Capítulo 25

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— Um bolinho nada agradável, você não acha?

Rimos enquanto Davison verificava a textura do bolinho de chocolate, que realmente, não estava nada agradável ao nosso ver. Mas deu para vencer a fome!

— Eu quase não como aqui.

— Sério? Sua casa é perto?

— Mais ou menos. — Torci o nariz. — Você mora perto da faculdade?

— Um pouco! Na verdade o motorista sempre se embola quando vem deixar a gente de manhã.

— Uau. — Me impressionei. — Você tem um motorista.

— Não é tão bom quanto parece. Dá um ar de que estamos sendo... Vigiados.

Aquilo me fez rir, não sei por quê.

— Fala aí.

Dylan apareceu ao lado do irmão, acabando com o clima ótimo que estávamos tendo. Revirei meus olhos internamente, eu odiava aquele garoto! Por que ele apareceu?

— Dylan, será que dá para você agir como pessoas normais? — Davison se irritou com a presença do irmão. — Você não deu bom dia para Sophia!

— E aí, loirinha! — Roubou o bolinho de Davison. — Foi mal ter xingado você aquele dia. Eu estava com pressa, e você, me atrapalhando.

— Na verdade você deveria chegar mais cedo e aprender a respeitar os outros! — Rebati.

— Ela é brava! — Dylan debochou, rindo para o irmão. — Amo garota brava, me deixa...

— DYLAN! — Davison forçou os olhos, parando o irmão automaticamente. — Por favor, eu gostaria que você se esforçasse um pouco mais. Sei que você não é assim. — Estava morrendo de raiva.

Ele tinha vergonha de Dylan, será?

— Ok. — Dylan respirou fundo. — Desculpa por ter te xingado, Sophia! Eu não sou assim. — Nos encaramos. — Por me desculpar sinceramente, eu gostaria que você fosse na minha festa.

Davison franziu o cenho, enquanto eu ficava assustada como a forma do seu linguajar mudou. Eu sabia que era deboche, mas foi como se Davison tivesse falando no lugar de Dylan. E detalhe, os dois eram gêmeos!

— Sua festa? — Davison encarou o irmão. — Desde quando você vai fazer uma festa?

— Desde agora. — Dylan levantou os ombros. — Qual foi, maninho? Chegamos agora! Precisamos marcar território. Fora que essa faculdade é muito parada pro meu gosto. — Olhou ao redor. — Eu quero farra, diversão, bebida, droga e sexo. — Dylan voltou a me encarar. — Eu adoro sexo! Você gosta de sexo, Sophia?

— Dylan, já chega! — Davison empurrou sua bandeja, se irritando. — Você precisa de modos.

— Eu tenho modos. Só não tenho papas na língua. — Piscou para o irmão, antes de sair da mesa. — Você vai, Sophia? Eu te espero ansiosamente.

— An... — Fiquei sem ter o que dizer. — Posso levar uma amiga? — Cerrei meus dentes.

— Você pode levar quem você quiser! É só chegar e se divertir.

— Que dia é essa festa? — Me interessei.

— Hoje à noite.

O QUE?

— Meu Deus... — Davison fechou os olhos, negando com a cabeça.

— Te vejo lá, loirinha! — Saiu de perto.

Davison estava incrédulo com a postura do irmão, um pouco envergonhado também. Fiquei sem graça de ter aceitado, parecia que ele não queria aquilo.

— Eu tinha raiva dele, antes que você me xingue também. — Me encolhi, como uma defesa.

— Não vou te xingar! Eu só não queria isso.

— Eu ser amiga do Dylan?

— Não! Ele fazer uma festa, hoje à noite. — Massageou suas têmporas. — Meu irmão sempre dá festas estrambólicas! Nunca acaba bem.

— Sério? — Ferrou!

— Ainda mais agora que a gente chegou na cidade. Ele quer mostrar quem é que manda!

— Se você conversar com ele...

— Esqueça Sophia, ele não vai mudar de ideia. — Pausou. — A tal festa vai acontecer, e você vai.

— É, eu vou. — Soltei um risinho.

Sai de onde estava, caminhando com Davison até o portão de entrada.

— Você quer uma carona?

— Ah, não precisa! Eu vou de ônibus porque preciso passar na farmácia. — Lembrei.

— Eu posso passar na farmácia! Quer dizer, o motorista pode passar, fica mais fácil para você chegar em casa à tempo. — Davison se referiu a festa.

— Não seria incômodo? — Fiz uma careta.

Eu não queria aceitar mas juro que pegar ônibus aquele horário era péssimo! Fora que a farmácia ficava um pouco longe do apartamento. Eu teria que andar três quadras para chegar até lá.

— Óbvio que não. — Davison sorriu. — Vamos indo?

— Vamos.

Andamos até o carro estacionado em frente à faculdade, com o motorista dos irmãos à disposição. Davison informou ao homem os locais em que iríamos, e ele foi. Me levando até a farmácia e depois, me deixando em frente ao condomínio.

Agradeci ele quando desci do veículo, acenando até ver o carro sumir pelas ruas. Subi para o meu andar, vendo Stephanie ajeitando o tapete do apartamento.

— Olá. — Ela sorriu. — Demorou hoje!

— Uma longa história. — Entramos juntas. — Primeiramente você precisa de uma roupa. Nós vamos à uma festa!

— Festa? De quem? — Stephanie franziu o cenho.

— Dos irmãos que chegaram na faculdade. Davison e Dylan, na verdade é o Dylan que está fazendo a festa, então o Davison não conta. — Soltei, bastante empolgada para ir à minha primeira festa de universidade.

— Sophia, eu não acho legal a gente ir. Sei lá... Você mal conhece eles.

— Para de ser assim, Stephanie! Vai me dizer que você não queria sair um pouco?

— Vem cá, o Micael sabe que você vai à uma festa?

— Ele não precisa saber de nada, tá bem?

— Ok. — Ela rendeu as mãos. — E como você vai à essa festa?

— Com você! Nós vamos nos divertir e saber o que tem de bom lá.

— Essas festas sempre acabam mal! Sabe o que vai ter lá? Muita droga, muita bebida e muito sexo.

Assim como Dylan havia falado hoje mais cedo.

— Eu queria ir. — Me fingi triste. — Eu nunca fui! Fora que os dois tem dinheiro, ou seja, a festa vai ser incrível.

— Não sei. — Stephanie não estava com a cara boa. — Eu acho que a gente deveria ficar em casa, é melhor para todo mundo.

— Se você não quer ir comigo, eu vou sozinha. — Remexi meus ombros, igual à uma criança.

— Ah, é? — Stephanie se impressionou. — Vai tomar essa coragem de ir sozinha?

— Vou! Eu fui convidada assim como você, e já que você não quer participar, eu vou.

— Tudo bem, não está aqui quem falou! — Stephanie rendeu as mãos novamente. — Só peço que você se cuide, Sophia. Somente isso.

Meu Professor - Coast | 2ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora