Pavão Azul

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"Quando penso em você..."

Vigésimo Quarto Capítulo

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Vigésimo Quarto Capítulo

Pavão Azul

Ming reverenciou o Mestre e pediu licença para participar dos exercícios com Yíng.

Não era a primeira vez que eles se enfrentavam, era comum compartilharem os exercícios. O aprendizado das Artes Marciais não implicava em competição entre os atletas e sim superação das próprias limitações. É claro que havia o destaque da habilidades pessoais. 

Ming se surpreendeu com a seriedade de Yíng. Não era só concentração, podia-se sentir a energia que ele emanava. Não era o Coelho. Poderia ser um lince, passos suaves e firmes, movimentos quase invisíveis, como se flutuasse no ar. A beleza e a majestade do Pavão Azul.

Como ele conseguia parecer angelical e feroz ao mesmo tempo? Ming "entrou no jogo", com todo o cuidado para não magoar o outro, cuidadosamente mediu seus movimentos. Sua habilidade era distinta entre todos. Yíng não o superava nas Artes Marciais, mesmo porque nunca quis isso. Para o mais jovem a destreza estava na autodefesa, ele praticamente não dava o primeiro passo. Seus exercícios eram uma exibição de sincronia com o espaço pessoal, quase uma dança. 

Desta vez, os dois se equilibravam na disputa. Yíng não estava disposto a parar. Seus passos mostravam seus sentimentos, seu espaço ía além do pessoal. Ele ganhava todo o território. Em sua mente, colocava para fora a frustração de não ter recebido do próprio Ming as novidades. 

Não era indiferente para Ming, a reação do outro, mas era estranho ver aquela suave criatura irradiando uma vibração mais áspera. Preferiu deixar que ele extravasasse e se colocou em postura de defesa, avançando apenas ao sabor dos exercícios.

Por seu lado, Yíng procurava se concentrar nos movimentos. A cada passo ele tentava se superar. Gostou da sensação de avançar sobre Ming. Pela primeira vez não se sentiu o mais frágil.

Quem olhava de fora estranhava a forma como agiam, diferente das disputas anteriores. Os dois pareciam equiparados na força da atividade.

O gongo soou.

O Mestre Instrutor interrompeu os exercícios. Os rapazes já tinha ultrapassado, ao máximo, o tempo ideal. Não havia sentido em continuar, fugia ao objetivo do aprendizado.

- Por hoje chega. Os dois precisam descansar. Principalmente Yíng, que começou mais cedo. Vão se lavar e beber alguma coisa. Vocês estão dispensados. - disse o Instrutor.

Os rapazes obedeceram, se cumprimentaram e reverenciaram o mestre, seguindo juntos até as bacias de banho. Dois criados os acompanharam, levando toalhas e vestimentas limpas.

Depois, Ming levou Yíng até uma da varandas. Pediu o serviço de chá a um dos servos. Olhou para o outro e perguntou:

- Pronto. Está mais calmo?

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