capítulo 31

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Arthur

Eu não podia acreditar no que meus olhos tinham visto. Embora tenha me parecido um pouco estranho vê-la sair do armazém e, alguns minutos depois, Freen. Eu não queria pensar mal delas. Talvez estivessem procurando alguns sapatos ou supervisionando algumas entregas que chegavam.

Apaguei esse pensamento da minha mente. Uma vez em meu escritório, sentei-me novamente atrás da minha mesa. Liguei o computador e fui até a área de vigilância, onde estavam as gravações de toda a loja. Passei aproximadamente uma hora sem ver nada de estranho em frente às portas do armazém. Até que cheguei em uma gravação, onde Freen e Becky também estavam juntas. E elas partiram depois de uma hora.

Aquela má ideia de novo, pensar que Freen poderia ter alguma coisa com Becky vieram até mim. Não, isso não pode ser verdade, confio em Freen como se ela fosse minha própria filha e tenho mais que certeza de que ela nunca se aproveitaria da minha filha, não depois de todos esses anos de confiança.

Fechei a gravação e desliguei a tela. Levantei-me quando vi que era hora de sair para almoçar. Mas uma ideia passou pela cabeça.

Saí assim que todos os meus funcionários foram embora, inclusive minha filha, que estava esperando que eu fechasse a loja.

- Pai, não vou almoçar com você em casa, vou almoçar com a Irin em um restaurante. - ela me disse. Eu assenti e eu observei caminhar em direção ao carro.

Deixei Becky começar a se afastar e imediatamente peguei um táxi para seguir seu carro. Eu sei que não há nada entre Freen e Becky. Mas nada tirou a ideia de que aquela amiga dela, a Irin, era lésbica e tinha algo com a minha filha e dessa vez eu ia ver com meus próprios olhos

O taxista não entendeu nada desde que eu lhe pedi para seguir o carro da minha filha. Procurei em todos os lugares, não sabia o lugar onde Becky dirigia com total conhecimento. O carro de Becky parou e pedi ao táxi que parasse um pouco mais longe do carro que estávamos seguindo.

Vi como minha filha saiu do carro, foi até um prédio e entrou. Eu estava prestes a sair para segui-la, mas outro carro - que eu conhecia muito bem - estacionou atrás do carro de Becky. Eu me escondi um pouco no táxi. Eu poderia jurar que sabia de quem era aquele carro. E minhas suspeitas terminaram quando vi Freen descer dele a toda velocidade e correr em direção ao mesmo prédio que Becky entrou.

Falei com o taxista e disse que esperaríamos um pouco. Uma hora depois de esperar tanto, paguei o taxista e saí para começar a caminhar em direção ao mesmo prédio por onde Becky e Freen entraram antes.

Ao entrar na recepção me perguntaram o que eu queria.

- Boa tarde - disse eu - Venho visitar minha sobrinha, não lembro bem do endereço que ela me deu. Sei que fica neste prédio, mas não me lembro do andar ou do número da porta.

Eu sabia que com isso tinha que conseguir alguma coisa.

- Se você puder, por favor, me dê o nome da sua sobrinha. - disse a gentil recepcionista.

- Sim - falei - Seu nome é Freen Chankimha.

- Ah, sim. - disse a mulher, aparentemente ela conhecia Freen - A senhorita Chankimha acabou de chegar há uma hora, então é seu dia de sorte.

- Espero que sim. - eu disse gentilmente. Mas eu sabia que não poderia ser assim.

- No 10º andar, porta 35, quase no final do corredor. - ela me disse - O elevador fica ali. - ela apontou o local.

Assenti educadamente e comecei a caminhar em direção ao elevador. Eu tinha mais do que certeza de que o que quer que Becky estivesse fazendo naquele momento no apartamento de Freen iria me incomodar.

𝗔 𝘀𝗲𝗻𝗵𝗼𝗿𝗶𝘁𝗮 𝗖𝗵𝗮𝗻𝗸𝗶𝗺𝗵𝗮 Onde histórias criam vida. Descubra agora