O Rapaz das mãos floridas

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"... agora quem traz as flores é Yíng."

Décimo Segundo Capítulo

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Décimo Segundo Capítulo

O Rapaz das Mãos Floridas

Sentimentos contraditórios

*Ming

O dia tinha começado bem.

Despertei antes da Nana vir me chamar. Eu não queria me atrasar e perder o amanhecer. Hoje eu não teria nenhuma atividade programada, em virtude do retorno da viagem. Mesmo assim eu esperava chegar ao pequeno riacho antes do Yíng. Me preparei para surpreendê-lo com a caixa de pintura, seu presente de aniversário.
Eu não estava em casa na ocasião, mas prometi que traria uma surpresa para ele.

Nana parecia saber que não precisaria me despertar. Encontrei-a com um sorriso maroto, ao me ver entrar na grande cozinha, pronto e levando o presente nas mãos. Apesar de ser muito cedo, já havia um certo movimento entre os corredores de ligação da casa com o pavilhão dos empregados. Em breve haveria troca de guarda. Eu não era mais criança. Ninguém se atreveria a me impedir de transitar livremente. Provavelmente, ao longo dos últimos onze anos um ou outro empregado presenciou minhas idas e vindas pela manhã. A maioria dos servos não chegava a trocar uma palavra que fosse com meu Pai. Meus orientadores e mestres eram exigentes com os estudos, rígidos com a pontualidade e a frequência. Desde que eu me mantivesse exemplar como aprendiz, não havia nenhum tipo de observação negativa para meu pai. O que importava eram os bons resultados e sempre me esforcei para mantê-los altos. Sendo assim, não havia interferência no pouco espaço de tempo privado que me restava. Eu poderia fazer o que quisesse.

A segurança cercava toda a propriedade em pontos estratégicos. Não havia foma possível de  estranhos entrarem no território da Família Ling. Na verdade, não haviam pessoas que circulassem nos arredores, que não servissem de alguma forma ao proprietário local. A divisa das terras da família Ling dava com as terras da família Zheng, que em breve seriam uma só.

Nos últimos anos eu fui aprendendo a manter uma expressão distante, para evitar que alguém tentasse ser inconveniente e bisbilhotar os meus assuntos. Quando um dos soldados superiores buscava proximidade eu me fazia de desentendido.
Com exceção do Chefe da Guarda, que era um senhor bonzinho que fingia ser malvado. Era assim que eu falava sobre ele com a Nana, quando era pequeno.
Com os servidores da casa era diferente. Eu me sentia mais confortável.
Nana tinha muito cuidado na administração, não colocava dentro da casa ninguém em quem ela não confiasse. Seus três critérios eram caráter, bondade e presteza. Não me perguntem como ela media esses atributos. Ela costumava dizer que via a bondade nos olhos, o caráter na postura e na perseverança, a presteza na limpeza e agilidade.

Enfim, tudo pronto fomos presentear o Pequeno Pardal.
Chegamos primeiro e arrumamos tudo.
Nana levou o bolo com creme, que era o predileto de Yíng.
Eu coloquei uma grande fita na caixa de pintura.
Deixamos tudo bem colocado sobre uma linda toalha que cobria a manta de piquenique.
O presente ficou bem no meio, para chamar a atenção.
Yíng não chegou sozinho.
A Senhorita Zhenni estava com ele.
Quando ele viu o que fizemos, seus olhos brilharam e suas bochechas ficaram coradas.
Ele ainda parecia aquele coelhinho de cinco anos que conheci tão pequeno.
Estava crescido e era tão belo, mas não perdeu a sua essência infantil.

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