Capítulo 40

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— Vamos, me conte.

Passei pela porta, esperando por Micael, que aconchegou-se na minha bancada, sentando no banco mais alto.

Caminhei até minha pequena adega, buscando um vinho.

— Vinho?

— Não vou surtar quando você me contar meia dúzia de palavras. — Busquei duas taças.

— Obrigado. — Logo ficou em silêncio.

Abri o vinho com saca-rolhas e despejei em sua taça, seguida da minha. Fiquei do outro lado do balcão, esperando que Micael começasse sua incrível história.

— Eu realmente achei que esse espaço entre a gente fosse melhor, até mesmo para você. E foi. — Contou. — Foi muito difícil saber que você se mudou, que continuou sua vida...

— E...

— E chegou à esse ponto!

— Por que você casou com a Lorelai?

— Porque eu fui pressionado à casar com ela. — Cerrou os olhos. — Ela é uma vagabunda de mão cheia. Eu não suporto aquela mulher.

Aquilo me surpreendeu! Fiz uma careta que não dava para ser disfarçada. Vi Micael tomar todo o vinho que estava em sua taça, em um único shot. Abriu a garrafa novamente, despejando mais um pouco.

— Ela encontrou a avó do Harrison, anos antes da gente se casar. Disse que o moleque ficava sozinho, que você judiava dele, enfim. — Entreabri meus lábios. — A avó foi na justiça, abriu um mandado com algum juíz da puta que pariu e eu soube que Lorelai ajudou em tudo. — Sorriu falso, olhando vazio para algum lugar. — Ela armou para que o Harrison ficasse longe de mim!

— Micael... Isso não pode acontecer! Isso é contra e qualquer lei criada na face da terra. — Coloquei as mãos na boca. — É por isso que você sonda o Harrison até na esquina?

— Exatamente! Eu posso ser preso por algo que não existe. Por pura manipulação!

— E por que ela está fazendo isso?

— Porque ela é uma vadia mau amada. — Micael estava com raiva. — A história da autorização do governo não me prendeu tanto assim. Ela sabia que eu ia sair fora, quando eu ganhasse o diploma.

Fiquei pensando nas palavras de Micael.

— Ela tem inveja de você, Sophia. E quando a Lorelai soube que você estava com um mandado de prisão à ela, foi loucura demais.

— Eu vou prender ela! É lógico que eu vou. — Tomei um gole do vinho. — Ela não pode fazer isso. Que tipo de juiz ajudou nessa parafernália? — Rondei Micael. — E outra coisa, o juiz não pode definir que Harrison volte a morar com a avó materna, ela abriu mão do garoto quando Paola se foi! — Fiquei indignada.

E não percebi Micael sorrir de canto, me observando rondar ele, como uma detetive em fúria.

— O que foi? — O encarei.

— Estou orgulhoso de você! — Tocou meu rosto, se levantando aos poucos. — Se tornou algo que eu sempre desejei, desde quando você começou o curso.

— Eu sei. — Cerrei meus olhos. — Senti sua falta!

Beijei a mão de Micael, aos poucos, sentindo seu carinho em meu rosto. Por dentro, estava com ódio do que estava acontecendo, mas por fora, algo me dizia que meu caminho com ele estava totalmente errado.

Mas antes de pensar em qualquer outra coisa, meu cérebro parou de raciocinar e minha boca começou a trabalhar na sua, matando a saudade que eu estava, desde que o vi pela primeira vez.

Fui suspendida até me sentar no mármore frio do balcão, ainda o beijando. Micael foi rápido ao adentrar com uma mão em meu cabelo, me puxando para mais perto. Semicerrei meus olhos e soltei um gemido baixo, gostando do que estava sentindo.

Retirei meu salto com os próprios pés, abrindo mais minhas pernas para receber Micael, que já estava duro pela calça jeans que usava. Seus dedos foram rápidos ao desabotoar os seis botões da minha camisa social, até se desfazer dela, mostrando meu sutiã de renda, totalmente transparente.

Micael os olhou, depois, subiu o olhar até mim.

— Não me diga que você mostra isso à aquele pé rapado sem noção.

— Shiiiii. — Voltei a beija-lo, tentando calar sua boca. Eu não queria pensar no Dylan, isso seria um crime à parte.

Micael desviou minha boca, dando atenção aos meus seios, que estavam totalmente visíveis pelo sutiã ultra transparente e de renda. Dedilhou meu mamilo sensível por cima do tecido, antes de arrastar a alça e tirar por inteiro. Sorri satisfeita ao sentir seus lábios carnudos seccionando meu bico, mordiscando entre as longas chupadas firmes e barulhentas.

Enlacei minhas pernas no quadril de Micael, que me tirou dali, deitando meu corpo no lugar mais próximo e confortável: o sofá.

Não houve falas, questionamentos e muito menos o que eu estava planejando em dizer, por conta dos hormônios... Micael foi rápido ao retirar o cinto de sua calça jeans, abaixando e deixando sua boxer à mostra. Sorrimos cúmplices porém fomos interrompidos pelo interfone.

— Agora? — Ele franziu o cenho.

— Não deve ser ninguém. — Voltei a beija-lo.

Micael riu leve mas o interfone nos interrompeu, de novo.

— Melhor você ir ver!

— Ah, não... — Fiz manha. — Não, eu não quero. — Selei meus lábios ao dele.

— Sophia...

— Tá. — Revirei meus olhos e sai do sofá, contra minha vontade.

Andei até o interfone, verificando quem me atazanava aquela hora da noite.

— Quem é?

— Sou eu! Eu vim te buscar para darmos uma volta.

A voz de Dylan ecoou e meu coração não sabia o que fazer.

Meu Professor - Coast | 2ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora