Capítulo 8

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— E o Harrison?

Abracei meus joelhos enquanto Micael massageava a minha cabeça, lavando o meu cabelo. Estávamos dentro da sua incrível banheira.

— O que tem ele?

— Senti falta dele! — Me virei para encara-lo. — Ele está bem?

— Está! Ele sente a sua falta.

— Eu também sinto a dele. — Sorri leve. — Ele e a Lorelai se dão bem?

— Não mesmo. — Micael enxaguou o meu cabelo, fechei meus olhos.

— Esse é meu garoto! — Dei um sorriso daqueles.

— Lorelai é o tipo de pessoa que quer se dar bem com todos, menos com quem precisa.

— Você diz isso em relação ao Harrison? — Me virei para encarar Micael, sentando em sua frente.

— Digo isso em relação geral. — Ficou em transe. — Foi difícil para o Harrison se adaptar com Nova Iorque. Ele gostava bastante de Malibu!

— Ele fala alguma coisa para você?

— Até demais. — Soltou um riso sem vida. — Eu fico a maior parte do tempo com ele, porque eu preciso estar a maior parte do tempo com ele.

— Que conversa torta é essa, Micael? — Estranhei.

— Ah. — Negou com a cabeça. — O Harrison está crescendo, Sophia! Eu não quero que ele sinta falta da mãe, mesmo ele sentindo. E a Lorelai não é mãe dele, coisa que ela...

— Ela acha que é mãe dele? Ordinária! — Senti raiva.

— Ela só quer uma boa relação com ele.

— Está criando uma péssima relação então. — Revirei meus olhos. — Sério, por que você ficou com ela? O que ela tinha de interessante assim?

Micael deu risada com as minhas expressões. Joguei um pouco de água em sua face, ele ainda continuou a rir.

— Eu estava solteiro! Ela me pegou desprevenido.

— Homens, sempre pensando com a cabeça de baixo.  — Blefei.

— Ela pareceu legal até certo ponto.

— E por que você não se separa dela?

— Porque eu não quero perder o meu emprego. Simples!

A-HA! EU SABIA QUE AÍ TINHA!

— Eu sabia! — Apontei um dedo para Micael. — Você tem medo dela.

— Medo é uma palavra um pouco forçada! Eu preciso cultivar meu campo antes de me separar dela. Coisa que não vai ser tão fácil assim.

— Ela arranjou o emprego para você?

— Esse cargo foi mérito meu mas boa parte foi dela. — Explicou. — O governo ainda está me testando, tecnicamente, então... — Fez aspas com os dedos. — Eu não posso aprontar com a Lorelai, não agora.

— Você ainda não tem o público certo, entendi. — Foi minha vez de ficar em transe.

— Eu ainda preciso da aprovação dos alunos, feedback interessante, se estão gostando ou não. Entendeu?

— Que chato! Mas você consegue isso tranquilamente. Você conquista todos!

— Nem todos. — Ficou apreensivo. — Os alunos da Lorelai tratam ela como se fossem Deus, ainda mais nesse curso, que é Direito. — Pausou. — Se eu pisar na bola, você sabe o que acontece comigo.

— Que ódio dessa mulherzinha de quinta! Ela merece o chifre que recebe. — Falei sem pensar.

— Boquinha solta a sua, hein? — Micael mordeu os lábios, se aproximando de mim.

Me aninhei em seu corpo, o beijando mais ainda. Sorrimos.

— Você ainda me odeia? — Micael passou a mão em meu rosto.

— Depende. Se você fizer algo ruim nos próximos minutos, talvez eu volte a te odiar! — Ele riu.

— Mesmo se eu... — Ele se virou.

Tateou a mão em uma prateleira perto da banheira, segurando um prestobarba. Segurou o riso quando balançou o objeto em minha frente.

— Você quer apanhar?

— Não! Eu quero depilar você, se me permite.

— NEM MORTA! Eu jamais deixaria você fazer isso, eu ainda não bati a minha cabeça na pedra.

Micael riu.

— Não me diga que você tem vergonha?

— Micael, isso é muito íntimo! É a mesma coisa que eu visse você fazer cocô.

— Não é não.

— Ah, não? Então você faria cocô na minha frente, na maior naturalidade?

Ele demorou a responder.

— Viu só? Nem morta que eu vou deixar você me depilar. — Neguei com a cabeça.

— Vai ser divertido, eu prometo! — Ele ainda queria rir. Ordinário.

— Me poupe, Micael.

— É sério! Você não confia em mim?

— Não vou deixar. Ok?

— De um jeito ou de outro você vai ter que se depilar. Se não se depilar também, não tem problema, eu não ligo. — Deu de ombros. — Estou fazendo um favor à você, que é, te depilar!

Ri sarcástica, observando Micael, que tinha uma cara engraçada.

— Por que você quer tanto me depilar, hein? — Semicerrei meus olhos.

Micael encostou seus lábios em meu ouvido, sussurrando.

— Porque eu amo ver a sua bocetinha.

Sorrimos cúmplices. Beijei Micael novamente, cessando os beijos com selinhos demorados.

— Deixe para você fazer isso quando eu estiver grávida. — Mordi a ponta dos meus dedos.

Brinquei com fogo!

— Então você quer ter um filho comigo? Hummmm.

— Quem sabe algum dia. Quando eu me formar, ter um emprego descente, ser alguém na vida.

— Até lá o meu esperma não vai prestar para nada. — Soltou um risinho.

— Nós congelamos! Não tem problema.

— Muito eficiente da sua parte, querida. — Sorrimos.

— Eu sei.

Micael me agarrou mais um pouco dentro da banheira, até deixarmos o local, já que a água havia ficado fria.

E não, eu não deixei ele me depilar.

Meu Professor - Coast | 2ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora