Você acredita em vidas anteriores? Eu não acreditava...
Há um mês, eu estava entrando naquela loja e alguém, distraidamente, bateu no meu ombro. Foi muito rápido, ele se desculpou sem me olhar nos olhos, mesmo assim pude ver seu rosto, embora ele n...
O cair da tarde encontrou os dois jovens assim, chorando abraçados.
"A vida poderia ser muito mais simples e feliz, mas o ser humano ainda não aprendeu isso."
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Vigésimo Capítulo
Seguindo Juntos
Na manhã seguinte, Zhenni despertou em radiante agitação. Antes mesmo do sol raiar, a jovem já estava de pé. Andou pela casa lentamente, passando por cada comodo como se estivesse a reconhecer os espaço e colocar em cada canto a energia da sua família, do seu lar. Ali não seria apenas uma moradia passageira, a casa era a partir de agora a extensão do seu lar, seu e de seu irmão. Onde eles teriam o amparo de seus ancestrais.
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O vento soprava suavemente pela janela do quarto de Yíng. O sol começava a invadir a janela. A luz da manhã anunciava um belo dia. O Jovem abriu os olhos e agradeceu pela noite bem dormida, pediu que o dia fosse proveitoso. Assim como sua irmã, ele também estava ansioso pelas novas possibilidades de aprendizado e de trabalho. A diferença entre os dois era apenas a perspectiva sobre o futuro. Para Zhenni, a partir de agora, ela já tinha a convicção de que faria tudo para merecer a confiança de seguir os passos de Nana e ganhar o seu respeito. Quanto a Yíng, o futuro ainda era incerto, mas ele daria o seu melhor no presente e confiaria no que tiver de vir. Depois de abrir seu coração para Ming, ele não tinha mais dúvidas de que seguiria com ele enquanto fosse possível.
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Os dias seguiram cheios de novidades para os dois irmãos.
Zhenni passou a acompanhar Nana e tomar ciência de toda a rotina que cercava de cuidados a administração interna da casa principal. As horas passavam rápidas e o trabalho parecia não ter fim, mas tudo seguia uma rigorosa ordem e, inclusive, o repouso e a alimentação eram extremamente regimentados, sendo respeitados entre todos os servidores, pois do contrário haveria risco para o bom desempenho das atividades. Não haviam privilégios sem méritos, o respeito à hierarquia não passava pelo desrespeito à saúde do servidor.
Isso já era considerado muito, em uma sociedade basicamente desigual. Por conta dessa diferença, as duas maiores fazendas prosperavam e eram modelo de estrutura fundiária.
Devemos compreender que falamos de coisas básicas, não haviam luxos ou privilégios para as classes mais baixas. Dentro da hierarquia administrativa não se misturava a civil com a militar, mas nenhum subalterno se atreveria a desrespeitar uma das lideranças paralelas.
No topo da pirâmide estavam os nobres, donos das propriedades, que em muitas situações ocupavam cargos no governo, inclusive em altos postos administrativos e militares. Havia grande troca de favores. A seguir vinham os mestres, professores, letrados, os mandarins (funcionário pertencente à classe dos letrados e recrutados por concurso), que se dividiam entre civis e militares. Essa estrutura era mais tênue. Essas classes muitas vezes, na prática, se misturavam. Depois vinham os fazendeiros, camponeses, colonos, artesãos, comerciantes. A maioria da população vivia em sistema de servidão. O trabalho escravo era comum.
Yíng passou a acompanhar Ming em todas as suas atividades de estudo e treinamento, civil e militar. Os dois tinham aulas diretamente com os mestres e não se misturavam a outros aprendizes, a não ser em ocasiões especiais, para assistir a competições ou para exibir domínio sobre alguma arte, em festividades. Mesmo assim, não deixavam de ser observados e seus talentos eram comentados entre os mestres e os servidores em geral. Como era de se esperar, a facilidade de absorver conhecimentos do Aprendiz do Jovem Mestre ganhou rapidamente fama. Ninguém entendia como um camponês poderia ser tão ágil na escrita e, mesmo não sendo uma figura atlética, não deixava a desejar nas artes marciais.
Ming e Yíng seguiram dividindo o tempo entre as atividades de aprendizado, treinamento e elaboração dos projetos de melhoria para a agricultura local.
Normalmente, Zhenni e Yíng faziam o desjejum juntos e depois seguiam para suas respectivas tarefas, almoçavam separadamente. Zhenni com Nana e Yíng com os mestres. Ming acompanhava o pai. Apenas os dois almoçavam na sala de jantar da casa principal, a não ser que houvesse algum parente ou convidado de visita.
Aos sábados os jovens terminavam o dia conversando nas varandas e Ming acompanhava os irmãos até em casa, sempre tomando um chá antes de se despedir e voltar para a própria casa.
Yi costuma chegar cedo na casa dos irmãos. Começava o trabalho ajudando Zhenni com o desjejum e, depois que eles saiam, ela cuidava de todos os afazeres da casa e deixava algum alimento preparado para a noite. Assim que eles retornavam, ela se despedia, com exceção do sábado, dia que ela saia mais cedo e eles voltavam mais tarde. Eram comuns os encontros nos jardins aos sábados.
Domingo era o dia de irem até a casa dos pais, logo cedo. Eventualmente, os acompanhavam até a feira para vender algum produto. Também levavam frutas e legumes que recebiam de Nana. Voltavam logo após o almoço e traziam as flores que eram tão amadas no adorno da casa principal.
Geralmente, às tardes de domingo Yíng pintava. Não que ele tivesse um horário certo. Às vezes ele acordava inspirado e iniciava ou dava andamento em uma pintura. Zhenni continuava a tecer e a cultivar os temperos que tanto apreciava. Juntos, também, cultivavam suas flores. Em pouco tempo, era possível ver a transformação do pequeno jardim.
Seis meses depois, a nuvem lilás do sonho de Ming já brotava no entorno da casa dos Irmãos Wei.
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