresa e também não queria falar pessoalmente, pois iria me embolar todo e não conseguiria expressar tudo o que sinto e desejo falar. Quero dizer que, desde o nosso primeiro encontro, eu senti algo diferente em você, uma conexão especial. Me vejo observando você, e não sei exatamente o que estou sentindo no momento. Meus sentimentos estão confusos, mas acho que estou sentindo algo a mais entre nós. Não vejo você apenas como uma simples amizade, mas tento esconder isso todos os dias. Já está incontrolável, não aguento mais guardar isso para mim. No entanto, eu não quero estragar nossa amizade, etc. Não sei o que se passa na sua cabeça, mas acho que é isso que eu tenho a te falar. Prometo que irei tomar uma atitude e me declarar para você, mas em mente, só tive essa escolha.


Lyon...


Eu estava perplexa. Antes do acidente, se eu visse algo assim, ficaria sem reação. Eu nunca me imaginei nessa situação. Lyon e eu éramos quase como irmãos, e agora ele vem dizer que está apaixonado por mim. Meu Deus, e agora? O que eu faço? O que Geovanna, Felipe e nossos pais iriam achar de tudo isso? Eu estava impactada com tudo aquilo. Depois que soube dessa situação, não parei de pensar nisso a noite toda.

No início, também achei que pudesse ter desenvolvido um sentimento por ele, mas estava confusa com toda a situação que estava acontecendo comigo. Meu Deus, estou cheia de problemas. Primeiro, vem Felipe e Bárbara, agora meu meio-irmão desenvolveu um sentimento por mim. Ele está acamado em um hospital. Parei para pensar que crescer dói muito; são muitas situações que, às vezes, nem sei como resolver.

resolvi adormeçer para esfriar minha cabeça e pensar como eu resolveria cada problema de uma vez só.

Após decidir adormecer para clarear a mente, encontro-me em minha cama, envolta em pensamentos tumultuados. As preocupações e emoções do dia me consomem, mas o sono, aos poucos, me acolhe.

Ao amanhecer, desperto com uma sensação de peso no coração. A realidade dos problemas familiares retorna, e me preparo para enfrentar mais um dia.

Visto meu uniforme escolar e desço para a cozinha, esperando encontrar minha mãe e Gabriel à mesa. No entanto, a cadeira vazia de Lyon é um lembrete doloroso. Baixo a cabeça, tomo um café rápido e parto para a escola, ainda carregando a tristeza comigo.

Chegando à escola, me sento em um banco. Bella, percebendo minha melancolia, se aproxima e me abraça, oferecendo conforto. Desabo em lágrimas, desabafando com ela sobre os desafios que a vida me apresentou.

O sino toca, interrompendo o momento. Voltamos à sala de aula, e o tempo passa rapidamente.

No intervalo, saímos. Enquanto conversamos, avisto Geovanna flertando com outro menino. Um beijo acontece, e a raiva toma conta de mim diante da situação.

Levanto-me furiosa, dirigindo-me a Geovanna. Com um misto de indignação e tristeza, grito:

Eu: Qual é o seu problema? Enquanto o namorado está no hospital, você age como uma... como uma vagabunda!

Geovanna, furiosa com as palavras que proferi, revida com fúria:

Geovanna: Como você se atreve a me chamar disso, garota? Você perdeu a noção do perigo!

Mantendo a ironia em minha expressão, respondo com determinação:

Eu: Não vejo nada de perigo aqui, Geovanna. Apenas vejo uma pessoa que não se impõe respeito ao namorado que tem.

A troca de palavras inflama ainda mais os ânimos. Geovanna, incapaz de conter sua raiva, parte para cima de mim, desencadeando um confronto acalorado.

Os alunos ao redor formam uma roda, observando a briga intensa entre nós duas. Murmúrios e comentários ecoam enquanto Geovanna e eu trocamos golpes, expressando toda a tensão e emoção acumuladas.

A situação no corredor da escola fugiu totalmente ao controle. Eu estava descabelada e furiosa, assim como Geovanna. Ao presenciar aquela cena, perdi completamente a compostura. Aquela garota não tinha noção, traindo Lyon enquanto ele estava no hospital, sem consciência do que estava acontecendo ao seu redor.

Na diretoria, a diretora me chamou primeiro para uma conversa séria. Ela explicou que eu não poderia descontar minha raiva nas pessoas, mesmo diante das dificuldades que estava enfrentando. Rebati, dizendo que não estava descontando minha raiva em ninguém, apenas não achei certo que Geovanna agisse daquela maneira enquanto Lyon estava desacordado.

A diretora pediu para eu me acalmar, pois meus nervos estavam à flor da pele. Contive-me e ouvi o sermão, mas, no final, acabei recebendo mais uma suspensão. Saí de lá enfurecido, pensando em maneiras de me vingar de Geovanna. No caminho de volta para casa, percebi que não era eu, não parecia eu pensando em vingança.

Chegando em casa, subi para meu quarto e deitei. Coloquei o travesseiro sobre meu rosto e gritei de raiva. Estava passando por uma fase difícil e longa, desejando que tudo acabasse logo. O fundamental era que Lyon acordasse. Ansiava por descobrir o que ele tinha a me dizer e por vê-lo novamente após todos esses momentos.

Para dar uma relaxada, fui até a piscina, buscando esfriar a cabeça e esquecer um pouco dos problemas. Estava determinado a encontrar um momento de paz e tranquilidade em meio ao caos que minha vida havia se tornado.

Ao chegar à piscina, a água refletia a luz do sol, criando um ambiente sereno. Tirei minha camisa e mergulhei, permitindo que a água fresca acalmasse os ânimos exaltados. Cada braçada era uma tentativa de deixar para trás as frustrações e o turbilhão de emoções.

Flutuando na água, deixei minha mente vagar enquanto os raios solares aqueciam a superfície da piscina. Refleti sobre o que a diretora havia dito e sobre as consequências dos meus atos impulsivos. Enquanto a raiva ainda pulsava em minhas veias, compreendi que precisava encontrar maneiras mais construtivas de lidar com as adversidades.

Lentamente, as ondas tranquilas da piscina começaram a acalmar não apenas meu corpo, mas também minha mente atribulada. Ponderei sobre a importância de preservar meu equilíbrio emocional, especialmente diante dos desafios que a vida insistia em lançar.

Após algum tempo na piscina, emergi renovado, sentindo que o peso das preocupações havia diminuído. Vestindo minha camisa molhada, retornei à casa, determinado a enfrentar os desafios vindouros com mais serenidade e resiliência.

No entanto, a urgência de notícias sobre Lyon continuava a ser o epicentro dos meus pensamentos. A incerteza sobre seu estado de saúde persistia, e eu ansiava pelo momento em que poderíamos compartilhar nossas experiências e apoiar um ao outro na jornada da recuperação.


𝕰𝖓𝖙𝖗𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖙𝖎𝖓𝖔𝖘Onde histórias criam vida. Descubra agora